quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A Educação Familiar de Jesus


10 - Semana da Educação Familiar de Jesus
Estamos no 3º domingo pós-epifania, quando em nosso Hemerológio Litúrgico Cristão, vivenciamos as reflexões sobre a educação doméstica (familiar) de Jesus de Nazaré.
No evangelho segundo Mateus, capítulo 2, versículo 23, há um relato que a família de Jesus foi habitar na cidade de Nazaré, na Galiléia. Existem poucos dados nos evangelhos canônicos sobre o tipo de educação familiar que Jesus recebeu.
O evangelho segundo Lucas, capítulo 2, versículos 40 e 51, acrescentam que o menino crescia e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria e graça de Deus e que em tudo ele era submisso a seus pais.
Acreditamos que havia preocupação dos pais de Jesus em educá-lo correta e sadiamente. As famílias judaicas tinham muita preocupação com a educação dos filhos. O livro de Provérbios registra um viés pedagógico, que diz para ensinar a criança a trilhar o caminho do bem, para que, quando ela for grande (adulto) não se desvie dele. Cremos que foi esse o tipo de educação que Maria e José deram para Jesus e seus irmãos.
O evangelho registra que Jesus era o primogênito do casal e sabemos que o Bispo Tiago de Jerusalém (foi o primeiro Patriarca da Igreja de Jerusalém) era irmão de Jesus, tendo sido martirizado no ano 62, da nossa era.
É importante a educação doméstica, no ambiente familiar, principalmente de 0 a 6 anos e até a adolescência. É nesse tempo que irá iniciar dois processos básicos para a formação do caráter da pessoa, caráter esse cujos traços irão se manifestar nas diferentes facetas de personalidades que a pessoa irá manifestar na fase adulta. Eu me refiro aos processos de endoculturação e socialização primária, que levará o jovem a construir a sua identidade cultural e os modos sociais de ser e agir na sua comunidade, na sua sociedade. Aí ele construirá o seu superego de valores que nortearão a sua consciência e uma consciência bem formada irá refletir-se na identidade do humano enquanto ser singular.
Sabemos que Jesus de Nazaré foi criado em um lar espiritualizado, onde se valorizava a obediência a Deus, tanto no cumprimento da Lei (a Torá, o Pentateuco de Moisés), como na obediência à voz dos Profetas do Altíssimo. Era um lar que valorizava a transcendência e Jesus com certeza foi educado para a transcendência.
Quando nos voltamos para a transcendência não tem como ignorar a dimensão espiritual dos seres humanos.
Nós humanos, na plenitude dos tempos (quando o Cristo de Deus se encarnou em Jesus), já tínhamos adquirido a estatura de seres morais (tínhamos condições de escolhas entre o bem e o mal) e tínhamos alcançados também a dimensão de espíritos (a capacidade de auto-reflexão, cultivo de ideais altruistas e sentimentos nobres), portanto em boas condições para a busca da transcendência.
Cremos que na simplicidade e pobreza do lar de José e Maria, havia as condições para dispensar a seus filhos essa educação para o exercício da vida moral em comportamento ostensivo (ética) na comunidade de convivência e na sociedade dos povos.
Jesus e seus irmãos, com certeza, receberam de José e Maria a benção dessa educação familiar, pois lembremos que, apesar de Maria ser uma legítima representante da humanidade pecadora descendente de Adão e Eva, ela achou graça diante de Deus quando foi escolhida para gestar o Filho de Deus, conforme dissera o Anjo de Deus, por isso ela é sempre considerada bem aventurada entre todas as mulheres, pois nela houve o útero que gestou Deus em sua encarnação humana. Por isso ela é considerada a Theotokos (o útero que gerou Deus em sua humanização), recebendo por isso o Título de Mãe de Deus em sua encarnação humana.
Reflitamos meus irmãos, na educação familiar de nossos filhos! Que tipo de educação temos propiciado para nossos filhos? Que volores culturais estamos fornecendo a eles no seus processos de endoculturação? Que modos sociais de ser e agir estamos ensinando na socialização primária de nossos filhos? Quem realmente estão cuidando dos nossos filhos na faixa de 0 a 6 anos? e na idade escolar e adolescência? Quais são os verdadeiros valores dos que cuidam de nossos filhos em suas creches, ou pré-escolas? Quais são os modelos de vida que estamos oferecendo a nossos filhos? Quem são verdadeiramente os outros significativos para os nossos filhos? Será que podemos oferecer modelos mais significativos a nossos filhos? mais ligados a bens e valores mais perenes? mais transcendentes? mais transformadores? Que exemplos temos dados de compaixão e misericórdia para com todos os seres vivos do planeta? ... os vegetais, ... os animais, ... os diferentes, ... os menos afortunados, ... enfim, para com todos os que foram também criados por Deus, portanto, nossos irmãos de alguma maneira, mesmo os que não são humanos. Nossos filhos se educam também por meio de nossos exemplos.
    Que Deus nos abençôe a todos!
Dom Felismar Manoel - Bispo Primaz
 Catolicismo Evangélico Salomonita
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