domingo, 27 de janeiro de 2013

Relatório Episcopal 2012 - Plano Pastoral Trienal 2011/2014


Igreja Católica Apostólica Independente
de Tradição Salomoniana - ICAI-TS
Registro de Pessoa Jurídica Nº 026949 -
Cartório do 2º Oficio de Duque de Caxias. RJ.
Sede Primaz do Brasil
Estrada das Amendoeiras, 248 - Capivari, Duque de Caxias RJ

2º Relatório Anual das Atividades Pastorais desenvolvidas pelo Bispo Primaz durante o ano de 2012

Aos Senhores Bispos, Pastores, Abades, Arciprestes, Arcediagos, Reitores Paroquiais, Ministros do Templo, Congregações de Crentes Fiéis e Clero em Geral.
Dando cumprimento ao Plano Pastoral Trienal 2011/2014, elaborado por esta Sede Primaz, distribuído para toda a ICAI-TS, e portanto, do conhecimento de todos, segue abaixo o Relatório de nossas atividades durante o ano civil 2012:
Cultos oficiais celebrados no Templo Deus Amor União - 42
Celebração da Sagrada Eucaristia Comunitária - 12
Celebração dos Oficios de Intercessão - 50
Profissão de Fé Comunitária e Renovação de Compromissos - 1
Profissão de Fé Individual - 2
Oficio de Sagração de Abuna - 1 (*)
Oficio de Ordenação de Presbítero - 1 (*)
Exercícios Espirituais de Têmporas - 4
Exercícios Espirituais da Semana Santa (Tríduo de Reflexão, Preparação dos Óleos, Consumação da Redenção, Visita ao Hades, Extração do Fogo, Preparação das Águas, Celebração da Ressurreição de Cristo e Confecção do Círio Pascal como Monumento atestador da sua Vitória sobre a Morte) - 1
Aulas do Seminário Teológico Santo André - SETESA - Preparação - 10
Acompanhamento pedagógico de alunos do SETESA - 65
Supervisão e Encontros Terapêuticos - 11
Palestras Pastorais no Blog Evangelizando - 208
Visitas Pastorais a Comunidades - 2
Visitas Orientadas de Reflexões no Templo - 9
Encontros de Pastoral Universitária - 24
Assembleia Geral Ordinária da Comunidade - 1
(*) Observações: Os dois clérigos recebidos e consagrados, conforme acima assinalados, solicitaram auto-desligamento de nossa comunhão, conforme nossa nota de pesar de 01/12/2012.
Dom Felismar Manoel - Bispo Primaz - 27/01/2013


sábado, 26 de janeiro de 2013

A Educação Doméstica do Menino Jesus de Nazaré.


Catolicismo Apostólico Salomonita
Diretório de Espiritualidade Litúrgica - Ano Eclesial 1986 (2012/13)


Cores Litúrgicas:
Vermelho (Estação Verão - Festa das Luzes) - Simbolizando a coragem e a tenacidade dos seres humanos de boa vontade, na prática do amor e caridade para com todas as criaturas de Deus.

Cinza - Nos Oficios Penitenciais, de Tristeza e/ou Luto;
Branco - Substitutivo de todas as cores e simbolizando a Integralidade, a Alegria, a Pureza e a Fé Espiritual.

Atualização dos Mistérios de Deus Intervindo na História da Humanidade:
I Movimento - Arco descendente - Teoantropéia -
O Cristo, Filho Unigênito de Deus, se manifesta no Planeta Terra tornando-se Pessoa Humana em Jesus de Nazaré.
3 - Tempo - Reflexões sobre a Pessoa Jesus de Nazaré.

Espiritualidade Litúrgica

Reflexões sobre a Formação da Pessoa de Jesus de Nazaré - 9ª Semana - 27/01/2013 - III Domingo pós Epifania do Cristo de Deus - A Educação Domèstica do Menino Jesus de Nazaré.

Em Lucas 2: 39-40, lemos dados sobre o menino Jeus em Nazaré, afirmando que a família de Jesus após cumprir todas as formalidades prescritas pela Lei do Senhor, eles voltaram para a Galiléia, para a Cidade de Nazaré. E diz que o menino crescia e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a Graça de Deus estava sobre Ele.

Os lares hebreus, como o de Maria e José eram, células educativas especiais, onde as crianças recebiam a sua educação doméstica: o respeito aos pais, avós e outros ancestrais, e principalmente a sagrada herança prometida a Abraão e à sua posteridade. Provavelmente Jesus aprendeu a usar o Mezuzah com sua familia, sempre que saiam de casa, recomendando-se à Benção de Deus.

É interessante ter em mente, que os pais, de acordo com o temperamento revelado pelos filhos, vão dosando os ensinamentos pertinentes, para que seus filhos construam um caráter ideal, cujos traços se manifestarão em sua personalidade na vida adulta. Temos o hábito de pensar Jesus de uma maneira mitológica e mágica, como se com ele as coisas ocorrecem sempre de maneira maravilhosa e milagrosa. Mas isto não foi assim, tendo os seus pais a preocupação em educà-lo de modo coerente e responsavel.

Também em nossas vidas hoje, nos dias atuais, precisamos nos preocupar com a educação do nossos filhos, principalmente quando falamos na educação de base, aquela educação que influirá no caráter e personalidade de nossos filhos. O casal Maria e José é um excelente estímulo para modelar a educação doméstica que daremos a nossos filhos. É preciso que os jovens que vão formar famílias, e os jovens casais, frequentem os cursos de "escolas de pais" existentes em nossos dias, tanto nos ambientes pedagógicos, como nos ambientes das igrejas. Não basta reclamar que o mundo está indo de mal a pior, mas é necessário assumir a parte que nos cabe para mudar esse cenário atual.
Que a benção do Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, desça sobre todos nós e conosco permaneça para sempre!

        Dom Felismar Manoel - Bispo Primaz
              Catolicismo Apostólico Salomonita
                 Visite o site: www.icai-ts.org.br

sábado, 19 de janeiro de 2013

A Infância do Menino Jesus de Nazaré.



Catolicismo Apostólico Salomonita
Diretório de Espiritualidade Litúrgica - Ano Eclesial 1986 (2012/13)


Cores Litúrgicas:
Vermelho (Estação Verão - Festa das Luzes) - Simbolizando a coragem e a tenacidade dos seres humanos de boa vontade, na prática do amor e caridade para com todas as criaturas de Deus.

Cinza - Nos Oficios Penitenciais, de Tristeza e/ou Luto;
Branco - Substitutivo de todas as cores e simbolizando a Integralidade, a Alegria, a Pureza e a Fé Espiritual.

Atualização dos Mistérios de Deus Intervindo na História da Humanidade:
I Movimento - Arco descendente - Teoantropéia -
O Cristo, Filho Unigênito de Deus, se manifesta no Planeta Terra tornando-se Pessoa Humana em Jesus de Nazaré.
3 - Tempo - Reflexões sobre a Pessoa Jesus de Nazaré.

Espiritualidade Litúrgica

Reflexões sobre a Formação da Pessoa de Jesus de Nazaré - 8ª Semana - 20/01/2013 - II Domingo pós Epifania do Cristo de Deus - A Infância do Menino Jesus de Nazaré.

Os católicos tradicionais em sua maioria ignoram os fatos reais acontecidos na vida de Jesus de Nazaré; de sua infância histórica, ignoram os fatos reais cumpridos dentro do judaísmo; mas desenvolveu uma mirabolante devoção a "outro menino Jesus", ora dito de Praga (relacionado com uma imagem de porcelana que escapou de um incêndio), ora dito "Filhote de Santo Antônio" (em relação ao menino nos braços de uma estátua do santo franciscano).

Os dois aspectos acima referidos, demonstram uma devoção dos católicos, não verdadeiramente ao Menino Deus, mas sim ao mundo lendário das imagens e fantasias populares criados espúriamente, e ligados ao universo da iconodulia e do fetichismo santoral; portanto, ligado ao que de pior existe no catolicismo enquanto grupo cristão, posto que teimosamente desobediente ao claro mandamento de não construir imagens como objetos de culto devocional ou latrêutico, posto que desviados dos ensinamentos do evangelho e bem ao gosto dos interesses ideológicos de castas e de confrarias.

Jesus de Nazaré nasceu em um lar israelita (judeu), portanto teve uma infância como as outras cianças judias.
O conceito de infância no mundo judeu vai do nascimento até mais ou menos os sete anos, durando até a fase do seu Bar Mitzvah aos 13 anos (quando menino), ou o Bat Mitzvah aos 12 anos (quando menina), a partir das quais são considerados participantes do mundo dos adultos.

Na fase da infância a criança tem uma íntima participação na vida religiosa, pois o menino é circuncidado oito dias após nascido e aos quarenta dias, frequenta o templo com seus pais, para oferecer o ritual de purificação pós parto e ser apresentado e consagrado à Deus.
O Menino Jesus de Nazaré se submeteu a essas práticas religiosas do judaismo, em companhia de seus pais Maria e José.

A fase da infância no judaismo é importante, porque é através dela que os pais cuidam da educação implantando as bases do caráter e da personalidade do futuro adulto como servo de Jeová.

Nesta semana (20/01/2013) do II domingo pós Epifania do Cristo, o Hemerológio Cristão propõe para nossa reflexão e vivências a infância do menino Jesus de Nazaré, tempo áureo para a formação da personalidade do adulto Jesus de Nazaré; árdua tarefa que seus pais cumpriram fielmente, mas que, infelizmente em nossos dias está relegado a pessoas estranhas, sejam as babás, pagens, creches, pré-escolas, veículos midiáticos e coisas do gênero.

Pensemos meus irmãos e minhas irmãs, no que podemos fazer no sentido de bem formar o caráter e a personalidade das nossas crianças de hoje, que serão os adultos de amanhã, para poder vislumbrar as comunidades e sociedades que teremos em nosso futuro próximo. Saibamos observar o temperamento manifesto por nossas cianças e apliquemos os recursos da pedagogia bíblica adequados para moldar-lhes o caráter e a personalidade.

Que a benção do Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito  

Santo  desça sobre todos nós e conosco permaneça para sempre! 
      Dom Felismar Manoel - Bispo Primaz 
       Catolicismo Apostólico Salomonita 

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domingo, 13 de janeiro de 2013

Restauração da Autonomia Eclesial - Catolicismo Salomonita no Brasil


Prof. Dr. Felismar Manoel (1)



Em 06/01/2013 estamos comemorando o 47º ano de Restauração da Autonomia Eclesial do Catolicismo Salomonita em Território Brasileiro. Durante esses quarenta e sete anos, além de divulgar o Evangelho de Jesus Cristo no seio das Comunidades Paroquiais, levando a alforria cristã para pessoas humanas na vida pessoal, na vida familiar e na vida social, concedemos também a Sucessão Apostólica Histórica, através do Ministério Episcopal de nossos Bispos, a três Igrejas Irmãs: uma Igreja Católica Carismática na Alemanha, uma Igreja Ortodoxa no Rio de Janeiro e uma Igreja Anglicana Evangélica no Nordeste do Brasil.

O que significa essa restauração

Discorrer sobre o catolicismo salomonita no Brasil exige situá-lo historicamente em nossa terra pátria, incluindo situar o Revmº Bispo Salomão Ferraz que lhe deu formato e dinamismo, um servo de Deus dígno entre as Veneráveis Grandes Almas.

Salomão Ferraz cursou o Seminário Presbiteriano em São Paulo de 1897 a 1901. Durante esse tempo se conscientizou do contexto de hostilidades que havia entre Católicos Romanos e Protestantes, e mesmo entre duas correntes Presbiterianas no Brasil. Havia nessa época entre as várias Igrejas Protestantes, Igrejas Evangélicas e Igrejas Católicas Reformadas do mundo, uma grande preocupação com a Unidade Cristã desejada por Nosso Senhor Jesus Cristo, e o Seminarista Salomão Ferraz se incluía entre os adeptos dessa preocupação.

Em 1886, a Câmara dos Bispos da Igreja Episcopal Protestante dos Estados Unidos da América, emitiu uma declaração que foi adotada pela Conferência de Lamberth da Igreja Anglicana em 1888, elencando quatro pontos que deveriam manifestar as condições da boa vontade para a unir Igrejas Cristãs:
1.As Santas Escrituras do Antigo e Novo Testamentos, como “contendo todas as coisas necessárias para a salvação”, e como sendo a regra e o padrão final de fé. 
2.O Credo dos Apóstolos, como o Símbolo Batismal, e o Credo Niceno, como suficiente declaração da fé Cristã.
3.Os dois Sacramentos ordenados pelo próprio Cristo – o Batismo e a Ceia do Senhor – administrados pelo uso regular das palavras de Cristo que os instituiu e dos elementos por Ele ordenados.
4.O Episcopado Histórico, adaptado localmente nos métodos de sua administração para as variadas necessidades das nações e povos chamados por Deus na Unidade de Sua Igreja". 
Esse documento ficou conhecido como Quadrilátero de Lamberth e exerceu muita influência no espírito do jovem seminarista Salomão Ferraz. 


O Seminarista Salomão Ferraz foi Ordenado Pastor Presbiteriano e ao iniciar o seu 
Ministério Pastoral em 1902 emitiu os Princípios Orientadores da sua vida pessoal e pastoral: 
a) Ter a Biblia como regra de fé e de conduta, lendo-a com simplicidade e em oração; crer, ser e fazer tudo o que ela ensina; b) Ter a oração como primeiro dever, na vida cristã e no ministério, à imitação de Cristo (Lucas 6: 12) e de seus apóstolos (Atos 6: 4); c) Nunca relatar a pessoa alguma as coisas que mais impressionam ou excitam, sem tê-las relatado primeiramente a Cristo; d) Nunca fazer qualquer coisa que excite a vaidade ou o desejo de aplauso, a não ser naquelas coisas que são absolutamente indispensáveis ao cumprimento do dever; e) Nunca alegrar em qualquer bom terreno sem reconhecer nele a dádiva de Deus, tendo portanto um coração reconhecido e agradecido; f) Não ter má vontade, indisposição, ou prejuízo para com pessoa alguma, tendo como dever supremo, os olhos abertos, o coração aberto e os lábios abertos.
No Ministério Pastoral Presbiteriano, Salomão Ferraz adotava duas posições unionistas cristãs, não rebatizando católicos convertidos e mantendo abertura para que cristãos de outras denominações participassem da Santa Ceia, quando a ela chegavam com fé e piedade cristã. É claro que essa não era uma posição oficial da Igreja Presbiteriana de então, e sim, uma posição pessoal do jovem Pastor, tal o seu desejo de união entre os cristãos. 

Salomão Ferraz ao iniciar o seu Ministério Pastoral teve dúvidas e inquietações para o que recorreu a Deus, e de joelhos em terra implorou o auxilio divino em oração, e abrindo a Bíblia ao acaso deparou com Romanos 3: 24, 25: "Justificados pela graça mediante a redenção que há em Jesus Cristo, a quem Deus propôs no seu sangue, como propiciação." 

O Pastor Salomão passa adotar a partir daí, Cristo como a Base Suprema da fé e da Vida. Disse ele: "A luz que trouxe-nos até o ponto em que chegamos, foi a luz que derramou seus clarões desde o cimo do calvário, desde a cruz; a luz que emana do sangue precioso de Cristo, a base suprema da verdadeira unidade da Igreja, penhor da paz entre as nações." E passa a ser esse o princípio orientador do seu esforço ecumênico, embora não sendo a dinâmica principal da pastoral presbiteriana.
Em 1917 o Pastor Salomão Ferraz se transfere para uma Igreja Episcopal, membro da Comunhão Anglicana, onde dinamiza o seu trabalho ecumênico através de uma confraria de irmãos, com o nome de Ordem de Santo André, dentro da jurisdição da sua nova Igreja. Em seus trabalhos nas comunidades eclesiais e nas suas publicações, nota-se um extraordinário pendor para os aspectos da apostolicidade histórica, principalmente para a eloquência das pompas litúrgicas, tendo um franco desenvolvimento até 1928, quando ele confere personalidade jurídica a Ordem de Santo André, adotando a possibilidade de formar capítulos em outras denominações cristãs. Esse apostolado teve franco florescimento até 1936, quando então houve um desalinhamento de sua pragmática pastoral com as orientações legítimas de seu Bispo do sistema Episcopal Anglicano. 

De 09 a 14/12/1936, os membros da Ordem de Santo André juntamente com outros cristãos de outras denominações religiosas, se reuniram em Assembléia Geral no I Congresso Católico Livre no Brasil, na Cidade de São Paulo, para decidir o que fazer diante do impasse que se verificava naquele âmbito eclesial. Decidiram por unanimidade pela Autonomia Eclesial do movimento unionista cristão, adotando o nome de Igreja Católica Livre no Brasil, elegeram Salomão Ferraz para seu Bispo Primaz, criaram o Seminário Teológico Santo André e outras instituições de ensino, bem como aprovaram outros Canones Regimentais, entre eles, adotando a Celebração da Santa Missa e Todos os Oficios no Templo em língua portuguesa, dispensando os "coroinhas e sacristães", passando a responder os responsórios a própria congregação eclesial, em um culto verdadeiramente em "espírito e verdade". 

O Bispo Eleito Salomão Ferraz providenciou a sua Sagração Episcopal na Europa, pelo sistema de Sucessão Apostólica Histórica, de acordo com a filosofia do Quadrilátero de Lamberth, mas infelizmente a guerra mundial impediu que ele viajasse, retardando a sua necessária sagração episcopal.
Em 1945, o Bispo Carlos Duarte Costa, após desentendimento com a Igreja Católica Apostólica Romana, ativou a Igreja Católica Apostólica Brasileira e lhe deu Personalidade Jurídica em Cartório da Cidade do Rio de Janeiro, e tão logo se estabeleceu, conferiu a Sagração Episcopal a Dom Salomão Ferraz para a Sucessão Apostólica da Igreja Católica Livre no Brasil . 

A Igreja Católica Apostólica Livre no Brasil desenvolveu o seu Ministério Especial de União entre os Cristãos com dinamismo e autenticidade de testemunho, o que levou Dom Salomão Ferraz a dialogar oficialmente com a Igreja Católica Apostólica Romana. Desse diálogo e aproximação surgiu o convite de união, que muito comoveu Dom Salomão Ferraz, em sua ingênua simplicidade de Pastor Presbiteriano, que nada entendia das "manhas e artimanhas" da política vaticaniana. Mesmo sem a concordância de todos, Dom Salomão formalizou a união com Roma, recolhendo o clero da Igreja Católica Apostólica Livre no seio da Ordem de Santo André, que deveria conservar seus carismas próprios, sendo Dom Salomão o seu Superior Geral. Salomão Ferraz teve o reconhecimento de suas Ordens e do seu Episcopado pela Sé Romana, formalizou sua Profissão de Fé na nova Igreja (Romana) e o clero discordante permaneceu sob a Mitra e o Báculo do Bispo do Rio de Janeiro, Dom Manoel Ceia Laranjeira, dando continuidade à práxis pastoral da Igreja Católica Apostólica Livre no Brasil, agora em seu período de "Igreja das Catacumbas", posto que sua Personalidade Jurídica não mais existia. 

A Igreja de Roma não cumpriu o que inicialmente fora pactuado com Dom Salomão Ferraz. Em verdade ele foi Bispo Auxiliar na Cidade de São Paulo, Titular de Eleuterna e indicado pelo Papa João XXIII para cuidar do ecumenismo com as Igrejas Evangélicas na América Latina; entretanto exigiu-se que os Padres casados abandonassem as suas famílias antes de serem acolhidos pela nova Igreja (Romana). Parece-me que apenas dois clérigos solteiros, além de Salomão Ferraz (casado, pai e avô), foram admitidos pela Igreja de Roma. Dom Salomão Ferraz ficou recolhido como Capelão de uma Maternidade em São Paulo. 

Em 1964, Dom Salomão manifestou sua decepção pela união e adesão orgânica à Igreja de Roma, tendo manifestado isto em nossos regulares encontros de orientação pastoral. Em nenhum momento Dom Salomão Ferraz abjurou os ensinamentos da Igreja Católica Livre no Brasil, por ele consolidada em 1936, nem tão pouco abjurou de ensinamentos propostos em 1902, 1917, 1928, 1936 e outros divulgados até 1959. De 1960 a 1964 (seu período romano), nenhum outro ensinamento foi proposto por Dom Salomão Ferraz, que alterasse as bases do chamado Catolicismo Salomonita. 

Dom Salomão Ferraz valorizava muito o período do Advento para as iniciativas eclesiais, e foi nesse periodo de 1965, que ele convocou-nos a São Paulo para uma orientação pastoral, tendo comparecido lá Dom Manoel Ceia Laranjeira e Padre Belmiro de Castro Ruas, quando ele pediu-nos que restaurássemos nosso antigo movimento, com as mesmas bases e a mesma dinâmica, já que ele estava no fim, pois muito enfraquecido e decepcionado com o que aconteceu em consequência de sua aproximação com a Igreja de Roma. De imediato ao retorno de São Paulo, Dom Manoel convocou o seu clero do Rio de Janeiro e Adjacências para um Concílio, que teve sua Primeira Sessão em Moqueta, Nova Iguaçu, ainda dentro do Advento e uma Segunda Sessão em Bangu, na sede do SETESA, no Rio de Janeiro. Decidiu-se pelo nome de Igreja Católica Apostólica Independente no Brasil, elegendo Dom Manoel Ceia Laranjeira como Patriarca do Rito Brasiliense, nome que Dom Salomão Ferraz atribuíra para sua versão em língua portuguesa e de acordo com Princípios Litúrgicos Especiais e Rubricas próprias. Deu-se entrada no Registro de Pessoas Jurídicas no Cartório do Rio de Janeiro, e a 6 de janeiro de 1966, estava Restaurada a Autonomia Eclesial do Catolicismo Salomonita no Brasil, sob novo nome, seguindo o exemplos das Igrejas do Novo Testamento, em especial a Igreja de Jerusalém e compatível com a contemporânea Igreja Católica Independente das Filipinas. 

Hoje, ao comemorar os 47 anos de Restauração de nossa Automía, nesse 6 de janeiro de 2013, destacamos algumas datas que são significativas para nós do Movimento Católico Salomonita, de perfil Apostólico e Evangélico, vicejante em nossa amada Igreja Católica Apostólica Independentes de Tradição Salomoniana, a nossa querida ICAI-TS. 

3º Ano do Realinhamento Salomonita (Feira de Santana - 2010) 

38º Ano do Episcopado (Rio de Janeiro - 1975) 

47º Ano da Restauração pós-Roma (Rio de Janeiro - 1966) 

68º Ano da Sucessão Apostólica do Primaz(Rio de Janeiro - 1945) 

77º Ano da Autonomia Eclesial pré-romana(São Paulo - 1936) 

96º Ano de Organização Eclesial (São Paulo - 1917) 

111º Ano da Declaração dos Princípios Salomonitas (São Paulo - 1902) 

Dom Felismar Manoel - Bispo Primaz 

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(1) - Professor Mestre Adjunto I da UNIGRANRIO; Doutor em Filosofia da Religião - SETESA/Não Capes; Mestre em Ciências da Motricidade Humana - UCB/Capes; Formação em Psicanálise Clínica - SFPC; Formação em Psicomotricidade Sistêmica - CEC; Formador-Didata em Terapia Psicomotora Analítico Clínica - TEPAC do CEBRASC; Especialista em Docência Superior - IBMR; Bacharel em Fisioterapia - IBMR; Bacharel em Filosofia - SETESA; Bacharel em Teologia - SETESA; Bispo Primaz do Catolicismo Evangélico Salomonita - ICAI-TS.

sábado, 12 de janeiro de 2013

A Provisão da Família de Jesus de Nazaré.


Catolicismo Apostólico Salomonita
Diretório de Espiritualidade Litúrgica - Ano Eclesial 1986 (2012/13)

Cores Litúrgicas:
Vermelho (Estação Verão - Festa das Luzes) - Simbolizando a coragem e a tenacidade dos seres humanos de boa vontade, na prática do amor e caridade para com todas as criaturas de Deus.

Cinza - Nos Oficios Penitenciais, de Tristeza e/ou Luto;
Branco - Substitutivo de todas as cores e simbolizando a Integralidade, a Alegria, a Pureza e a Fé Espiritual.

Atualização dos Mistérios de Deus Intervindo na História da Humanidade:
I Movimento - Arco descendente - Teoantropéia -
O Cristo, Filho Unigênito de Deus, se manifesta no Planeta Terra tornando-se Pessoa Humana em Jesus de Nazaré.
3 - Tempo - Reflexões sobre a Pessoa Jesus de Nazaré.

Espiritualidade Litúrgica

Reflexões sobre a Formação da Pessoa de Jesus de Nazaré - 7ª Semana - 13/01/2013 - I Domingo pós Epifania do Cristo de Deus - A Provisão da Família de Jesus de Nazaré.

As Sagradas Escrituras afirmam que nenhum ser humano da terra está isento de pecado, exceto Jesus Cristo, o Filho de Deus que se tornou humano, assumindo um corpo no ventre da virgem Maria, filha de Ana e Juaquim, descendente portanto de Adão e Eva, para levar sobre si o pecado de toda a humanidade.

Sabemos que Cristo, enquanto Deus Filho, sempre existiu, desde toda a eternidade, e que, portanto, a virgem Maria não gerou a Deidade do Cristo, não gerou a essência divina do Cristo, pois Ele já existia antes dela, e mesmo já existia desde toda a eternidade, semelhante ao Pai e ao Espírito Santo, sendo os três coeternos; entretanto, foi no útero da virgem Maria que o Filho de Deus tomou a forma humana, formando o corpo de Jesus de Nazaré.

Os cristãos ortodoxos usando a lingua grega, denominaram a virgem Maria de theotocos, que significa o útero que gerou a humanidade do Filho de Deus. Esta forma grega usada difere do conceito da língua latina Dei genitrix, sendo esta forma latina inaceitável, pois afirma a idéia de que a virgem Maria é a mãe de Deus, ou seja, aquela que gerou Deus. Sabemos que isto não é verdade, e é bem definido desde muito cedo no cristianismo, no Credo Atanasiano, quando afirma que "o Filho (Cristo) não foi criado, nem foi procedente, mas que o Filho foi gerado no seio do Pai, desde toda a eternidade"; por isso algumas correntes cristãs atribuem a Deus Pai a função andrógina de Pai/Mãe.

Muitas das vezes supra-enaltecemos o papel da Virgem Maria, com relação a vida de Jesus Cristo, e esquecemos do importante papel de José na vida de Jesus de Nazaré.

O Hemerológio Cristão, propõe para nossa refexão litúrgica neste primeiro domingo após a epifania, a "provisão da família de Jesus de Nazaré". Sabemos que na época do nascimento de Jesus e no contexto sociocultural da sua família (José, Maria, Ana, Juaquim e provavelmente outros parentes), era tarefa do pai preocupar-se com a provisão da família, cabendo portanto a José, a sublime preocupação de exercer o necessário cuidado para que nada faltasse aquela nova criança que nascera em Belém de Judá.

José cumpriu bem sua tarefa quando providenciou as oferendas para o ritual de purificação pós parto, quando da apresentação do menino no templo; protegeu o menino quando teve que fugir com ele e sua mãe para o Egito, afim de ocultá-lo da jurisdição de Herodes que queria matá-lo; voltou do Egito com ele e sua mãe novamente para sua terra, quando Herodes já tinha morrido; instalou-se em Nazaré, oferecendo-lhe um lar, para que ele pudesse construir uma saudável personalidade como um jovem hebreu, enquanto pessoa humana, sendo nesse ambiente que o menino vivenciou sua infância, adolescência e talvez sua juventude.
Devemos estar cientes que quatro fatores contribuem para a formação do caráter e personalidade do ser humano: os fatores biológicos fornecidos por Maria, os fatores socioculturais do judaismo, os fatores ambientais do seu bioma, e a história de vida da criança. José e Maria forneceram as condições ideais para que esses fatores fossem disponíveis e em boa ordem.

É importante meus irmãos e minhas irmãs, que pensemos Jesus Cristo como Filho do Deus Vivo e Verdadeiro, mas que também lembremos de sua humanidade assumida na descendência de Adão e Eva através de Maria, sem a qual ele não levaria à cruz a nossa humanidade pecadora para redimí-la com o seu sacrificio. Se a virgem Maria fosse concebida sem o pecado de origem, Jesus seu filho não teria assumido uma natureza pecadora, para redimí-la na cruz, embora sendo ele o único sem pecado. Sejamos agradecidos por isto, Jesus Cristo é o penhor de nossa salvação. Demos graças a Deus.

Que a benção de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, 


desça sobre cada um de nós.


         Catolicismo Evangélico Salomonita


         Dom Felismar Manoel - Bispo Primaz

                 felismarmanoel@gmai.com














sábado, 5 de janeiro de 2013

Epifania ! A Humanidade Reconhece a Divindade de Jesus.


Catolicismo Apostólico Salomonita
Diretório de Espiritualidade Litúrgica - Ano Eclesial 1986 (2012/13)


Cores Litúrgicas:
Vermelho (Estação Verão - Festa das Luzes) - Simbolizando a coragem e a tenacidade dos seres humanos de boa vontade, na prática do amor e caridade para com todas as criaturas de Deus.

Cinza - Nos Oficios Penitenciais, de Tristeza e/ou Luto;
Branco - Substitutivo de todas as cores e simbolizando a Integralidade, a Alegria, a Pureza e a Fé Espiritual.

Atualização dos Mistérios de Deus Intervindo na História da Humanidade:
I Movimento - Arco descendente - Teoantropéia -
O Cristo, Filho Unigênito de Deus, se manifesta no Planeta Terra tornando-se Pessoa Humana em Jesus de Nazaré.
2 - Tempo (Celebração do Natal) - Surgimento do Cristo de Deus nas vidas dos seres humanos

Espiritualidade Litúrgica da Celebração do Natal


Celebração do Nascimento do Cristo de Deus - 6ª Semana - 06/01/2013 - Epifania do Cristo de Deus - A Humanidade Terrena Reconhece a Divindade do Menino que Nasceu.

===> O tempo da Celebração do Natal de Cristo dura de 25 de dezembro do ano que está findando, até o domingo da semana de 06 de janeiro do novo ano que inicia <===

Estamos na sexta semana do ano litúrgico cristão, e que neste ano, coincide com o Domingo da Epifania do Cristo de Deus. O Hemerológio Litúrgico Cristão propõe para as nossas reflexões e vivências de espiritualidade litúrgica, o fato da humanidade terrena, representada pelos sábios da época, terem reconhecido a divindade da criança que nascera sob aquele evento significativo dos astros siderais.
Os "Reis Magos" referidos nos textos evangélicos, eram na realidade os sábios da época, com conhecimentos significativos de astronomia, que tinham o hábito da "leitura celeste" dos trânsitos dos astros, e que na cultura dominante da época, atribuiam grande influência entre as ocorrências dos trânsitos siderais e os eventos que ocorriam na terra.

Quando os Magos chegaram a Palestina e falaram com o Rei Herodes, o menino Jesus já aproximava dos dois anos de nascido; porisso o Rei Herodes que queria matar o menino Jesus, ordenou que matassem todos os meninos nascidos até dois anos, imaginando que entre os meninos mortos estaria também o menino Jesus; entretanto, José foi avisado por um anjo, oniricamente, e fugiu para o Egito com o menino Jesus e a sua mãe Maria de Nazaré. Lá no Egito Herodes não tinha jurisdição, estando lá protegido o menino.

Todo o capítulo 2 do Evangelho Segundo Mateus se ocupa da narrativa envolvendo a visita dos Magos, a fuga para o Egito, a matança dos inocentes e o retorno do Egito, após a morte do Rei Herodes. Todas essas estratégias da Sagrada Família faz parte da segura provisão do menino Jesus, por seu pai e protetor, com a ajuda dos Céus.

Os textos mais antigos não atribuem a categoria de "Reis" aos Magos, apenas de sábios da época. Parece que essa questão de atribuir-lhes o nome "Reis Magos" só foi incorporado aos textos uns 500 anos após o seu nascimento.

Embora o ambiente "católico" pouco consciente da vida cristã, mais envolvido com o devocionismo popular e fetichista, faça um alarde desproposital sobre a devoção ao Menino Jesus, a maioria ignora o mais elementar dos fatos que envolveram a vida de Jesus enquanto menino: seu nascimento em ambiente sem conforto, falta do acolhimento por todos os membros da família, perseguição na fase da infância, fuga para um pais estranjeiro, falta de solidariedade de outras crianças na fase de convivência infantil, provocar sofrimente para outras famílias que tiveram seus filhos mortos, derramamento do sangue de inocentes por sua causa.
A devoção dita ao menino Jesus, existente no meio católico, não se baseia em fatos da vida de Jesus e sim do "folclore e fantasias" criadas pelo devocionismo e fetichismo inconsequente, que alimenta o parasitismo espiritual e distancia os seres humanos da verdadeira salvação oferecida por Jesus Cristo, conforme seu evangelho.

Voltemos a Jesus, o Cristo de Deus, que veio a terra e assumiu a nossa natureza pecadora em Maria de Nazaré, a filha de Adão, virtuosa e temente a Deus, que foi escolhida por Deus e aceitou ser a "Teotocos", o "útero" sagrado que gerou "Deus" em sua encarnação humana, a quem devocionalmente atribuimos o título de "Mãe de Deus", embora sabendo que Deus sempre existiu, antes dela. O fato de Jesus, O Cristo de Deus, o único sem pecado, ter assumido a natureza humana pecadora em Maria, viabilizou a expiação redentora mediante o seu sacrificio na morte da cruz.

Sejamos reconhecidos e agradecidos a Deus por nos ter enviado seu Filho, para assumir a nossa natureza humana decaída e resgatá-la com sua encarnação, vida, morte, visita ao hades, ressurreição e ascensão aos céus, bem como pelo envio do seu Santo Espírito para nos orientar em todas as coisas.

Que a benção do Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, desça sobre todos nós e permaneça para sempre!
      Dom Felismar Manoel - Bispo Primaz
      Catolicismo Apostólico Salomonita
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