domingo, 11 de março de 2012

Jesus é Tentado no Deserto e Vence a Tentação

Ciclo da Antropotéia - Tempo de Metanóia -
16 Semana - Prática do Retiro, Jejum e Oração.


Estamos no terceiro domingo das cinzas, quando o Hemerológio Cristão propõe para as nossas vivências e reflexão a tentação de Jesus no deserto, para onde Ele se retirou logo após o seu batismo por João.

Os evangelhos canônicos em Mateus 4: 1-11; Marcos 1: 12-13; Lucas 4: 1-13, narram o evento, afirmando que Ele foi conduzido pelo Espírito, para ser tentado pelo diabo.

Lembremos que Jesus de Nazaré como Filho de Deus, continuou também Filho do Homem. Talvez por isso, Ele disse para João Batista por ocasião de seu batismo, que tinha que "cumprir toda a justiça". Sabe-se que era costume em sua época, os candidatos às mais altas iniciações espirituais nas Ordens Iniciáticas de então, serem submetidos à provas antes de se tornarem os "perfeitos", ou os "Mestres", "Terapeutas" e "Profetas" para o atendimento público.

Jesus de Nazaré também foi provado no deserto antes de iniciar o seu Ministério Público. Afirmam os textos que Ele esteve no deserto por quarenta dias em retiro, só com Deus seu Pai e os Anjos que ministram a nosso favor.

Em seu retiro Ele jejuou e orou e no fim teve fome.

Existe na natureza dos seres do reino animal uma programação biológica que os impulsiona para as ações que lhes garanta a sobrevivência. Jesus como fiel representante dos humanos, também teve essas pulsões intintivas características, e portanto teve fome, e o diabo tirou proveito desta fome para tentar Jesus.

O conceito de diabo no passado não tem as mesmas significações que na época atual. A palavra diabo é originada de dois vocábulos da lingua grega, diá e bollos, significando "jogar contra", passando a idéia de uma força, ou pulsão que joga contra nosso plano de desenvolvimento, de evolução, de salvação. E Jesus assumiu a natureza humana com toda as suas fragilidades. Diábolos transmite a idéia de oposição a realização das tarefas do nosso dever, com o fim de cumprir os propósitos para os quais fomos criados; transmite a idéia de oposição ao cumprimento de nossa missão.

As estruturas diabólicas podem estar dentro de nós em forma de racionalizações, levando algumas de nossas dimensões psíquicas a fazer questionamentos dialéticos, que poderão levar-nos a desviar dos nossos propósitos mais coerentes e altruistas, em favor do ego pessoal. Parece ser este o caso acontecido das tentações com Jesus de Nazaré. Pois Ele teria que fazer a opção alí, naquela hora que Ele se dispunha a iniciar o seu Ministério Salvífico: ou Ele usava seus poderes para se tornar um Mestre Humano bem sucedido nas glórias do mundo, cedendo às forças diabólicas, ou Ele se mantinha fiel aos propósito de sua vinda à terra, rechaçava o diabo e cumpria sua missão de Redentor da Humanidade.

Todas as nossas pulsões tendem às possibilidades dialéticas, tanto para o bem, quanto para o mal, e em consequência, o espírito das trevas pode tirar proveito delas e se aliar às forças diabólicas.

O velho satanás, enquanto personificação dos espíritos do mal seguidores de Lucifer, aliou-se às arquitetações diabólicas, aproveitou a oportunidade e usou as próprias Escrituras para tentar desviar Jesus de sua missão. Primeiro aproveitou de sua fome e da sua confiança na proteção dos anjos de Deus e quis abalar a certeza de sua identidade como Filho de Deus; logo a seguir aproveitou da sua capacidade de projeção consciencial e tentou-lhe pela vaidade e pela sede de poder; mas em todas as oportunidades, também Jesus o rechaçou usando as palavras das Sagradas Escrituras. Finalmente Jesus venceu todas as tentações e foi servido pelos anjos de Deus.

Jesus Cristo é proposto como nosso modelo a ser seguido, Ele também enquanto ser humano foi tentado, e valendo-se das estratégias apropriadas, venceu a tentação e derrotou os tentadores.

Em certa ocasião, relata o evangelho de Mateus 17: 21, Jesus disse que certa casta de demônios, só pode ser vencida pelo jejum e pela vida de oração. Os demônios também podem tirar proveito e aderirem às maquinações diabólicas das pessoas, constituindo em condicionamentos impeditivos do progresso do bem.

Os demônios são classes de "espíritos" da natureza, ou de almas humanas desencarnadas, que por razões de afinidades se sintonizam com os humanos encarnados trazendo-lhes perturbações.

Todos os tipos de opositores espirituais, os diabos, demônios e satanás podem ser vencidos pelo poder de Deus, pela vivência prática da Palavra de Deus, na vida de jejum e oração.

Meus irmãos e minhas irmãs, aproveitemos do exemplo de Jesus e dos seus ensinamentos nos evangelhos que nos foram legados, e vivamos em harmonia com a Palavra de Deus, na construção de um mundo melhor na nossa vida pessoal, na vida das nossas famílias, nas nossas comunidades, em retiros de reflexões e vivências espirituais, na busca de uma vida plena como Jesus Cristo desejou, em comunhão com Deus e os irmãos, em jejum e oração.

Que Deus tenha piedade de nós, nos perdôe e abençôe a todos.

Dom Felismar Manoel - Bispo Primaz

Catolicismo Evangélico Salomonita

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