O Catolicismo Evangélico Salomonita no Brasil, é um movimento unionista cristão, tendo surgido pelo compartilhamento ecumênico de presbiterianos, episcopalianos, wesleianos, vétero-católicos poloneses e livres pensadores convertidos, tendo sido uma comunidade de testemunho, tanto do ponto de vista do culto a Deus, quanto da promoção humana, inspirados nos ensinamentos de Jesus Cristo. Sob esse prisma, trata-se de um movimento cristocêntrico, que se orientou pelos vetores da cruz de Cristo, que em sua haste vertical aponta para Deus, e em sua haste horizontal aponta para toda a humanidade, acolhendo-a sem acepção de pessoas.
Vivenciou a comunidade de testemunho de 1902 a 1936, em torno do Ministério Pastoral do Reverendo Salomão Ferraz, tornando-se uma igreja autônoma a partir daí, de forma unionista cristã, com forte perfil ecumênico, o que a levou a uma experiência frustrante de ecumenismo com a Igreja de Roma.
Frustrante, porque esse foi um período desestruturador, quase nos levando a nulidade e ao imobilismo, até mesmo, porque tal processo durou de 1959 a 1966, enquanto durava certa espectativa no Concílio Geral da Igreja Católica Romana, inadequadamente conhecido como "Concílio Ecumênico Vaticano II", afirmo inadequado por ser ele um evento que não dava aos bispos de toda a cristandade, o direito de voz e votos, como deveria ocorrer, se o fora realmente ecumênico.
Aprendemos com o insucesso da aproximação com a Igreja de Roma, por perceber que ela mudou seu discurso, mas não mudou a sua estrutura de poder, continuando à semelhança do que ela sustentou na Idade Média, e também porque, reelaboramos as normas para a continuação de nosso trabalho ecumênico.
Atualmente fazemos distinção entre o ecumenismo inter-eclesial e o ecumenismo intra-eclesial, já que o trabalho unionista cristocêntrico, não anula certos atavismos de influências denominacionais, principalmente aqueles que vivenciamos em nossas infâncias.
1 - Do Comportamento Ecumênico Inter-Eclesial -
Nós, enquanto Catolicismo Evangélico Salomonita, adotamos para um comportamento ecumênico inter-eclesial, seis princípios:
1.1 – Buscar a orientação do Espírito Santo para a união dos cristãos através das orações, tanto a nível individual, quanto a nível congregacional, institucional, ou de participação interdenominacional;
1.2 – Procurar conhecer os valores e os carismas próprios de nossas comunidades de fé e crenças denominacionais e sermos zelosos em defendê-los;
1.3 – Procurar conhecer os valores e os carismas das outras comunidades de fé e crenças denominacionais e respeitá-los de modo sincero e caridoso;
1.4 – Não concordarmos com as afirmações de inverdades sobre nossas comunidades ou denominação e nem afirmarmos sobre as outras comunidades ou denominações o que não sabemos ser verdadeiros sobre elas;
1.5 – Promovermos sempre que possível o conhecimento de nossas semelhanças, evitando sempre as discussões sem propósitos sobre as nossas diferenças;
1.6 – Participarmos de trabalhos interdenominacionais que promovam o ser humano, que promovam a paz, que promovam o bem social, que proteja o planeta e a vida, que discutam com respeito e real desejo de conhecer verdadeiramente nossos pontos de idiodoxias e crenças básicas e que contribuam para a maior glória de Deus.
2 - Do Comportamento Ecumênico Intra-Eclesial -
O Catolicismo Evangélico Salomonita é um movimento de bases cristocêntricas, que se firma nos Quatro Principios do Quadrilátero de Lamberth, respeitando diferenças que não invalidem estes quatro principios:
2.1 - As Santas Escrituras do Antigo e Novo Testamentos, como contendo todas as coisas necessárias para a salvação”, e como sendo a regra e o padrão final de fé.
2.2 - O Credo dos Apóstolos, como o Símbolo Batismal, e o Credo Niceno, como suficiente declaração da fé Cristã.
2.3 - Os dois Sacramentos ordenados pelo próprio Cristo – o Batismo e a Ceia do Senhor – administrados pelo uso regular das palavras de Cristo que os instituiu e dos elementos por Ele ordenados.
2.1 - As Santas Escrituras do Antigo e Novo Testamentos, como contendo todas as coisas necessárias para a salvação”, e como sendo a regra e o padrão final de fé.
2.2 - O Credo dos Apóstolos, como o Símbolo Batismal, e o Credo Niceno, como suficiente declaração da fé Cristã.
2.3 - Os dois Sacramentos ordenados pelo próprio Cristo – o Batismo e a Ceia do Senhor – administrados pelo uso regular das palavras de Cristo que os instituiu e dos elementos por Ele ordenados.
2.4 - O Episcopado Histórico, adaptado localmente nos métodos de sua administração para as variadas necessidades das nações e povos chamados por Deus na Unidade de Sua Igreja.
(Conferência de Lamberth de 1888).
(Conferência de Lamberth de 1888).
Entretanto, somos também cumunidades cristãs unionistas, com conceitos subliminares presentes em nossos inconscientes e sub-conscientes, com tendências a conservar certos atavismos originários do passado e que são tolerados, quando não afrontam os ensinamentos essenciais do Evangelho de Jesus Cristo. Por isso, o Evangelho é Bitola Balizadora de nossas crenças.
Na vivência desse ecumenismo intra-eclesial, observamos em nossas lides três perfis de vivências comunitárias, em grande parte pelas tendências dos clérigos que estão em suas lideranças:
I - Comunidades de perfis católico evangélico, fundamentado no testemunho de Salomão Ferraz Pré_Romano, em uma Tradição Apostólica baseada no Novo Testamento, que não se contradiga aos ensinos dos Evangelhos Canônicos. Geralmente observa a Declaração de Princípios do Reverendo Salomão Ferraz, de 1902. Estão presentes nas diversas Confrarias Salomonitas que se organizam em apostolados nas Igrejas Locais;
II - Comunidades de perfis Católico Românico, com fortes devoções populares derivadas do Catolicismo Romano, mas que fugiram da disciplina canônica da Igreja de Roma, e que, vivenciam sua piedade e espiritualidade sem muita autenticidade, de modo inculturado localmente, sob a assistência espiritual de nossos padres e acompanhamento de alguns bispos. Geralmente nessas comunidades, estuda-se as ideologias e idiodoxias do Catolicismo Evangélico Salomonita, mas ainda há uma dificuldade em tornar-se uma comunidade de testumunho. É importante não confundir o Catolicismo Românico dessas vivências espirituais, com o Catolicismo Romano da disciplina papal, pois nesses ambientes os fiéis tem clara consciência de não ser uma comunidade de submissão às orientações da Igreja de Roma;
III - Comunidades de perfis Sacramentalista e Clerical Folclórico, com forte apelo popular ao fetichismo santoral e mariolátrico, ou mariodúlico. Geralmente nessas comunidades há um forte traço de emocionalismo e alienação sobre a força libertária do Evangelho de Cristo. O sentido da alforria oferecida por Cristo, tanto com relação ao pecado individual, quanto na transformação social, é ignorada e seus pastores não se envolvem neste trabalho. A dinâmica da conversão em tornar-se nova criatura em Cristo, usando o modelo por Ele oferecido, é substituída pelos rituais folclóricos, sem vinculação à teologia do culto, na busca de milagres, em uma relação devocional parasitária, mercantilizada, entre o fiel e o reino espiritual. Geralmente, nem as ideologias, nem as idiodoxias denominacionais são estudadas e conscientizadas, com claros desafios ao nosso Ministério Profético. Às vezes, o ecumenismo intra-eclesial pode tornar-se tão dificil, quanto o ecumenismo inter-eclesial.
Caros irmãos! É necessário que apresentemos nossas orações à Comunidade da Santíssima Trindade, para que o Espírito Santo toque em nossos corações e em nossas mentes, para que afinizemos nossas diferentes linhas devocionais às diretrizes do Evangelho de Cristo, para que cada um de nós se converta a cada dia, procurando manter seu padrão devocional, mas buscando o aperfeiçoamento segundo o modelo oferecido por Jesus Cristo, seus santos apóstolos, os mártires através dos tempos e a congregação de santos que testemunharam a Cristo aqui em nosso planeta. A nossa conversão deve ser perene, sendo retomada a cada dia na busca do aperfeiçoamento evangélico, graças a ação do Espírito Santo. Devemos buscar sinceramente o Espírito Santo e não lhe opor resistência, pois a conversão é um ato pessoal, mas a regeneração é obra do Espírito de Deus.
Que Deus nos abençôe a todos!
Dom Felismar Manoel - Bispo Primaz
Catolicismo Evangélico Salomonita
Visite o site: www.icai-ts.org.br
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