A igreja do Papa de Roma passa por dificuldades. Corre noticias que o Papa Bento XVI, de 85 anos, enfrenta movimentos opostos dentro da sua igreja, de um lado uma cúpula de conservadores do Vaticano vazando informações reservadas para a imprensa e de outro lado um movimento internacional de uma multidão de clérigos indignados, desobedientes e progressistas (Julio Algañaraz, Clarin).
Segundo parece o movimento nasceu na Austria e já se ramifica para Irlanda, Alemanha, França e Eslováquia, com simpatizantes na América Latina, EUA e Austrália.
Segundo consta, os "desobedientes" exigem:
o fim do celibato obrigatório;
a permissão da comunhão aos divorciados em segunda união;
a imposição do sacerdócio feminino;
um papel mais importante aos fiéis leigos na Eucaristia, permitindo-lhes pregar e administrar os sacramentos, sem uma missa, quando não há sacerdotes;
ordenação dos viri probati, fiéis casados e com filhos, de provada fé, que possam se tornar sacerdotes sem renunciar às suas famílias;
e o respeito pelos homossexuais, abençoando suas uniões.
Não me parece exageros as pretensões dos clérigos "progressistas", aliás, não são tão progressistas assim, pois existem outras denominações religiosas cristãs que adotam essas posições em suas práxis apostólicas.
Na última questão, entretanto, é preciso não confundir o fato de abençoar as uniões homoafetivas com a celebração do sacramento do matrimônio, este é possível apenas entre o homem e a mulher capazes da conjunção carnal e afetiva.
Não se deve, em sã consciência, negar uma benção da Igreja ao "voto de companheirismo e sociedade" entre pessoas do mesmo sexo e identidades de gênero compatíveis, que sejam tementes a Deus, piedosas e praticantes das ações eclesiais. Não se pode, entretanto confundir tal benção como se fora um sacramento do matrimônio, este sim, apenas entre a mulher e o homem que assumem a missão da maternagem e paternagem, fundamental na manutenção da família, célula essencial na formação das sociedades humanas, muito embora aceita-se outras formas legítimas de famílias.
Estas noticias trazem à tona uma questão crucial para as igrejas que se dizem cristãs.
Na realidade só existe uma Igreja Verdadeiramente Cristã, constituída no Corpo Místico de Cristo, e ela é formada por diferentes denominações institucionais cristãs espalhadas pelo mundo, conforme as diferentes culturas e ordenamento jurídico das nações, fornecendo as condições materiais para que as mesmas denominações religiosas organizem as diversas congregações para vivenciarem as práticas de fé e crença ordenadas por Jesus Cristo, sendo as congregações compostas por individuos que confessam a Jesus Cristo como o filho do Deus Vivo e vevenciam os ensinamentos de seu evangelho. Este contingente de cristãos compõem o Povo de Deus na terra.
Infelizmente algumas instituições denominacionais se auto-determinam como únicas legítimas e engendram esforços para exercerem hegemonia sobre as outras, chegando uma ao exagero de usar o símbolo da Tríplice Coroa para impor sua jurisdição sobre todas as igrejas, sobre todas as pessoas e sobre todos os governantes, tendo já pelo uso da força, no passado, ceifado muitas vidas em busca deste intento, e, nos dias atuais, ainda se comporta com poder de arbitrio consciencial em suas estrategias de imposição pelo mundo afora, em uma verdadeira Ideologia Ultramontanista.
Com certeza não é esse o ensinamento de Jesus Cristo em seus evangelhos canônicos, nem tampouco na legítima tradição apostólica que se encontra nos demais livros do Novo Testamento.
É lamentável que na Era Atual, quando as Sagradas Escrituras se encontram disponíveis e ao alcance de qualquer pessoa de boa vontade, ainda existam clérigos teologicamente formados buscando autoridade em Magistérios Eclesiais discordantes da Palavra de Deus. Isso evoca a colocação dos apóstolos para Jesus Cristo, quando disseram: ""A quem iremos, Senhor? se só tu tens palavras de Vida Eterna!"" Com certeza! Só existe um nome posto, pelo qual devamos ser salvos: Jesus Cristo o Filho do Deus Vivo, que se tornou humano para resgatar a nossa humanidade.
Até quando instituições denominacionais irão se impor assumindo a função de Chefes da Igreja de Cristo? ou até mesmo se auto-intitulando substituto (vigário) de Cristo na terra?
Pelo amor de Deus, devolvam a centralidade da Igreja a Jesus Cristo e se perfilem em adotar Magistérios Teológicos fundamentados na Teologia Bíblica.
Não transformem pessoas devotas e simples que procuram a Cristo, legítimamente, em súditos e fâmulos de seus sistemas de ideologias imperialistas, através de sedução estética e condicionamentos alienantes.
Que Deus tenha piedade de nós, nos perdôe e abençôe a todos.
Dom Felismar Manoel - Bispo Primaz
Catolicismo Evangélico Salomonita
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