terça-feira, 23 de julho de 2013

O Papa de Roma está no Brasil



O Papa de Roma está no Brasil. Como morador do Rio de Janeiro dou-lhe as boas vindas em nome de Deus, pelo que ele representa histórica e institucionalmente e pela espectativa que os jovens católicos romanos depositam nele; embora muita coisa seja fruto do marketing massificante, pois sabe-se que a grande maioria desses jovens não têm noção de todas as tramas que imbricam sua malha existencial histórica, jurídica e sócio-cultural.
Desejo-lhe as boas vindas também, porque como bispo cristão que sou, tenho a linhagem de Sucessão Apostólica da Igreja de Roma, do elo do Papa Leão XIII. Histórica, teológica e canonicamente temos a mesma responsabilidade diante de Deus, como Comissários de Cristo na terra, tendo que prestar contas diante do Tribunal Divino por nossas Ações Ministeriais aqui no planeta terra.

Que pena que o Papado de Roma não mais dá continuidade e representação ao Apostolado e Ministério de Pedro!
Se ele retornasse ao simples Ministério Apostólico de Pedro, com facilidade representaria o Princípio de Unidade Desejada por Cristo, aproximando a maioria dos cristãos do mundo.

Que saudade de Pedro, em posição igualitária junto aos Apóstolos, buscando a consensualidade entre seus pares e a congregação, para as questões controversas da sua época!
Que saudade da Igreja pós Apostólica dos séculos iniciais, buscando a disciplina canônica para as comunidades na consensualidade, pela Voz de Todos os Cantos da Terra, através dos Verdadeiros Concílios Ecumênicos!
Que saudade da Pentarquia Eclesial, quando os Patriarcados Históricos buscavam a consensualidade nas questões controversas de fé e prática, em verdadeiro clima de alteridade e caridade cristã! Mas tudo se foi; a Pentarquia se desfez, restando a Tetrarquia Patriarcal, a Monarquia Eclesial e o Conselho Mundial de Igrejas. A Sé de Roma negligenciou o Ministério de Pedro e preferiu a Monarquia dos Césares, que para ser consolidada teve que adentrar no campo das heresias.

O Ministério de Pedro é incompatível com a ideia do Papa como substituto (vigário) de Cristo na terra; o Ministério de Pedro é incompatível com a ideia da infalibilidade pessoal de qualquer clérigo; o Ministério de Pedro é incompatível com a ideia de hegemonia de um Bispo sobre todos os demais Bispos; (no Ministério de Pedro não se confunde a deferência da precedência em rituais com a hegemonia jurídica e canônica); o Ministério de Pedro é incompatível com a ideia da Igreja enquanto sociedade perfeita, posto ser ela uma comunidade em união com Deus em Cristo e de uns com os outros,envolvendo pastores e leigos, daí se distanciar da ideia de uma Igreja Estado, com todas as suas funestas consequências, enquanto Povo de Deus; o Ministério de Pedro é incompatível com os arestos canônicos que tira dos clérigos o direito de se constituírem em famílias, conforme prescrição do Novo Testamento.

Caros irmãos e irmãs! Não podemos ignorar a realidade que se oculta através da eloquência da mídia e da sedução das pompas eclesiásticas tradicionais; a Instituição Eclesial Milenar tem suas ideologias de auto-sustentação, e estas tragam o bom senso invigilante dos próprios protagonistas, tornando-os defensores do status quo, e com muito maior facilidade elas tragam também os espectadores sensíveis à sedução do "canto da sereia".
Oremos à Santíssima Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, para que nos tragam discernimento e nos assistam nesse momento, que parece de glória, mas que não é de tanta glória assim, quando nos confrontamos com os ensinamentos de Jesus Cristo, conforme consta nos Evangelhos Canônicos.

Que Deus nos abençoe a todos
Dom Felismar Manoel


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