sábado, 18 de fevereiro de 2012

O Silêncio Histórico da Vida de Jesus

13 - Semana do Silêncio Histórico da Vida de Jesus
Neste 6º domingo pós-Epifania, estamos comemorando o silêncio histórico da vida de Jesus nos Evangelhos Canônicos. O Hemerológio Cristão, instrumento da Sagrada Liturgia, que opostuniza a nós cristãos comprometidos com a centralidade da nossa fé e devoção em Jesus Cristo, como o Filho Único de Deus, o único Senhor a quem prestamos obediência para nos dirigir nas questões de salvação, santidade e vida eterna, nos propõe refletir sobre questões que envolvem a história de vida de cada um de nós, pareando exemplos da vida de Jesus, também considerado o Filho do Homem, podendo e devendo, portanto, constituir nosso modelo, nosso paradígma principal.
O texto de Lucas ao narrar o episódio relacionado com o seu Bar-Mitzvá, conclui (2: 51-52) afirmando que que Jesus foi com sua família para Nazaré e que era em tudo submisso a seus pais. Diz que Maria, sua mãe, guardava todas as coisas que aconteciam no seu coração e remata dizendo que o jovem Jesus de Nazaré crescia em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens.
Os quatro evangelistas dos textos canônicos nada se referem específicamente, sobre a história de Jesus nesse interregno entre os 12 e os 30 anos, quando então Jesus inicia o seu Ministério Público, após ser batizado por João no Rio Jordão.
Existem diversas obras produzidas pelo imaginário de diferentes escritores, ora dizendo que nesse espaço de tempo Jesus tenha estado na India, no Tibé, ou em outras localidades berço de diversas linhas de espiritualidades. Surge até "estórias" fantasiosas inserindo Jesus nas atividades mundanas, próprias de cidadãos marginais, que depreciam as normas sociais legitimamente estabelecidas, para as quais o próprio Jesus em seu Ministério Público respondeu, afirmando em diferentes oportunidades, que "por ora, é necessário que se cumpra toda a justiça", referindo-se sempre ao dever de cumprir as normas costumeiramente consideradas normais e corretas.
Existem diferentes pessoas que vinculam Jesus de Nazaré com a espiritualidade dos Essênios, antes do seu Ministério Público.
É verdade que os manuscritos do mar Morto estabelece uma verossimilhança entre Jesus Cristo e o chamado "Mestre de Justiça" citado naqueles documentos, que são admitidos como remanescentes do Mosteiro dos Essênios destruido pelas guerras dos dominadores.
Existem textos publicados, ditos como captados dos registros akásicos por sentitivos que se interessam pelo assunto, que afirmam Jesus como sendo o próprio Mestre de Justiça dos Essênios. Alguns acham que Jesus de Nazaré é o próprio Mestre de Justiça que reencarnou para concluir a sua obra de redenção do gênero humano.
É verdade que existem muitas semelhanças entre os ensinamentos de Jesus Cristo e o que se registra como prática de espiritualidade das Comunidades dos Essênios, pois parece que haviam mais de um Mosteiro para as suas iniciações.
Para os meus leitores que não estão acostumados com esse conceito de "registro akásico", cabe explicar tratar-se de um conceito que afirma que todos os acontecimentos, envolvendo atos, fatos, pessoas e outros, ficam registrados para a eternidade em uma determinada dimensão do mundo de Deus. Crê-se que algumas pessoas sensibilizadas psico-animicamente tem acesso vivencialmente a esses registros.
A sensibilidade psico-anímica é um fato comprovado na humanidade, pela qual algumas pessoas desenvolvem habilidades de percepção extra-sensorial (além dos sentidos ordinários). Atualmente a parapsicologia se dedica a estudar estes fenômenos.
Existem muitas crenças, mesmo no meio cristão, envolvidas com estas práticas, ora chamadas de dons espirituais, profetismo, carisma, pentecostalismo, mediunidade e outros. Trata-se de uma faculdade inerente aos seres humanos, que pode ser sensibilizada, desenvolvida, treinada, geralmente como condicionamentos e que se coloca em quase a totalidade das vezes, a serviço das ideologias dos grupos condicionantes.
Moralmente, se existir este dom em um cristão, ele deverá ser colocado a serviço do Cristo de Deus e do seu evangelho libertador, pelo bem do Povo de Deus na terra.
Nós sabemos que Jesus de Nazaré abriga as duas naturezas, a divina, enquanto o Filho Unigênito de Deus e a humana, enquanto o Filho do Homem.
Jesus enquanto homem teve a sua endoculturação aprendendo a cultura judaica, mas enquanto Deus, vindo das dimensões superiores, inculturou-se na humanidade para redimí-la.
O silêncio histórico é muito útil para compreendermos o aspecto humano do homem Jesus de Nazaré, que deveria passar por todas as etapas de formação do seu caráter, cujos traços se manifestaria nas diferentes personalidades assumidas diante das circunstâncias históricas da sua vida.
Sabemos que para um ser humano atingir o seu self verdadeiro, ele antes passa por diferentes etapas, indo além do superego familiar para construir o seu ego social e autônomo responsável por sua singularidade enquanto pessoa. Somente depois disto poderá idealizar o seu self verdadeiro.
Jesus de Nazaré como homem, modelo para nós humanos nos dias atuais, fornece-nos um paradígma a ser seguido e que nos é atestado por Lucas em seu relato do evangelho, "que o jovem Jesus de Nazaré crescia em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens".
Este é o clima adequado para que o ser humano construa o seu self verdadeiro, um superego familiar que valorize o que do antigo vale a pena ser conservado; um ego social e autônomo que valorize o moderno que deve ser adotado de harmonia com a singularidade pessoal; podendo então construir um self verdadeiro, de acordo com os seus ideais de um mundo melhor que possa ser o Reino de Deus na terra. Este Reino deve ser a feliz morada da família humana redimida enquanto Povo de Deus que caminha, em solidariedade, em fraternidade, em cidadania cumpridora de direitos e deveres para com o planeta que nos acolhe como cenário de sobrevivência, com os demais seres vivos que compartilham conosco a existência, sejam eles os vegetais, os animais ou os anjos de Deus que militam a nosso favor na dinâmica do Espírito Santo de Deus.
Caros irmãos! Sejamos humildes diante da falta dos detalhes históricos sobre a juventude de Jesus de Nazaré! Conformemos com os dados fornecidos pelos evangelhos canônicos, pois eles nos fornecem parâmetros que podem nos ajudar na nossa educação e de nossos filhos.
Utilizemos dos modermos conhecimentos que temos sobre as ciências educacionais e a formação do caráter, pois a sociedade de nossos dias se apresenta doente por deterioração do caráter.
Sabemos que as nossas personalidades revelam traços do nosso caráter, e a leitura atual dos comportamentos privados e públicos da grande maioria que compõe a sociedade mundial, revelam desvio do caráter cristão proposto por Jesus Cristo, o Filho de Deus que comprou a nossa redenção com o preço da sua própria vida.
Não permita meu irmão, que na sua vida e na vida de sua família, o sacrificio de Jesus Cristo tenha sido em vão.
Que Deus tenha piedade de nós, nos perdôe e abençôe a todos.
        Dom Felismar Manoel - Bispo Primaz
        Catolicismo Evangélico Salomonita
         Visite o site: www.icai-ts.org.br

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