terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Diretório de Espiritualidade Cristã de Tradição Oriental - DECTO


Catolicismo Apostólico Salomonita
Camara Eclesial Uniata Cristã
CEUC
I - União Ecumênica Intra-Eclesial
1.1 - Dizia Dom Salomão Ferraz em 1941, por ocasião do 119º aniversário da Independência do Brasil, em sua conferência intitulada "Maioridade Nacional, Civil e Religiosa":
" ... É preciso lembrar que o Reino de Deus, impetrado na Oração Dominical, e que é missão da Igreja implantar no mundo, consta dos seguintes elementos essenciais:
a) - É o regime da fé – fé absoluta em Deus, fé nos seres humanos, fé na finalidade transcendente dos humanos, como individuo e como espécie.
b) - É o regime da verdade.
c) - É o regime da justiça social.
d) - É o regime dos seres humanos livres e dos povos livres, e da única ordem social compatível com a dignidade da natureza humana restaurada:
Ouve, ó Israel, o Senhor é nosso Deus, o Senhor é Um Só."

Foi com base nessa idéia que Dom Salomão idealizou o Unionismo Cristão que ora estamos retomando através da Câmara Eclesial Uniata Cristã-CEUC, tanto para o Ecumenismo Intra-eclesial através de nossos Diretórios de Espiritualidades Diversas, quanto para o Ecumenismo Inter-eclesial com participações colaborativas, diálogos e políticas de promoção humana junto a outras denominações cristãs.
Conforme expressou Dom Salomão Ferraz no passado, nós hoje no Brasil, estamos definindo um caminho a seguir, adotando os seguintes passos de nossa consolidação em torno de Cristo:

1.2 - Declaramos, francamente, sem equívocos, a nossa maioridade espiritual e consagramos uma FIRME UNIÃO EM CRISTO, constituídos por diversas comunidades eclesiais, com diferentes vivências espirituais no seio de nossa amada ICAI-TS, o nosso amado CATOLICISMO APOSTÓLICO SALOMONITA, confessando os termos dos chamados Credos Ecumênicos tradicionais dos cristãos antes das divisões da Igreja Cristã Una, Católica e Apostólica, adotando os seguintes distintivos:

a) - O culto, os sacramentos e todos os nossos atos religiosos celebrados em língua nacional, pois uma religião viva requer, para sua devida expressão, o veículo de uma língua viva.

b) - O clero deverá ser vinculado à Pátria, constituído por cidadãos brasileiros, e não por indivíduos com votos de vassalagem a qualquer instituição política, com sede no estrangeiro.

c) - O clero deverá ser integrado na vida nacional mediante a família, que a qualquer clérigo assiste o direito, humano e divino, de constituir, segundo o exemplo e o espírito da Igreja primitiva.

d) - Que haja e se mantenha relação de cordial fraternidade e cooperação com todos os ramos da Igreja universal, no Oriente e no Ocidente, tanto as base apostólicas históricas, como as de base na reforma protestante, e que se perpetue com profundo respeito entre nós, o dom do Episcopado Eclesial na Sucessão Apostólica.

e) - Que haja um leal entendimento e colaboração com as autoridades legitimamente constituídas do país, para o progresso geral do Povo e da Pátria Brasileira.
f) - Que a vida interna de nossas organizações eclesiais seja regulada por assembléias nacionais com representação do clero e dos fiéis do Brasil, de acordo com a Legislação Brasileira.

g) - Que seja mantida uma instituição cristã unida, católica mas com fundamentação nos evangelhos, livre, animada de espírito apostólico, em condições de congraçar na unidade da fé todas as dissidências e reduzir ao mínimo as divergências por motivo religioso no país.

h) - Como medida de ordem prática, fugindo dos devaneios infrutíferos, que corporifiquemos, consolidemos e mantenhamos uma Igreja livre no Brasil, com autonomia, independente, como as igrejas do Novo 

Testamento, ignorando os arroubos de hegemonia de algumas instituições cristãs sobre outras.

i) - Que assumamos o caminho por onde a fé nos leva, o caminho que do alto o Cruzeiro nos indica – o caminho de Deus, o caminho da vida e da paz, o caminho da Pátria renovada.

1.3 - Para consolidar essa união em torno de Cristo no seio de nossa Instituição Eclesial, sustentando os distintivos acima expostos, a Câmara Eclesial Uniata Cristã da ICAI-TS, para a promoção do Ecumenismo Cristão Intra-Eclesial, organiza os seguintes Diretórios de Espiritualidades já existentes, sem prejuízo de outras que possam surgir:

d) Diretório de Espiritualidade Cristã de Tradição Oriental - 

DECTO, como núcleo acolhedor das comunidades de experiências espirituais de devoções originadas do cristianismo primitivo e de ritos católicos orientais, harmonizados com os seguintes princípios.

1 - A espiritualidade das Igrejas Cristãs Orientais se fundamentam em uma forte valorização da Liturgia, das Sagradas Escrituras, dos Santos Mistérios e da Santa Tradição, não podendo as instituições do ocidente menosprezar estes atributos, quando adotam a prática da espiritualidade cristã oriental, embora vivendo no ocidente.

2 - É preciso discernimento para respeitar a tradição canônica e os santos ícones, não como fetiches cultuais, mas como recursos para expressar na arte sagrada a divulgação da vida e valores do mistério de Deus, ou da vida dos seus servos, como fontes de reflexões espirituais.

3 - É preciso cuidadoso zelo espiritual para não reduzir a Sagrada Liturgia a atos de políticas sociais e de desagravos, como ocorrem costumeiramente no ocidente. A ministração dos Santos Mistérios é também uma liturgia de adoração à Santa Una e Indivisa Trindade.

4 - É preciso cuidadoso discernimento para não desvirtuar o culto da Theotocos dos cristãos orientais, como o santo útero que gerou a manifestação humana de Deus, e não do modo popular do ocidente, que considera que a Virgem Maria é a mãe de Deus, como a fonte da qual Deus passou a existir

5 - É preciso cuidado para não subverter o mistério da eucaristia, transformando-o em coisa que se separa, se guarda, se expõe, se exibe em ruas e praças, como objeto coisificado de adoração.

6 - É preciso disciplina e fidelidade aos Ritos Orientais e desenvolvê-los dentro dos princípios que os produziram, os regem e de acordo com as finalidades para as quais os mesmos foram elaborados.

II - Convivência Ecumênica Inter-Eclesial
2.1 - O comportamento ecumênico entre igrejas cristãs visa orientar as convivências entre irmãos de instituições diferentes, as participações colaborativas, os diálogos inter-religiosos e as políticas de promoção humana comum em favor do povo, junto a outras denominações cristãs.
2.2 - A experiência ecumênica do Catolicismo Apostólico Salomonita junto a Igreja Romano-Papal, na década de 1960, foi frustrante, decepcionante, levando a descrença e falta de confiança nas "falas" das autoridades daquela Igreja, pelo descumprimento de protocolos verbais assumidos e total desinteresse pastoral pela situação espiritual dos fiéis e clero existente além do Reverendíssimo Bispo Salomão Ferraz, pois só este foi contemplado. Contentou-se aquele Patriarcado de Roma, em apenas desarticular o Pastorado de Dom Salomão Ferraz junto à grei da Igreja Católica Livre no Brasil e criou-se impedimento para o acolhimento das congregações do povo de Deus por ele pastoreada. Em virtude deste fato, a ICAI-TS com o seu Catolicismo Apostólico/Evangélico Salomonita, adotou como critérios para orientar as convivências ecumênicas inter-eclesiais, os seguintes princípios:
a) – Buscar a orientação do Espírito Santo através das orações individual ou congregacional, a nível institucional, ou de participação interdenominacional.
b) – Conhecer com segurança os valores e os carismas próprios de nossas comunidades e da nossa denominação e sermos pró ativos e zelosos em defendê-los.
c) – Procurar conhecer os valores e os carismas das outras comunidades e suas denominações e respeitá-los com alteridade.
d) – Não concordar que falem inverdades sobre nossas comunidades ou denominação e nem falarmos sobre as outras comunidades ou denominações o que não sabemos ser verdadeiros sobre elas.
e) – Promover sempre que possível, na caridade e amor cristão, o conhecimento de nossas semelhanças, evitando sempre as discussões sem propósito sobre as nossas diferenças.
f) – Participar de trabalhos interdenominacionais que promovam o ser humano, que cultivem a paz, que promovam o bem social, que proteja o planeta e a vida, que discutam com respeito e real desejo de conhecer verdadeiramente nossos pontos de idiodoxia e crenças básicas, e que contribuam para a maior glória de Deus.
g) - Igualmente participar de trabalhos interdenominacionais que em verdade busquem conhecer as crenças, doutrinas e pontos de vista de outras denominações religiosas, contribuindo para a maior glória de Deus e uma vida mais solidária e harmoniosa no planeta em que vivemos.

III - Regras Básicas Orientadoras
O Conselho Eclesial Superior - CES da ICAI-TS, visa através destas Regras Básicas, fornecer subsídios reguladores dos nossos diversos movimentos de espiritualidades existentes no seio de nossa Igreja, principalmente para consolidar o perfil já existente de diferentes comunidades e permitir uma orientação mais segura para seus Bispos e Reitores Paroquiais.
Uma das caraterísticas fundamentais do unionismo cristão no movimento salomonita pré-romano, foi manter irmanados na mesma igreja comunidades com tradições e costumes espirituais diversos, posto que todos se inspiram no evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Além deste ecumenismo intra-eclesial, após a malograda experiência ecumênica com a igreja de Roma, a icai-ts reorientou também as regras para as suas relações de ecumenismo inter-eclesial.

Dom Felismar Manoel - Bispo Primaz do Brasil
Dom Roberto Garrido Padin - Bispo Diocesano de Salvador e Comissariado Nordeste
Dom Raimundo Augusto de Oliveira - Bispo Diocesano de Feira de Santana





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