O
Papa de Roma está no Brasil. Como morador do Rio de Janeiro dou-lhe
as boas vindas em nome de Deus, pelo que ele representa histórica e
institucionalmente e pela espectativa que os jovens católicos
romanos depositam nele; embora muita coisa seja fruto do marketing
massificante, pois sabe-se que a grande maioria desses jovens não
têm noção de todas as tramas que imbricam sua malha existencial
histórica, jurídica e sócio-cultural.
Desejo-lhe
as boas vindas também, porque como bispo cristão que sou, tenho a
linhagem de Sucessão Apostólica da Igreja de Roma, do elo do Papa
Leão XIII. Histórica, teológica e canonicamente temos a mesma
responsabilidade diante de Deus, como Comissários de Cristo na
terra, tendo que prestar contas diante do Tribunal Divino por nossas
Ações Ministeriais aqui no planeta terra.
Que
pena que o Papado de Roma não mais dá continuidade e representação
ao Apostolado e Ministério de Pedro!
Se
ele retornasse ao simples Ministério Apostólico de Pedro, com
facilidade representaria o Princípio de Unidade Desejada por Cristo,
aproximando a maioria dos cristãos do mundo.
Que
saudade de Pedro, em posição igualitária junto aos Apóstolos,
buscando a consensualidade entre seus pares e a congregação, para
as questões controversas da sua época!
Que
saudade da Igreja pós Apostólica dos séculos iniciais, buscando a
disciplina canônica para as comunidades na consensualidade, pela Voz
de Todos os Cantos da Terra, através dos Verdadeiros Concílios
Ecumênicos!
Que
saudade da Pentarquia Eclesial, quando os Patriarcados Históricos
buscavam a consensualidade nas questões controversas de fé e
prática, em verdadeiro clima de alteridade e caridade cristã! Mas
tudo se foi; a Pentarquia se desfez, restando a Tetrarquia
Patriarcal, a Monarquia Eclesial e o Conselho Mundial de Igrejas. A
Sé de Roma negligenciou o Ministério de Pedro e preferiu a
Monarquia dos Césares, que para ser consolidada teve que adentrar no
campo das heresias.
O
Ministério de Pedro é incompatível com a ideia do Papa como
substituto (vigário) de Cristo na terra; o Ministério de Pedro é
incompatível com a ideia da infalibilidade pessoal de qualquer
clérigo; o Ministério de Pedro é incompatível com a ideia de
hegemonia de um Bispo sobre todos os demais Bispos; (no Ministério
de Pedro não se confunde a deferência da precedência em rituais com a
hegemonia jurídica e canônica); o Ministério de Pedro é
incompatível com a ideia da Igreja enquanto sociedade perfeita,
posto ser ela uma comunidade em união com Deus em Cristo e de uns
com os outros,envolvendo pastores e leigos, daí se distanciar da
ideia de uma Igreja Estado, com todas as suas funestas
consequências, enquanto Povo de Deus; o Ministério de Pedro é
incompatível com os arestos canônicos que tira dos clérigos o
direito de se constituírem em famílias, conforme prescrição do
Novo Testamento.
Caros
irmãos e irmãs! Não podemos ignorar a realidade que se oculta
através da eloquência da mídia e da sedução das pompas eclesiásticas tradicionais; a Instituição Eclesial Milenar tem suas ideologias de
auto-sustentação, e estas tragam o bom senso invigilante dos
próprios protagonistas, tornando-os defensores do status
quo, e
com muito maior facilidade elas tragam também os espectadores sensíveis à sedução do "canto da sereia".
Oremos à Santíssima
Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, para que nos tragam
discernimento e nos assistam nesse momento, que parece de glória,
mas que não é de tanta glória assim, quando nos confrontamos com
os ensinamentos de Jesus Cristo, conforme consta nos Evangelhos
Canônicos.
Que Deus nos abençoe
a todos
Dom Felismar Manoel
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