domingo, 12 de fevereiro de 2012

A Adolescência de Jesus de Nazaré

12 - Semana da Adolescência de Jesus de Nazaré.
Nosso Hemerológio Litúrgico nessa 12ª semana, propõe para nossa reflexão e vivência, a Bar-Mitzvá, a cerimônia do "Rito de Passagem" de Jesus de Nazaré, quando ele sai da infância e entra na vida adulta, às vezes denominado de Bar-Misso.
O Evangelho de Lucas, no capítulo 2, versículos 42 a 52, narra fatos relacionados com a realização da cerimônia da Bar-Mitzvá de Jesus. Trata-se de uma cerimônia importante na vida de um judeu, pois além dele entrar oficialmente no mundo dos adultos da comunidade judaica, ele passa a ser considerado filho do mandamento, responsavel pelo cumprimento dos mandamentos por ele mesmo e não poque seus pais o ensinaram. Recebe o seu talit para fazer as orações e pela primeira vez lerá a Torá no Templo.
A Cabalá judaica ensina que todo judeu no dia do seu Bar-Mitzvá recebe de Deus uma alma adicional, diversa da alma natural, com a dinâmica para fazer o bem e cumprir os Mandamentos da Lei de Deus.
Percebemos nessa cerimônia o direcionamento e a consagração do idealismo próprio da juventude para a construção de um mundo melhor, onde se pratica o bem e se submete à vontade de Deus manifesta nos seus mandamentos, conforme nos ensina a Torá, o Pentateuco de Moisés.
Lucas afirma que, "quando ele atingiu os doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa". Lucas não cita a palavra Bar-Mitzvá, mas apenas pontua a festa que se relaciona, segundo o costume, com a completude dos doze anos e esta cerimônia ainda é praticada até os dias de hoje, geralmente por volta dos treze anos, sendo ela a entrada do adolescente no mundo dos adultos.
Parece que o jovem Jesus de Nazaré também entendeu assim, tanto que sem ciência de Maria e José, ele permaneceu no templo discutindo a Sagrada Torá com os doutores da lei. Seus pais perceberam a sua falta junto aos parentes e conhecidos no caminho de volta para casa, retornando para Jerusalém à sua procura, mas só o encontraram quando já se passava três dias.
Diante da recriminação de sua mãe por aquela atitude sem prévio aviso aos pais, Jesus faz uma justificativa: "Por que me procuraveis? Não sabieis que me cumpria estar na casa de meu Pai?" Entretanto, seus pais não compreenderam esta resposta, pois tanto ele podia estar se referindo à sua condição de Cristo, Filho do Deus Eterno, como estar se referindo à sua nova condição idealista conferida pela cerimônia do Bar-Mitzvá, de filho do Mandamento da Lei de Deus, portanto filho do Ser Eterno. O texto de Lucas afirma que Maria, sua mãe, guardava todas essas coisas no coração e remata dizendo que o jovem Jesus de Nazaré crescia em sabedoria, estatura e graça diante de Deus.
Em nosso cristianismo organizado em Igrejas, temos a cerimônia do Rito de Passagem dos Jovens da fase da infância para a fase adulta, no Sacramento da Confirmação ou Crisma. Nesse sacramento, à semelhança do Bar-Mitzvá dos judeus, o jovem após análise das ordenanças que cumpria orientado por seus pais, agora por ele mesmo, tem a oportunidade de assumir o compromisso de envolver-se na função missionária da Igreja de Cristo, participando do Sacerdócio Universal dos Crentes Fiéis Batizados, apresentando Jesus como o Cristo, o Filho de Deus, único e legítimo mediador entre os seres humanos e Deus. Também aquí, no Sacramento da Confirmação, ele recebe uma alma adicional, o Espírito Santo de Deus, que o faz capaz de cumprir todas as ordenanças que estão escritas no Novo Testamento selado com o sangue redentor de Jesus Cristo.
Como nossa cerimônia de Crisma tem estado distante deste modelo proposto pela sabedoria do Velho Testamento! Em vez do idealismo que leva o jovem a se envolver na prática do bem, para a construção de um mundo melhor e na obediência dos mandamentos de Deus, o que temos visto hoje é uma comunidade de pieguice, na maioria das vezes inflada de devocionismo piedoso, verdadeiramente, mas afastado do afã envolvedor dos jovens pela causa de Cristo, sendo esta substituída pela criação da vassalagem de jovens a ideologias alienadas da realidade pelas políticas clericais, transformados em súditos não de Cristo, o Filho de Deus, mas de pastores, padres, bispos e papas.
Meus caros irmãos! Bispos, Padres, Freis, Freiras, Abunas, Abades, Arciprestes, Pastores, Ministros, Catequistas e Professores de Escolas Bíblicas Dominicais! Todos nós somos responsaveis por devolver a Jesus Cristo a centralidade diretiva na sua Igreja. Deixemos de lado as invencionices clericais sustentadoras de ideologias institucionais usurpadoras da importância real de Jesus Cristo e de seus ensinamentos evangélicos na vida das pessoas e das comunidades que desejam por um mundo melhor. Menos festas e mais reflexões, menos satisfações do ego e mais compartilhamento de ações solidárias e fraternas, menos gozo no ter e mais honorabilidade no ser. Só Jesus Cristo tem palavras de vida eterna! Jesus Cristo é o único nome posto, pelo qual devamos ser salvos! Mais vivências do "Pai Nosso" e menos bajulações das "Ave Marias"! Menos romarias, procissões, imagens em andores ou coisas semelhantes e mais estudo da palavra de Deus com empenho na prática do bem; mais trabalhos de benemerência com promoção da pessoa humana; mais devoção centrada no cumprimento das orientações apontadas por Jesus Cristo nos seus Evangelhos Canônicos, pois disto depende o mundo melhor que desejamos.
Não adianta manter-se alienado das tarefas que Jesus Cristo deseja que nós façamos e depois ficar pedindo a ele que nos livre da sociedade banal que nós estamos ajudando a criar, porque nos afastamos do cumprimento do nosso testemunho como sal da terra, como luz do mundo e como fermento na massa, propostos pelo Filho de Deus.
Mãos à obra meus irmãos! Ainda é tempo. Retornem a Jesus Cristo. Não precisam abandonar suas denominações, mas tentem fazer com que elas se ocupem realmente na implantação do Reino de Deus na terra. Teremos que prestar contas diante do Tribunal Divino do que estamos fazendo enquanto Ministros que usam o Sagrado Nome de Deus e com certeza, não seremos tomados como ignorantes ou inocentes. Que Deus se apiede de nós, nos perdôe e abençôe a todos.
    Dom Felismar Manoel - Bispo Primaz
    Catolicismo Evangélico Salomonita
       Visite o site: www.icai-ts.org.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário