Ciclo da Antropotéia - Tempo de Metanóia -
17 Semana - Jesus está no Mundo: vai a festa de casamento, dialoga com os pecadores, ouve o pedido de sua mãe, opera maravilhas (thaumatos) e realiza milagres (terastes).
Nos Evangelhos Canônicos encontramos fartas referências da atuação de "Jesus-estando-no-mundo". Aspeio o "estar-no-mundo" para enfatizar a concretude da corporeidade como epifania do ser que age intencionalmente, realizando o seu projeto testemunhal.
Jesus Cristo está presente no mundo não como um ser-do- mundo, mas como um ser-no-mundo, realizando aí a sua missão de Embaixador do Céu, realizando sua missão de Arauto da Triuna Divindade, que quer partilhar com os humanos a Vida Eterna, a vida que tem princípio quando nós a aceitamos, mas que não tem fim (porque tem continuidade na salvação, ou na perdição); quer partilhar conosco a possibilidade de vivenciar essa vida em plenitude, para o que Ele instituiu sua Igreja como seu Corpo Místico, fazendo-nos participantes da Comunidade da Trindade Santíssima, enquanto membros desse Corpo Místico, enquanto seus irmãos e irmãs, enquanto filhos e filhas adotivos do Pai Eterno. A Ele demos graças e glórias!
Jesus está presente no mundo, conforme relatam os evangelhos, junto aos pobres e oprimidos, junto aos enfermos e pecadores, junto ao clero e fiéis, junto aos aristocratas e aos simples, dialogando, agindo, pregando martirialmente pela eloquência da sua vida pessoal, familiar e social; pregando didaticamente com o ensinamento aos mais íntimos; pregando querigmaticamente com os solenes pronunciamentos das verdades oriundas das revelações do Pai Eterno.
No mundo Ele opera as maravilhas (os thaumatos pessoais), Ele realiza os milagres (os terastes como sinal do céu). É assim que Ele faz sua imersão no planeta terra que foi criado para ser o cenário da nossa evolução, do nosso desenvolvimento, do nosso lar e moradia para nossos descendentes, da nossa Eterna Salvação e finalmente cenário para ser o Reino de Deus co-construído por nós seus discípulos.
O Evangelho de Jesus segundo João capítulo 2, versículos 1-12, relata o comparecimento de Jesus, com sua mãe e seus discípulos em uma festa de casamento.
É interessante esta narrativa porque fala de Maria, a mãe de Jesus, fala de Maria do Evangelho.
Jesus, sua mãe e seus discípulos comparecem a uma festa de casamento, um casamento segundo os costumes judáicos, festa muito valorizada e muito alegre.
O texto registra que a mãe de Jesus observou que o vinho que se oferecia aos convidados já tinha acabado e ainda estava em meio da festa. Maria, a mãe de Jesus se preocupa e vai interceder junto a seu filho primogênito para fazer alguma coisa, pois ela sabia que Ele é também o Filho Unigênito de Deus, com poderes para solucionar os problemas surgidos.
Jesus ouve sua mãe e lhe afirma ainda não ser chegada a sua hora. Maria, sua mãe não se preocupa com a resposta do seu primogênito, mas confia em sua misericórdia e por isso chama os que serviam as mesas e lhes admoesta dizendo: façam tudo o que Jesus disser.
Jesus pede aos serventes que encham as talhas de pedra com água e eles fazem isso enchendo as talhas com água. Jesus a seguir ordena que eles recolham das talhas e leve ao mestre de cerimônias para provar. Após provar, o mestre de cerimônias se dirige ao dono da festa, afirmando que o novo vinho é melhor que o primeiro vinho servido, sendo um procedimento diferente do costumeiro, pois normalmente se serve primeiro o vinho bom e por último o vinho inferior, pois os que já se embriagaram não terão mais o senso de percepção apurado para perceber a inferioridade do vinho no final da festa.
Aproveitemos esta narrativa para apreciar a diferença entre os procedimentos de Maria, a mãe de Jesus do Evangelho, com o espectro de "Nossa Senhora" do espiritismo mariano, "piedosa devoção" que se quer passar pela Mãe de Jesus, mas que tem alienado e desviado cristãos simples da fiel observância aos ensinamentos do evangelho de Jesus Cristo.
Santa Maria, a Mãe de Jesus do Evangelho, achou singular a noticia dada pelo anjo de que seria a mãe do Salvador do Mundo e espôs sua estranheza para o anjo, já que era virgem; mediante a explicação do anjo de que sua gravidez seria fruto do Espírito Santo, colocou-se como serva do Senhor para cumprir os planos de Deus.
Santa Maria, a Mãe de Jesus do Evangelho, quando saudada por Isabel, sua prima, como Bendita entre as mulheres, respondeu como serva: "a minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador, porque contemplou na humildade da sua serva".
Santa Maria, a Mãe de Jesus do Evangelho, em diversas ocasiões e episódios envolvidos na vida de seu Filho Primogênito, quando os eventos ocorriam e não eram ainda plenamente esclarecidos, ela guardava todas essas coisas em seu coração de mãe, porque ela sabia ser Ele além de seu Primogênito, também ser o Unigênito de Deus, o Pai Eterno.
Na Tradição Apostólica do Novo Testamento, nos ensinamentos de Atos 10: 36 encontramos que Jesus Cristo é o Senhor de todos; também o apóstolo Paulo aos Romanos 10: 12 e em I Coríntios 8: 5, ensina que Jesus Cristo é o único Senhor de todos; e ainda o mesmo Paulo em Efesios 4: 5 afirma que há um só Senhor Jesus Cristo, uma só fé e um só batismo.
Ainda nos valendo dos ensinamentos da Tradição Apostólica do Novo Testamento, encontramos na II Epístola de João, no versículo 9, a advertência pastoral de que "todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho".
Nos ensinamentos dos espectros "Nossa Senhora" como se fora Maria, a mãe de Jesus, há clara desobediências aos ditames da Tradição Apostólica do Novo Testamento. Tem sido ensinado doutrinas reveladas nessas manifestações medianímicas, pelos diferentes videntes, que reforçam interesses e ideologias de grupos religiosos que querem justificar doutrinas espúrias ao evangelho e à práxis da Igreja Apostólica; que querem reforçar ideologias de interesses particulares para a manutenção do status quo; que querem criar vassalagens mantenedoras de submissão e hegemonia (dulia e hiperdulia); haja vista para a titulação "nossa senhora", quando se sabe que há um só Senhor de todos; rezas de terços e rosários como meio de obtenção de favores para si e para outrem (neuro-condicionamentos repetitivos e acomodatícios); fortalecimento de dogmas e versões de interesses da egrégora clerical (imaculada conceição, vitória contra os albigenses - na realidade foram massacrados); indulgências obtidas para as almas do purgatório (estrutura do paganismo adotada por certas denominações).
É vasta a lista de condutas anti-bíblicas advinda dessas aparições do espectro mariano, que alienam os cristãos de fé simples, sem embasamento nas crenças sustentadas pelo evangelho de Jesus e ensinamentos dos apóstolos.
A fé é um dom de Deus que deve ser alimentada pela virtude do conhecimento da Palavra de Deus. As Sagradas Escrituras contém tudo o que é suficiente para a fé e a prática da Salvação em Cristo.
Aproveitemos a oportunidade para separar o conhecimento da Santa Maria, a Mãe de Jesus Cristo Filho de Deus, a Maria do Evangelho, que mandou fazer tudo o que Jesus manda, e as "Nossas Senhoras", espectros que querem passar por Maria, mas que através dos seus videntes, ensinam doutrinas piedosas, mas desobedientes da Palavra de Deus.
Que Deus tenha piedade de nós, nos perdoe abençoe a todos.
Dom Felismar Manoel - Bispo Primaz
Catolicismo Evangélico Salomonita
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