quarta-feira, 29 de junho de 2011

Regras Gerais para as Políticas Pastorais - Atenção Básica às Comunidades do Povo de Deus-Catolicismo Evangélico Salomonita-

A seguir o documento que vem orientando os trabalhos de políticas pastorais no Catolicismo  Evangélico Salomonita, disponibilizado para todo o Povo de Deus que compartilha convivência com diferentes comunidades eclesiais


Na  atenção básica às comunidades promovida pela ICAI-TS, o alvo principal é a promoção humana inspirada no Evangelho Libertário de Jesus Cristo, que alforria o Ser Humano não só subjetivamente do pecado, na sua vida pessoal, mas também na vida social, familiar e dos grupos que partilham experiências na sua caminhada no planeta terra.  Por isso a preocupação em educar para a vida. Vida aquí é tomada no seus dois sentidos eruditos: o  bios (biologia) enquanto “processos vitais orgânicos" e também o  zoês (zoesia) enquanto vida com qualidade, subjetiva  e objetivamente,  plenificada pela vivência das ordenanças evangélicas, viés revelado por Jesus Cristo. Neste contexto, vida é sinônimo de saúde e deve ser vista enquanto processo, cujas fases podem ser operacionalizadas pelo ser humano de modo consciente, como sujeito do processo e como ator no cenário onde vive e compartilha experiências. O modo principal de operar essas mudanças na vida do ser humano é através da Educação para a Vida. Por isso temos em todas as comunidades os Centros de Instrução pró Vida – CIVIDA. Aqui a educação é percebida enquanto processo. Assim a educação deve acontecer mínimamente seguindo as fases seguintes:
SENSIBILIZAÇÃO – INFORMAÇÃO;
INFORMAÇÃO – MOTIVAÇÃO;
MOTIVAÇÃO – EXPERIMENTAÇÃO;
EXPERIMENTAÇÃO – ADOÇÃO DO NOVO.
Na realidade, só terá acontecido a educação, quando houver a adoção do  comportamento novo. Só haverá a construção do sujeito, quando houver a conscientização e assunção do seu papel no processo, quando então se tornará ator no cenário da sua comunidade, capaz de transformar a realidade na construção de um mundo melhor.
          I - Caminhos a Seguir:
1 – Vistoriar a região para conhecer a realidade local (quando houver tempo e recursos, aconselha-se o método etnográfico participativo). Normalmente utiliza-se o  “diário de campo” para anotar tudo que for significativo, ou relevante;
2 – A partir dos  diários de campo elabora-se o relatório de vistoria  sistematizado - RS, para fornecer subsídios à identificação dos problemas;
3 – Análise  do RS, identificação dos problemas e construção de uma MATRIZ DE PROBLEMAS - MdP;
4 – A partir da MdP elabora-se um DIAGNÓSTICO SITUACIONAL- DS;
5 -Segue-se uma análise conjuntural participativa para escolha de prioridades. (É sempre conveniente a participação dos membros das comunidades,  que possam fornecer subsídios dos pontos complicadores existentes nas comunidades, principalmente daqueles que representam os  CONTRA-VALORES e que podem oferecer riscos para os agentes de pastorais e para os membros das comunidades que se envolvem no trabalho);
6 – Com base na análise conjuntural constrói-se a MATRIZ DE ESTRATÉGIAS DE AÇÃO - MEA;
7 – A partir das MEA elabora-se os Projetos de Intervenções para implementação das ações transformadoras das realidades passíveis de mudanças. (Poderá surgir a necessidade de pesquisas também, tanto no sentido fenomenológico, quanto no cartesiano). Pode-se adotar o "Arco de Maguerez" como modelo a ser seguido na resolução dos problemas;
8 – Na Implementação das ações deve-se fazer o acompanhamento, através de avaliação do controle do processo em andamento e avaliar também o impacto das ações interventoras na comunidade.
           II - Alguns Fatores de Saúde e Vida nas Comunidades:
Educação formal acessível;   saneamento básico existente e mantido;  habitação adequada à dignidade da pessoa humana; renda suficiente para a sustentabilidade de vida;  trabalho dignificante;   alimentaçao adequada;   meio ambiente equilibrado;  bens e serviços essenciais acessíveis;  espaços de convivência socioculturais disponíveis;  espaços para atividade fisica e lazer disponíveis;   segurança civil;  transporte para o ir e vir;  livre expressão filosófico-religiosa e ideológica, entre outros.
             III - Bases para Implantação das Linhas Pastorais:
1 – Qualquer  linha de intervenção deve considerar o ser humano em sua totalidade, em sua integralidade. É muito dificil uma abordagem verdadeiramente holística, no sentido grego do termo, mas é possível desejar aproximar o mais que for possível desta totalidade, para o que adotamos o termo pró holística;
2 – Ao implementar as ações busque envolvimento sinérgico  de outras forças vivas da comunidade ou do Municipio;
3 – É necessário o envolvimento e a participação da comunidade, por isso é recomendado  adotar os encontros de discussões com seus membros  para o necessário empoderamento, visando torná-los sujeitos do processo de transformação da realidade local, verdadeiros atores daquele cenário onde vivem – pode-se aproveitar as datas comemorativas, os eventos sociais, etc;
4 – Outro ponto importante é a participação social, através de parcerias, de preferência  da região onde  as ações se desenvolvem;
5 – Na distribuição dos beneficios das ações tém-se que ser equitativos, não podendo privilegiar apenas os que são simpatizantes dos grupos  ou adeptos das crenças;
6 – Para a implementação das ações é conveniente, diria mesmo essencial, que haja múltiplos envolvimentos estratégicos, para que tais ações se consolidem, não como modismo, mas como ação transformadora da realidade;
7 – Para que não seja modismo, é necessário que as ações implementadas sejam sustentadas ao longo do tempo, para que possam envolver as bases do imaginário das pessoas da comunidade, desde as crianças, adolescentes e adultos.
        IV - Roteiro para os Projetos ou Programas de Intervenção nas Comunidades:
É interessante notar que qualquer projeto ou programa de intervenção, tem necessariamente que envolver o processo educacional, embora permeie outros eixos de pertinência.Falamos tanto da educação formal, quanto da educação informal. Para isso adotamos um Roteiro para a Montagem dos Projetos ou Programas de Intervenções. Este Projeto ou Programa  de Intervenção é perpassado por diferentes Eixos de Pertinências, conforme as áreas da realidade que se quer transformar:
1 – Área de  Intervenção - (Uma Introdução focando os problemas que se quer resolver, aclarando os diferentes eixos de pertinência que serão considerados e a que Áreas de Conhecimento eles se enquadram );
2 – Beneficiários ou Público Alvo que se quer  atingir, considerando cada eixo de pertinência;
3 – Objetivos Gerais – Poderá ser aclarado por eixos de pertinência, ou genericamente.
Objetivos Específicos – O ideal é que os Objetivos Específicos sejam aclarados por cada eixo de pertinência;
4 – Justificativas – (referir-se à importância das intervenções, ações, ou projetos, com relação aos problemas identificados em cada eixo de pertinência e suas relevâncias para a população alvo, para a comunidade e sociedade e para a área de conhecimento);
5 – Programação das atividades – (apresentar a programação das atividades a serem implantadas, por eixos de pertinência, preferentemente mediante cronograma das ações, mesmo que tenha flexibilidade para adaptações e mudanças);
6 – Descrição das Metodologias de Ações – (os métodos de ação devem ser apresentados por cada eixo de pertinência);
7 – Órgãos participantes – (aquí são aclarados os parceiros que estão comprometidos ou envolvidos em nossa empreitada pastoral, podendo ser por eixos de pertinência);
8 – Programação Orçamentária – (a programação orçamentária deve ser efetuada minuciosamente, mesmo que com recursos da própria ICAI-TS, pois ela facilita o controle dos custos, a prestação de contas e favorece a análise de parceiros sociais. Para nós na ICAI-TS, quase sempre montamos os nossos projetos com a boa vontade de servir, "COM A CARA E A CORAGEM", como se diz popularmente);
9 – Administração do Projeto ou Programa de Intervenção – (indicar quem gerenciará a  execução e desenvolvimeto do projeto ou programa, por eixos de pertinência);
10 – Metodologias de Acompanhamento dos Projetos e Programas – (é necessário acompanhar e avaliar a execução das diferentes etapas das execuções de projetos e programas, por isso se define a metodologia para avaliar o controle do processo de seu desenvolvimento, bem como para avaliar o impacto que a implantação dos projetos ou programas produzem nas comunidades, isto poderá ser feito por cada eixo de pertinência valendo-se de Relatórios de Acompanhamento e de Questionários Aplicados às Comunidades).
        Observação – Aqui, quando se fala em Programas, está se referindo ao aspecto de empreitada pastoral guarda-chuva, que abriga diferentes projetos e ações, geralmente de longa duração. Quando se fala em projetos, são empreitadas mais focais, tanto de pesquisas prévias, quanto de intervenção direta para tranformação de alguma realidade local, com menor tempo de duração e geralmente abrigados em um programa maior. 
Referênciais Norteadores :
Cartas Internacionais de Saúde - princípios a seguir;
Modelos para Implantação de programas e Projetos Comunitários seguindo as  influências da Fundação Getúlio Vargas;
Arco de Maguerez - para orientar o "como fazer" nas ações transformadoras.
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       Implantação de Linhas Pastorais transformadoras da realidade  para a construção de um mundo melhor -   Capivari, Duque de Caxias, abril de 1994.
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           Que Deus nos abençôe a todos
                Dom Felismar  Manoel
    Catolicismo  Evangélico  Salomonita
       Visite o site: www.icai-ts.org.br
         


quarta-feira, 22 de junho de 2011

Vocações para o Ministério Cristão ! Catolicismo Evangélico Salomonita


Você tem desejo de ser religioso ou religiosa? Você deseja ser  padre ou madre na Igreja de Cristo?
                                   Venha conversar conosco!
Para isso você não é obrigado a ser celibatário! Poderá estar no mundo sem ser do mundo! Você poderá ser casado, ou casada, solteiro, ou solteira!
 Os religiosos e ministros da Igreja de Cristo, não podem ser polígamos, nem ter  vida dissoluta, mas levar uma vida virtuosa, tanto casados, como  solteiros, como orienta o Novo Testamento Cristão.
Toda pessoa batizada participa do Sacerdócio Universal de Cristo, pois é membro do seu Corpo Místico, mas Jesus escolheu Apóstolos e Discípulos e os preparou durante três anos para o Ministério Cristão, comissionou-os para irem em seu nome na construção do Reino de Deus na terra, através da pregação do seu evangelho, da ministração do Santo Batismo e de outras Ordenanças Cristãs presentes nas atividades da sua Santa Igreja.
Os discípulos de Cristo receberam a imposição de mãos do Mestre Jesus para se tornarem Ministros, os apóstolos impuseram as mãos para ordenarem os bispos, presbíteros (padres),   diáconos e diaconisas e assim tem sido conservado esse rito de imposição de mãos, desde Jesus Cristo até nossos dias para consagrar os Ministros Ordenados.
Se você deseja ser um Ministro cristão ordenado, na Igreja Católica Apostólica Independente de Tradição Salomoniana – ICAI-TS, conhecida como CATOLICISMO EVANGÉLICO SALOMONITA, entre em contato com o Seminário Teológico Santo André – SETESA.    
                             (felismarmanoel@gmail.com).
Você poderá fazer o Curso de Bacharel em Ministério Cristão, receber os graus de Ordem Menor e treinamento probatório com os Preceptores e depois iniciar nos graus de Ordem Maior, como diáconos  e diaconisas. A ordenação de presbíteros (padres) só é conferida aos candidatos do sexo masculino, com vida centrada, equilibrada e virtuosa, não necessitando o celibato obrigatório. Todos os Ministros de Ordem Maior, bispos, padres, diáconos e diaconisas, bem como os   graus de Ordem Menor dos Ministros da Liturgia (Sacramento, Palavra, Exortação e Vigilância), não exigem o celibato obrigatório, mas sim uma vida cristã autêntica.
O Catolicismo Evangélico Salomonita prega e procura vivenciar o Evangelho de Cristo de modo libertário, pois segundo João, capítulo 8 e versículo 31, Jesus disse ...       “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade , e a verdade vos libertará. Todo o que comete pecado é escravo do pecado. O escravo não fica sempre na casa; o filho, sim, para sempre. Se, pois, o Filho de Deus vos libertar, verdadeiramente sereis livres”.
O Catolicismo Evangélico Salomonita considera que fomos alforriados por Cristo, não só do pecado, na vida pessoal, mas também na vida social, através da livre associação em Igrejas Autônomas em cada País ou Nação, pela noção de Maioridade Jurídica Nacional, Civil e Religiosa que possuímos, mantendo os elos da união cristã na Doutrina Evangélica que nos é própria, na Disciplina da Tradição Apostólica legítima e na colaboração das causas comuns na promoção da pessoa humana, no bem estar geral dos povos, na saúde do planeta que habitamos, através das  diferentes linhas de Ações Pastorais e Campanhas Nacionais e Internacionais.
A vida de um Ministro Cristão, de qualquer grau, não é fácil, pois exige renúncia ao mundanismo, às licenciosidades e paixões da carne e às estratégias dos inimigos do bem, da luz e da Graça de Deus. Em Mateus, capítulo 16, versículo 24, Jesus disse ...  “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz  e siga-me”.
Os que têm a vocação para a vida religiosa, vivendo sob regras de vida, vivenciando os votos denominados de “perfeição evangélica”, encontra as palavras de Jesus, segundo Mateus , capítulo 19, versículo 21, que diz ...  “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me”.
Se você tem esta vocação para   ter  uma maior dedicação às obras cristãs, na construção de uma espiritualidade pessoal, de modo progressivo, centrada em Cristo, firmada na disciplina de um comportamento correto, de desapego dos bens terrenos, de compartilhamento de uma vida em comum com outros irmãos do mesmo ideal, em obediência  às legítimas lideranças, voltada para a construção do bem comum da humanidade, entre em contato com o Mosteiro  Compaixão Sagrada (Monastério Hierosèleos). É possível, caro irmão, ou cara irmã, unir-se  a nós, em obediência ao convite de Cristo, e  por em ordem a sua vida  espiritual, buscando a única senhoridade verdadeira para sua vida. Só há um Senhor legítimo, a quem fazemos a vassalagem: Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus, o único Chefe da Igreja Verdadeira. Não devemos ser súditos , ou vassalos de nenhum clérigo, por mais elevado que seja seu grau, papa, patriarca, arcebispo, bispo, padre, madre, pastor, pastora, ou outro qualquer título, pois somente Jesus Cristo é o Senhor, o único Chefe legitimo da Igreja Cristã. Esses títulos traduzem apenas a responsabilidade de determinado clérigo para com sua comunidade, da qual ele se faz servidor em nome de Cristo. Qualquer outro que se  fizer como  chefe da Igreja, é embusteiro e usurpador.      Que o Bom Deus nos livre deles!
             Dom Felismar Manoel – Bispo Primaz
                   felismarmanoel@gmail.com



quarta-feira, 15 de junho de 2011

Cristãos! Quem Somos Nós! (3)


No artigo anterior,  "Cristãos! Quem Somos Nós! (2)",  relatamos alguns eventos históricos que constituem o nosso contexto de cristãos, referindo-se aos nossos irmãos da espiritualidade ortodoxa, predominantemente presentes na parte oriental do globo, muito embora dispersos também nas outras regiões planetárias, incluindo o Brasil. Estão eles perfilados aos quatro Patriarcados Ortodoxos Históricos de procedência Apostólica.
No presente texto pretendo abordar alguns eventos históricos que contextualizam a nossa existência de cristãos ocidentais, portanto relacionados com nossos irmãos da espiritualidade católica, portanto procedentes do Patriarcado de Roma, também de origem Apostólica.
Irineu de Lião cerca do ano 185 da nossa Era,  acreditava que os Apóstolos Pedro e Paulo eram os responsaveis pela implantação da Igreja em Roma e  era de opinião que se devia  estar de acordo com a Igreja de Roma no que se refere a liderança na preservação da fé apostólica, não incluindo no seu pensamento o aspecto de obediência jurisdicional.
Há um aspecto dificil nesa empreitada, pois as igreja tradicionais e mesmo as contemporâneas, se envolvem com os interesses ideológicos, econômicos, políticos e de busca pela hegemonia sociocultural junto aos povos e nações, geralmente sufocando  os carismas e idiossincrasias próprias de legítimas famílias espirituais, que buscam vivenciar as seguras orientações cristãs contidas nas Sagradas Escrituras do Novo Testamento, oriundas de ensinamentos apostólicos, universalmentes  aceitos e reconhecidos como canônicos.
É fácil perceber, por qualquer pessoa isenta e bem intencionada, quando compara o cristianismo apostólico proposto pelos apóstolos no Novo Testamento com o cristianismo que é proposto pelas Igreja Cristãs Tradicionais na época atual, o desvio que fazem da prática apostólica proposta, em favor da sustentação ora de afirmações de poderio pessoais de líderes, ora da manutenção de conveniências hegemônicas institucionais (políticas, mundanas, anticristãs,etc), ora  da proteção de estrato conquistado na sociedade,  posições estas que deslegitimam a sua autenticidade pela origem historicamente apostólica.
O  verdadeiro convertido a Jesus Cristo, aquele que mantém alta fidelidade a  Cristo como o Filho do Deus Vivo, aquele que vivencia o noúmeno em uma experiência pessoal com Deus, não tem como acolher  semelhantes instituições e tornar um seguidor de seus ensinamentos.
 Essas instituições necessitam de uma revolição (um novo querer), para voltar-se  a Jesus Cristo em um novo processo de conversão. O que se deve  fazer é orar por elas, para que não resistam ao Espírito Santo de Deus e devolva a Jesus Cristo a centralidade que lhe é de direito como o Único Senhor.
Parece que as Igreja Tradicionais Apostólicas perderam a noção do Sacerdócio Universal dos Crentes e que o  Sacerdócio Ordenado em todos os seus variados graus é um comissionamento de Jesus Cristo para o Ministério Pastoral. O máximo que conseguimos com legitimidade na Igreja Cristã é o Poder Comissário e em hipótese  alguma o Poder Vigário. Arvorar-se em Substituto de Jesus Cristo na terra é uma deslavada  afronta a qualquer estudioso do Evangelho e uma assintosa heresia.
O Patriarcado de Roma  teve pretensões de hegemonia política sobre toda a cristandade desde cedo:
 cerca do ano 189-198 Vítor, Bispo de Roma, excomungou as Congregações da Ásia Menor por discordarem de datas da celebração da Páscoa;     Inocêncio I (402-417) reinvindicou para a Igreja de Roma a custódia da  Tradição Apostólica e a fundação do cristianismo ocidental;     Leão I (440-461) deu ênfase ao primado de Pedro, convencendo o Imperador Valentiniano III que promulgasse um Édito, ordenando que todos obedecessem  o Bispo de Roma portador do  "Primado de Pedro";      o cânon 28 do Concílio de Calcedônia (ano 451), colocou o Patriarcado de Constantinopla em igualdade com o Patriarcado de Roma, medida que foi contestada  por Leão I;      o Papa Félix II (483-492)  excomungou o Patriarca Acacio de Constantinopla, começando assim o cisma entre Igreja Oriental  e Igreja Ocidental;      o Papa Gelásio (492-496) enviou carta ao Imperador Anastasio, do oriente, dizendo que só há dois poderes que governam o mundo, a autoridade sagrada dos pontífices e o poder do imperador;      em 502 o bispo Enódio de Paris declarou que o "Papa só pode ser julgado pelo próprio Deus;       o Papa Leão IX  fez interferências nas igrejas da Sicilia, que eram da jurisdição ortodoxa do Patriarca Miguel Cerulário de Constantinopla (1043-1058). Este juntamente com o Metropolita Leão da Bulgária,  em resposta, fechou as igrejas do Rito Latino na sua jurisdição e o Patriarca enviou carta  à Igreja Latina  renovando as acusações de Fócio, aditando uma condenação de uso de pães asmos na eucaristia, o que se tornou costume no Ocidente no século IX. O Papa Leão IX replicou enviando o Cardeal Humberto e Frederico de Lorena (Chanceler Papal) no ano 1054, que depositaram sobre o Altar-Mor da Igreja de Santa Sofia uma Bula de Excomunhão do Patriarca Miguel Cerulário e seus seguidores. Este episódio marca a separação formal entre as Igrejas Gregas e Igreja Latinas.
A Igreja Latina sob o Báculo dos Bispos de Roma, Patriarcas do Ocidente, em suas sequências substitutivas, muito se comprometeu com as conveniências do poder temporal, legitimando as barbaridades das Cruzadas em suas diversas etapas, fez conluios e conchavos com Imperadores  e Exercitos, patrocinou a Inquisição ceifando muitas vidas amadas por Jesus Cristo, durante um longo tempo.
Surgiram desejos de mudanças, em busca de orientação no ideal religioso, por diversos irmãos com seus seguidores, que foram sinais evidentes que o caminho tomado pela Igreja Institucional estava errado, mas infelizmente eram rechaçados  e alguns aniquilados pelo poderio eclesiástico, sob o beneplácito do que hoje querem legitimados como Magistério Eclesial, entretanto, este não se manifestou condenando os erros e apontando os caminhos do Evangelho do Cristo.
Surgiram Congregações e Ordens Religiosas dentro da própria igreja com propostas de conversão e mudanças, mas geralmente eram manipuladas subversivamente, para  subtrair a consistência das suas Regras Iniciais propostas por seus fundadores.
Para quem deseja conhecer a História da Igreja Cristã, de modo mais detalhado, com imparcialidade  narracional, recomendo o livro de  W.  Walker,  História da Igreja Cristã, volumes I e II, publicado pela JUERP/ASTE, em 1967, 1980, 1981 e 1983.
         Que Deus nos abençôe  a todos!
              Dom Felismar  Manoel
    Catolicismo  Evangélico  Salomonita
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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Cristãos! Quem Somos Nós! (2)


No nosso artigo anterior (Cristãos! Quem Somos Nós! 1 ), pelos relatos dos Atos dos Apóstolos, observamos que o I Canôn Conciliar, ainda na Igreja Apóstólica, foi promulgado na Igreja de Jerusalém pelo Apóstolo Tiago e levado até a Igreja da Antióquia (onde os seguidores de Jesus Cristo receberam pela primeira vez o honroso nome de CRISTÃOS), expresso na forma que segue:

             “Os cristãos se abstenham das contaminações dos ídolos, bem como das relações sexuais ilícitas, da carne dos animais sufocados e do sangue”, conf. Atos 15: 22-35.


Muitos cristãos de hoje ainda respeitam esta norma do Concílio Apostólico de Jerusalém.
                

    Os doze apóstolos e os discípulos de Cristo se dispersaram pelas regiões do mundo na pregação do Evangelho de Jesus Cristo, convertendo almas, batizando-as em nome da Trindade Santíssima, constituindo Igrejas Locais e organizando-as para o pastoreio dessas almas, testemunhando o Cristo Ressuscitado e sua obra libertadora. As Igreja Locais  tradicionalmente tinham seus Bispos na presidência das comunidades auxiliados pelos Presbíteros,  e seu corpo de Diáconos e Diaconisas dedicados a assistirem as comunidades em suas necessidades. Assim  a Igreja Cristã se espalhou por diversas partes da terra.
 No período Pós Apostólico essas comunidades se  ajustaram de forma consensual, resultando  as Igreja Patriarcais. Patriarca é o nome que se dá ao Bispo, que nos dias de hoje, ainda ocupa a mesma sede da Igreja   iniciada por um Apóstolo.  Existem cinco Patriarcados reconhecidamente de origem apostólica até os dias de hoje, o Patriarcado de Jerusalém, o Patriarcado de Alexandria, o Patriarcado de Antióquia, o Patriarcado de Constantinopla e o Patriarcado de Roma.  Dentre esses patriarcados apenas o Patriarcado de Roma envolveu-se  com a política dos Imperadores de Roma e modificou o perfil da sua Igreja. Os outros quatro  patriarcados históricos permaneceram mais fiéis às tradições eclesiáis, mantendo sua unidade na ortodoxia. Assim, os cristãos ortodoxos são genuinos e autenticamente católicos e apostólicos, pela natureza das suas origens, suas doutrinas, suas disciplinas e suas liturgias.
 O patriarcado de Roma se separou da comunhão ortodoxa no ano 1054, sendo seu titular mais conhecido como Papa, que tem a pretensão de ser o único legítimo, embora tenha se afastado das normas básicas que tradicionalmente orientam as Igreja Patriarcais desde as suas origens.
O  Patriarcado de Constantinopla, criado nos Concílios de Constantinopla I e II no ano 381 e no IV Concílio de Calcedônia, no ano 451,  é reconhecido pelas Igrejas Patriarcais como o Patriarca Ecumênico, mantendo uma respeitosa liderança entre as demais comunidades ortodoxas no mundo.
 Existem no universo dos cristãos ortodoxos mais quatro Patriarcados de origem mais recente, o Patriarcado de Moscou, Patriarcado da Iuguslávia, Patriarcado da Romênia e Patriarcado da Bulgária
 Além desses nove Patriarcados (incluindo o de Roma), existem onze Igrejas Ortodoxas  Autocéfalas, na  Geórgia, na Grécia, no Chipre, na Albânia, na Polônia, na Tcheco-Eslováquia, no Monte Sinai, na Finlândia, no Japão, na China e na Hungria.
 Somam-se a esses nove Patriarcados Ortodoxos e às onze Igrejas Autocéfalas Ortodoxas, mais as Igrejas Ortodoxas em formação, na América do Norte (Estados Unidos e Canadá), na América do Sul, na Austrália, na  Coréia, na Uganda e  na África do Sul.
 Todas estas Igrejas fazem parte da Comunhão Ecumênica  Ortodoxa, tendo seus ritos próprios, disciplinas e carismas diversos, mas unidas na autêntica doutrina dos Apóstolos e Pais da Igreja, conforme as Sagradas Escrituras e Tradição Apostólica.
Para essas Igrejas de Tradição Ortodoxa o único Chefe  da Igreja é Jesus Cristo. Não crêm na infalibilidade nem do Papa, nem de nenhum outro Patriarca, ou Bispo, mas sim do Consenso Conciliar Ecumênico. Reconhecem como legítimamente ecumênico, o Concílio que dá voz e voto  aos representantes de todas as Igrejas Cristãs legítimas.
Além dessas Igrejas Ortodoxas referidas de origens históricas, existem outras Igrejas  que se afirmam Ortodoxas, de origens mais recentes espalhadas por várias regiões do mundo, inclusive no Brasil,  mas que não guardam comunhão oficial com as Igrejas Ortodoxas Tradicionais e nem sempre  sustentam consciência da legítima espiritualidade ortodoxa cristã e das disciplinas ortodoxas tradicionais.
   
                      Que Deus nos abençôe  a todos!

                             Dom Felismar  Manoel
                  Catolicismo  Evangélico  Salomonita
               Visite a página http://www.icai-ts.org.br/

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Cristãos! Quem Somos Nós! (1)


Uma definição do dicionário, diz que, “cristão é um sequaz, um adepto, ou um discípulo de Cristo” (Dicionário de Bueno, 1981). Esta definição, entretanto, não oferece clareza suficiente, quando nós estamos nos referindo ao cristão enquanto  “eclesiano”, ou seja, aquele cristão que é membro de uma congregação organizada em igreja. Vejamos:
1 – A Igreja que Cristo constrói é a Igreja enquanto  “mistério divino”. É a Igreja Interna, construída no coração dos homens e das mulheres que confessam a Jesus Cristo como Filho do Deus  vivo. É uma construção atual. Jesus Cristo em seu evangelho colocou o verbo no futuro, usando as palavras “construirei a minha Igreja”. Jesus fez esse pronunciamento, após ter perguntado aos apóstolos quem Ele era, e Simão, em consenso com os demais, respondeu, tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.  O eclesiano que  confessa Jesus Cristo como Filho de Deus, à semelhança dos apóstolos, é classificado por Jesus como uma  “pequena pedra viva”,  que unidas a outras pedras vivas, formam a laje de pedras vivas onde Ele mesmo constrói essa Igreja Interna, mistério divino, no coração dos homens e mulheres, conforme Mateus 16: 13-19; Marcos 8: 27-30; Lucas 9: 18-21, entre outros. A palavra “igreja” na língua portuguesa, deriva da palavra grega  ekklesia, e chegou até nós através da língua latina;  tem o significado de  “assembléia”, trazendo nela essa idéia de congregação, povo que atende a uma convocação de Deus, esse chamado especial que recebemos como vocação. O eclesiano é sempre alguém que atende ao chamado de Deus, para trabalhar na obra de Jesus Cristo pela implantação do Reino do Pai Supremo.   É importante  saber  que,  também  os  apóstolos  e  os  discípulos  da  Era Apostólica, acreditavam que, os cristãos eram outras pedras vivas com as quais Cristo, a Única Pedra Angular, construia a sua Igreja como Povo de Deus para um sacerdócio santo, conforme a profecia de Isaias 28: 10 e crença apostólica, Atos 4: 11; Romanos 9: 32-33; 1 Coríntios 10: 4; 1 Pedro 2:4-9.
2 – A Verdadeira Igreja, além de ser o mistério divino construído por Cristo no coração dos  eclesianos e eclesianas, através da sua firme crença de que  Jesus Cristo é o Filho de Deus, ela é também uma  “congregação de crentes fiéis”, que se reúnem e se associam como  Igreja e Povo de Deus, para se constituir em um sacerdócio santo, pois apresentam Jesus Cristo como  o  único  mediador  legítimo  entre  Deus  e o povo.  Jesus Cristo  fez promessas maravilhosas a essas congregações de cristãos. Ele disse que quando as pessoas se reunirem em nome dele, ele estará presente no meio delas. Além disso, ele prometeu que quando mais de dois  concordarem em pedir alguma coisa ao Pai, em nome dele, que isso será concedido por Deus. Ainda orientou, que quando surgir dificuldades na congregação dos crentes fiéis, em suas relações uns com os outros, que se busque advertir o irmão sobre seu erro, se não conseguir êxito, que se busque mais outro irmão e que ambos tentem dissuadir o irmão de seu erro, e se não obtiver sucesso, que leve o assunto para a congregação  buscar que decisão tomar, afirmando o chamado “poder das chaves” à congregação, dizendo que será ligado ou desligado no céu, aquilo que for ligado ou desligado pela congregação do Povo de Deus na terra, conforme relatado em Mateus 18: 15-20 e a prática apostólica em Atos 6: 1-7 e 15: 1-20. É importante  lembrar sempre, que o verdadeiro eclesiano cristão, além de crer e confessar a Jesus Cristo como Filho de Deus (condição para Cristo construir a Igreja Interna, mistério divino, em seu coração), ele segue também os ensinamentos do evangelho de Jesus e se reúne com os outros eclesianos, para adorar e celebrar a comunhão com Deus e os irmãos em Cristo (realização da Igreja Congregacional). Isto estabelece a grande diferença, pois quem confessa a Jesus Cristo como Filho de Deus, deve aceitar o seu plano de salvação oferecido, o que impõe ao verdadeiro eclesiano, a missão de viver segundo o evangelho de Jesus e de produzir obras boas pela prática das virtudes cristãs, como frutos da salvação obtida. Não basta somente crer que Jesus Cristo é o Flilho de Deus, se não seguir os seus ensinamentos. Satanáz também sabe que Jesus Cristo é o Filho de Deus, mas não aceita o seu plano de salvação, nem pratica os ensinamentos do evangelho. Os anjos de Deus ajudam aos eclesianos que sinceramente buscam viver segundo o evangelho cristão.
3 – Existe também o aspecto da Igreja Institucional, que cuida das condições materiais e morais para a implantação e sobrevivência da Igreja de Cristo no mundo Este aspecto é criado de acordo com as diferentes culturas existentes na face da terra, tendo começado pelos apóstolos e discípulos de Cristo, em Jerusalém, quando ocorreu o fenômeno do pentecostes, cinquenta dias após a Ressurreição e dez dias após a Ascensão de Jesus Cristo aos céus. Nesse dia, todos os discípulos foram revestidos do Poder do Alto, através da Efusão do Espírito Santo, fazendo-os dinâmicos e capazes para implantação da Verdadeira Igreja Cristã, conforme relata o capítulo dois de Atos dos Apóstolos. Desde os apóstolos até os dias atuais, os  cristãos tem se organizado em igrejas,  de diferentes modos e disciplinas, nem sempre colocando os ideais e ordenanças reveladas por Cristo, em primeiro lugar, desviando às vezes, para os interesses de políticas dominadoras, ou de afirmação pessoal de seus dirigentes.
    Na Era Apostólica e imediatamente pós apostólica, não havia um nome específico das igrejas institucionais nas diferentes localidades. Os crentes fiéis se reuniam nos templos judeus e depois nas casas dos crentes fiéis. Uma das  casas por exemplo, foi a de Maria de Cléofas, segundo se crê. Eles formavam uma verdadeira fraternidade. Tudo teve inicio em Jerusalém, onde ficaram reunidos a espera de serem revestidos do Espírito Santo prometido pelo Pai, conforme foi revelado pelo Cristo. Eram  em torno de cento e vinte pessoas, unidas na esperança do cumprimento das promessas reveladas por Cristo, permaneciam  reunidas  no mesmo lugar, em oração.  Querendo completar o número de doze apóstolos, conforme a escolha inicial de Jesus Cristo, buscaram o consenso da maioria para encontrar entre os discípulos, um que substituisse Judas. A congregação escolheu  José, o justo, e Matias, sendo por sorteio  escolhido Matias, que a partir daqueles dias foi contado como um dos doze apóstolos, conforme Atos 1: 1-20. Por ocasião da festa de pentecostes dos judeus, houve o cumprimento da promessa, com o envio do Espírito Santo sobre todos os que se encontravam reunidos em oração. Homens e mulheres igualmente receberam este batismo do Espírito Santo e foram dinamizados para a implantação da Igreja Cristã, conforme Atos 2: 1-4.  O apóstolo Pedro fez um discurso para a multidão curiosa, que queria saber o que estava acontecendo. Este discurso resultou na conversão de cerca de três mil pessoas, que foram então batizadas, provavelmente por aspersão da água e não por imersão, ou ablução, já que não havia facilidade de um batismo de imersão em Jerusalém, para três mil pessoas, conforme Atos 2: 14-41. Estes primeiros convertidos viviam segundo a doutrina apresentada pelos apóstolos, no temor de Deus, na comunhão, no partir do pão e nas orações e tinham tudo em comum, conforme Atos 2: 42-47 e 4: 23-35. Quando o trabalho aumentou muito e somente os apóstolos não davam mais conta de atender a todos, convocou os discípulos que formavam a congregação para escolherem sete diáconos, que após consagrados pelos apóstolos, passaram a cuidar da assistência às necessidades das congregações, conforme Atos 6: 1-7.
 Assim esta Fraternidade se espalhou, sendo  formadas várias congregações de crentes fiéis, organizadas em igrejas locais. Em Antióquia eles foram pela primeira vez chamados de cristãos. Haviam cristãos judeus convertidos e estrangeiros convertidos, surgindo então uma  controvérsia doutrinária, pois os judeus cristãos achavam que os estrangeiros cristãos, deveriam também ser circuncidados para cumprir a Lei de Moisés. Para resolver esse impasse sobre doutrina, reuniram-se os apóstolos e os presbíteros (os anciãos) em busca do consenso, sob a ação do Espírito Santo. Esta assembléia dos apóstolos e dos presbíteros constituiu o primeiro concílio dos cristãos (assembléia para dirimir dúvidas por consenso da maioria e buscar diretrizes). A decisão deste concílio foi promulgada por Tiago, o irmão do Senhor, e enviada aos cristãos da Antióquia, sendo respeitada por muitos até os dias de hoje. Assim diz:     “Os cristãos se abstenham das contaminações dos ídolos, bem como das relações sexuais ilícitas, da carne dos animais sufocados e do sangue”, conforme Atos 15: 22-35.

                        Que Deus nos abençôe  a todos!

                                 Dom Felismar  Manoel
                      Catolicismo  Evangélico  Salomonita
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