Prof.
Dr. Felismar Manoel (1)
Em
06/01/2013 estamos comemorando o 47º ano de Restauração da
Autonomia Eclesial do Catolicismo Salomonita em Território
Brasileiro. Durante esses quarenta e sete anos, além de divulgar o
Evangelho de Jesus Cristo no seio das Comunidades Paroquiais, levando
a alforria cristã para pessoas humanas na vida pessoal, na vida
familiar e na vida social, concedemos também a Sucessão Apostólica
Histórica, através do Ministério Episcopal de nossos Bispos, a
três Igrejas Irmãs: uma Igreja Católica Carismática na Alemanha,
uma Igreja Ortodoxa no Rio de Janeiro e uma Igreja Anglicana
Evangélica no Nordeste do Brasil.
O
que significa essa restauração
Discorrer
sobre o catolicismo salomonita no Brasil exige situá-lo
historicamente em nossa terra pátria, incluindo situar o Revmº
Bispo Salomão Ferraz que lhe deu formato e dinamismo, um servo de
Deus dígno entre as Veneráveis Grandes Almas.
Salomão
Ferraz cursou o Seminário Presbiteriano em São Paulo de 1897 a
1901. Durante esse tempo se conscientizou do contexto de hostilidades
que havia entre Católicos Romanos e Protestantes, e mesmo entre
duas correntes Presbiterianas no Brasil. Havia nessa época entre as
várias Igrejas Protestantes, Igrejas Evangélicas e Igrejas
Católicas Reformadas do mundo, uma grande preocupação com a
Unidade Cristã desejada por Nosso Senhor Jesus Cristo, e o
Seminarista Salomão Ferraz se incluía entre os adeptos dessa
preocupação.
Em
1886, a Câmara dos Bispos da Igreja Episcopal Protestante dos
Estados Unidos da América, emitiu uma declaração que foi adotada
pela Conferência de Lamberth da Igreja Anglicana em 1888, elencando
quatro pontos que deveriam manifestar as condições da
boa vontade para a unir Igrejas Cristãs:
1.As Santas Escrituras do Antigo e Novo Testamentos, como “contendo todas as coisas necessárias para a salvação”, e como sendo a regra e o padrão final de fé.
2.O Credo dos Apóstolos, como o Símbolo Batismal, e o Credo Niceno, como suficiente declaração da fé Cristã.
3.Os dois Sacramentos ordenados pelo próprio Cristo – o Batismo e a Ceia do Senhor – administrados pelo uso regular das palavras de Cristo que os instituiu e dos elementos por Ele ordenados. 4.O Episcopado Histórico, adaptado localmente nos métodos de sua administração para as variadas necessidades das nações e povos chamados por Deus na Unidade de Sua Igreja".
Esse documento ficou conhecido como Quadrilátero de Lamberth e exerceu muita influência no espírito do jovem seminarista Salomão Ferraz.
1.As Santas Escrituras do Antigo e Novo Testamentos, como “contendo todas as coisas necessárias para a salvação”, e como sendo a regra e o padrão final de fé.
2.O Credo dos Apóstolos, como o Símbolo Batismal, e o Credo Niceno, como suficiente declaração da fé Cristã.
3.Os dois Sacramentos ordenados pelo próprio Cristo – o Batismo e a Ceia do Senhor – administrados pelo uso regular das palavras de Cristo que os instituiu e dos elementos por Ele ordenados. 4.O Episcopado Histórico, adaptado localmente nos métodos de sua administração para as variadas necessidades das nações e povos chamados por Deus na Unidade de Sua Igreja".
Esse documento ficou conhecido como Quadrilátero de Lamberth e exerceu muita influência no espírito do jovem seminarista Salomão Ferraz.
O
Seminarista Salomão Ferraz foi Ordenado Pastor Presbiteriano e ao
iniciar o seu
Ministério Pastoral em 1902 emitiu os Princípios Orientadores da sua vida pessoal e pastoral:
a) Ter a Biblia como regra de fé e de conduta, lendo-a com simplicidade e em oração; crer, ser e fazer tudo o que ela ensina; b) Ter a oração como primeiro dever, na vida cristã e no ministério, à imitação de Cristo (Lucas 6: 12) e de seus apóstolos (Atos 6: 4); c) Nunca relatar a pessoa alguma as coisas que mais impressionam ou excitam, sem tê-las relatado primeiramente a Cristo; d) Nunca fazer qualquer coisa que excite a vaidade ou o desejo de aplauso, a não ser naquelas coisas que são absolutamente indispensáveis ao cumprimento do dever; e) Nunca alegrar em qualquer bom terreno sem reconhecer nele a dádiva de Deus, tendo portanto um coração reconhecido e agradecido; f) Não ter má vontade, indisposição, ou prejuízo para com pessoa alguma, tendo como dever supremo, os olhos abertos, o coração aberto e os lábios abertos.
No Ministério Pastoral Presbiteriano, Salomão Ferraz adotava duas posições unionistas cristãs, não rebatizando católicos convertidos e mantendo abertura para que cristãos de outras denominações participassem da Santa Ceia, quando a ela chegavam com fé e piedade cristã. É claro que essa não era uma posição oficial da Igreja Presbiteriana de então, e sim, uma posição pessoal do jovem Pastor, tal o seu desejo de união entre os cristãos.
Salomão Ferraz ao iniciar o seu Ministério Pastoral teve dúvidas e inquietações para o que recorreu a Deus, e de joelhos em terra implorou o auxilio divino em oração, e abrindo a Bíblia ao acaso deparou com Romanos 3: 24, 25: "Justificados pela graça mediante a redenção que há em Jesus Cristo, a quem Deus propôs no seu sangue, como propiciação."
O Pastor Salomão passa adotar a partir daí, Cristo como a Base Suprema da fé e da Vida. Disse ele: "A luz que trouxe-nos até o ponto em que chegamos, foi a luz que derramou seus clarões desde o cimo do calvário, desde a cruz; a luz que emana do sangue precioso de Cristo, a base suprema da verdadeira unidade da Igreja, penhor da paz entre as nações." E passa a ser esse o princípio orientador do seu esforço ecumênico, embora não sendo a dinâmica principal da pastoral presbiteriana.
Em 1917 o Pastor Salomão Ferraz se transfere para uma Igreja Episcopal, membro da Comunhão Anglicana, onde dinamiza o seu trabalho ecumênico através de uma confraria de irmãos, com o nome de Ordem de Santo André, dentro da jurisdição da sua nova Igreja. Em seus trabalhos nas comunidades eclesiais e nas suas publicações, nota-se um extraordinário pendor para os aspectos da apostolicidade histórica, principalmente para a eloquência das pompas litúrgicas, tendo um franco desenvolvimento até 1928, quando ele confere personalidade jurídica a Ordem de Santo André, adotando a possibilidade de formar capítulos em outras denominações cristãs. Esse apostolado teve franco florescimento até 1936, quando então houve um desalinhamento de sua pragmática pastoral com as orientações legítimas de seu Bispo do sistema Episcopal Anglicano.
De 09 a 14/12/1936, os membros da Ordem de Santo André juntamente com outros cristãos de outras denominações religiosas, se reuniram em Assembléia Geral no I Congresso Católico Livre no Brasil, na Cidade de São Paulo, para decidir o que fazer diante do impasse que se verificava naquele âmbito eclesial. Decidiram por unanimidade pela Autonomia Eclesial do movimento unionista cristão, adotando o nome de Igreja Católica Livre no Brasil, elegeram Salomão Ferraz para seu Bispo Primaz, criaram o Seminário Teológico Santo André e outras instituições de ensino, bem como aprovaram outros Canones Regimentais, entre eles, adotando a Celebração da Santa Missa e Todos os Oficios no Templo em língua portuguesa, dispensando os "coroinhas e sacristães", passando a responder os responsórios a própria congregação eclesial, em um culto verdadeiramente em "espírito e verdade".
O Bispo Eleito Salomão Ferraz providenciou a sua Sagração Episcopal na Europa, pelo sistema de Sucessão Apostólica Histórica, de acordo com a filosofia do Quadrilátero de Lamberth, mas infelizmente a guerra mundial impediu que ele viajasse, retardando a sua necessária sagração episcopal.
Em 1945, o Bispo Carlos Duarte Costa, após desentendimento com a Igreja Católica Apostólica Romana, ativou a Igreja Católica Apostólica Brasileira e lhe deu Personalidade Jurídica em Cartório da Cidade do Rio de Janeiro, e tão logo se estabeleceu, conferiu a Sagração Episcopal a Dom Salomão Ferraz para a Sucessão Apostólica da Igreja Católica Livre no Brasil .
A Igreja Católica Apostólica Livre no Brasil desenvolveu o seu Ministério Especial de União entre os Cristãos com dinamismo e autenticidade de testemunho, o que levou Dom Salomão Ferraz a dialogar oficialmente com a Igreja Católica Apostólica Romana. Desse diálogo e aproximação surgiu o convite de união, que muito comoveu Dom Salomão Ferraz, em sua ingênua simplicidade de Pastor Presbiteriano, que nada entendia das "manhas e artimanhas" da política vaticaniana. Mesmo sem a concordância de todos, Dom Salomão formalizou a união com Roma, recolhendo o clero da Igreja Católica Apostólica Livre no seio da Ordem de Santo André, que deveria conservar seus carismas próprios, sendo Dom Salomão o seu Superior Geral. Salomão Ferraz teve o reconhecimento de suas Ordens e do seu Episcopado pela Sé Romana, formalizou sua Profissão de Fé na nova Igreja (Romana) e o clero discordante permaneceu sob a Mitra e o Báculo do Bispo do Rio de Janeiro, Dom Manoel Ceia Laranjeira, dando continuidade à práxis pastoral da Igreja Católica Apostólica Livre no Brasil, agora em seu período de "Igreja das Catacumbas", posto que sua Personalidade Jurídica não mais existia.
A Igreja de Roma não cumpriu o que inicialmente fora pactuado com Dom Salomão Ferraz. Em verdade ele foi Bispo Auxiliar na Cidade de São Paulo, Titular de Eleuterna e indicado pelo Papa João XXIII para cuidar do ecumenismo com as Igrejas Evangélicas na América Latina; entretanto exigiu-se que os Padres casados abandonassem as suas famílias antes de serem acolhidos pela nova Igreja (Romana). Parece-me que apenas dois clérigos solteiros, além de Salomão Ferraz (casado, pai e avô), foram admitidos pela Igreja de Roma. Dom Salomão Ferraz ficou recolhido como Capelão de uma Maternidade em São Paulo.
Em 1964, Dom Salomão manifestou sua decepção pela união e adesão orgânica à Igreja de Roma, tendo manifestado isto em nossos regulares encontros de orientação pastoral. Em nenhum momento Dom Salomão Ferraz abjurou os ensinamentos da Igreja Católica Livre no Brasil, por ele consolidada em 1936, nem tão pouco abjurou de ensinamentos propostos em 1902, 1917, 1928, 1936 e outros divulgados até 1959. De 1960 a 1964 (seu período romano), nenhum outro ensinamento foi proposto por Dom Salomão Ferraz, que alterasse as bases do chamado Catolicismo Salomonita.
Dom Salomão Ferraz valorizava muito o período do Advento para as iniciativas eclesiais, e foi nesse periodo de 1965, que ele convocou-nos a São Paulo para uma orientação pastoral, tendo comparecido lá Dom Manoel Ceia Laranjeira e Padre Belmiro de Castro Ruas, quando ele pediu-nos que restaurássemos nosso antigo movimento, com as mesmas bases e a mesma dinâmica, já que ele estava no fim, pois muito enfraquecido e decepcionado com o que aconteceu em consequência de sua aproximação com a Igreja de Roma. De imediato ao retorno de São Paulo, Dom Manoel convocou o seu clero do Rio de Janeiro e Adjacências para um Concílio, que teve sua Primeira Sessão em Moqueta, Nova Iguaçu, ainda dentro do Advento e uma Segunda Sessão em Bangu, na sede do SETESA, no Rio de Janeiro. Decidiu-se pelo nome de Igreja Católica Apostólica Independente no Brasil, elegendo Dom Manoel Ceia Laranjeira como Patriarca do Rito Brasiliense, nome que Dom Salomão Ferraz atribuíra para sua versão em língua portuguesa e de acordo com Princípios Litúrgicos Especiais e Rubricas próprias. Deu-se entrada no Registro de Pessoas Jurídicas no Cartório do Rio de Janeiro, e a 6 de janeiro de 1966, estava Restaurada a Autonomia Eclesial do Catolicismo Salomonita no Brasil, sob novo nome, seguindo o exemplos das Igrejas do Novo Testamento, em especial a Igreja de Jerusalém e compatível com a contemporânea Igreja Católica Independente das Filipinas.
Hoje, ao comemorar os 47 anos de Restauração de nossa Automía, nesse 6 de janeiro de 2013, destacamos algumas datas que são significativas para nós do Movimento Católico Salomonita, de perfil Apostólico e Evangélico, vicejante em nossa amada Igreja Católica Apostólica Independentes de Tradição Salomoniana, a nossa querida ICAI-TS.
a) Ter a Biblia como regra de fé e de conduta, lendo-a com simplicidade e em oração; crer, ser e fazer tudo o que ela ensina; b) Ter a oração como primeiro dever, na vida cristã e no ministério, à imitação de Cristo (Lucas 6: 12) e de seus apóstolos (Atos 6: 4); c) Nunca relatar a pessoa alguma as coisas que mais impressionam ou excitam, sem tê-las relatado primeiramente a Cristo; d) Nunca fazer qualquer coisa que excite a vaidade ou o desejo de aplauso, a não ser naquelas coisas que são absolutamente indispensáveis ao cumprimento do dever; e) Nunca alegrar em qualquer bom terreno sem reconhecer nele a dádiva de Deus, tendo portanto um coração reconhecido e agradecido; f) Não ter má vontade, indisposição, ou prejuízo para com pessoa alguma, tendo como dever supremo, os olhos abertos, o coração aberto e os lábios abertos.
No Ministério Pastoral Presbiteriano, Salomão Ferraz adotava duas posições unionistas cristãs, não rebatizando católicos convertidos e mantendo abertura para que cristãos de outras denominações participassem da Santa Ceia, quando a ela chegavam com fé e piedade cristã. É claro que essa não era uma posição oficial da Igreja Presbiteriana de então, e sim, uma posição pessoal do jovem Pastor, tal o seu desejo de união entre os cristãos.
Salomão Ferraz ao iniciar o seu Ministério Pastoral teve dúvidas e inquietações para o que recorreu a Deus, e de joelhos em terra implorou o auxilio divino em oração, e abrindo a Bíblia ao acaso deparou com Romanos 3: 24, 25: "Justificados pela graça mediante a redenção que há em Jesus Cristo, a quem Deus propôs no seu sangue, como propiciação."
O Pastor Salomão passa adotar a partir daí, Cristo como a Base Suprema da fé e da Vida. Disse ele: "A luz que trouxe-nos até o ponto em que chegamos, foi a luz que derramou seus clarões desde o cimo do calvário, desde a cruz; a luz que emana do sangue precioso de Cristo, a base suprema da verdadeira unidade da Igreja, penhor da paz entre as nações." E passa a ser esse o princípio orientador do seu esforço ecumênico, embora não sendo a dinâmica principal da pastoral presbiteriana.
Em 1917 o Pastor Salomão Ferraz se transfere para uma Igreja Episcopal, membro da Comunhão Anglicana, onde dinamiza o seu trabalho ecumênico através de uma confraria de irmãos, com o nome de Ordem de Santo André, dentro da jurisdição da sua nova Igreja. Em seus trabalhos nas comunidades eclesiais e nas suas publicações, nota-se um extraordinário pendor para os aspectos da apostolicidade histórica, principalmente para a eloquência das pompas litúrgicas, tendo um franco desenvolvimento até 1928, quando ele confere personalidade jurídica a Ordem de Santo André, adotando a possibilidade de formar capítulos em outras denominações cristãs. Esse apostolado teve franco florescimento até 1936, quando então houve um desalinhamento de sua pragmática pastoral com as orientações legítimas de seu Bispo do sistema Episcopal Anglicano.
De 09 a 14/12/1936, os membros da Ordem de Santo André juntamente com outros cristãos de outras denominações religiosas, se reuniram em Assembléia Geral no I Congresso Católico Livre no Brasil, na Cidade de São Paulo, para decidir o que fazer diante do impasse que se verificava naquele âmbito eclesial. Decidiram por unanimidade pela Autonomia Eclesial do movimento unionista cristão, adotando o nome de Igreja Católica Livre no Brasil, elegeram Salomão Ferraz para seu Bispo Primaz, criaram o Seminário Teológico Santo André e outras instituições de ensino, bem como aprovaram outros Canones Regimentais, entre eles, adotando a Celebração da Santa Missa e Todos os Oficios no Templo em língua portuguesa, dispensando os "coroinhas e sacristães", passando a responder os responsórios a própria congregação eclesial, em um culto verdadeiramente em "espírito e verdade".
O Bispo Eleito Salomão Ferraz providenciou a sua Sagração Episcopal na Europa, pelo sistema de Sucessão Apostólica Histórica, de acordo com a filosofia do Quadrilátero de Lamberth, mas infelizmente a guerra mundial impediu que ele viajasse, retardando a sua necessária sagração episcopal.
Em 1945, o Bispo Carlos Duarte Costa, após desentendimento com a Igreja Católica Apostólica Romana, ativou a Igreja Católica Apostólica Brasileira e lhe deu Personalidade Jurídica em Cartório da Cidade do Rio de Janeiro, e tão logo se estabeleceu, conferiu a Sagração Episcopal a Dom Salomão Ferraz para a Sucessão Apostólica da Igreja Católica Livre no Brasil .
A Igreja Católica Apostólica Livre no Brasil desenvolveu o seu Ministério Especial de União entre os Cristãos com dinamismo e autenticidade de testemunho, o que levou Dom Salomão Ferraz a dialogar oficialmente com a Igreja Católica Apostólica Romana. Desse diálogo e aproximação surgiu o convite de união, que muito comoveu Dom Salomão Ferraz, em sua ingênua simplicidade de Pastor Presbiteriano, que nada entendia das "manhas e artimanhas" da política vaticaniana. Mesmo sem a concordância de todos, Dom Salomão formalizou a união com Roma, recolhendo o clero da Igreja Católica Apostólica Livre no seio da Ordem de Santo André, que deveria conservar seus carismas próprios, sendo Dom Salomão o seu Superior Geral. Salomão Ferraz teve o reconhecimento de suas Ordens e do seu Episcopado pela Sé Romana, formalizou sua Profissão de Fé na nova Igreja (Romana) e o clero discordante permaneceu sob a Mitra e o Báculo do Bispo do Rio de Janeiro, Dom Manoel Ceia Laranjeira, dando continuidade à práxis pastoral da Igreja Católica Apostólica Livre no Brasil, agora em seu período de "Igreja das Catacumbas", posto que sua Personalidade Jurídica não mais existia.
A Igreja de Roma não cumpriu o que inicialmente fora pactuado com Dom Salomão Ferraz. Em verdade ele foi Bispo Auxiliar na Cidade de São Paulo, Titular de Eleuterna e indicado pelo Papa João XXIII para cuidar do ecumenismo com as Igrejas Evangélicas na América Latina; entretanto exigiu-se que os Padres casados abandonassem as suas famílias antes de serem acolhidos pela nova Igreja (Romana). Parece-me que apenas dois clérigos solteiros, além de Salomão Ferraz (casado, pai e avô), foram admitidos pela Igreja de Roma. Dom Salomão Ferraz ficou recolhido como Capelão de uma Maternidade em São Paulo.
Em 1964, Dom Salomão manifestou sua decepção pela união e adesão orgânica à Igreja de Roma, tendo manifestado isto em nossos regulares encontros de orientação pastoral. Em nenhum momento Dom Salomão Ferraz abjurou os ensinamentos da Igreja Católica Livre no Brasil, por ele consolidada em 1936, nem tão pouco abjurou de ensinamentos propostos em 1902, 1917, 1928, 1936 e outros divulgados até 1959. De 1960 a 1964 (seu período romano), nenhum outro ensinamento foi proposto por Dom Salomão Ferraz, que alterasse as bases do chamado Catolicismo Salomonita.
Dom Salomão Ferraz valorizava muito o período do Advento para as iniciativas eclesiais, e foi nesse periodo de 1965, que ele convocou-nos a São Paulo para uma orientação pastoral, tendo comparecido lá Dom Manoel Ceia Laranjeira e Padre Belmiro de Castro Ruas, quando ele pediu-nos que restaurássemos nosso antigo movimento, com as mesmas bases e a mesma dinâmica, já que ele estava no fim, pois muito enfraquecido e decepcionado com o que aconteceu em consequência de sua aproximação com a Igreja de Roma. De imediato ao retorno de São Paulo, Dom Manoel convocou o seu clero do Rio de Janeiro e Adjacências para um Concílio, que teve sua Primeira Sessão em Moqueta, Nova Iguaçu, ainda dentro do Advento e uma Segunda Sessão em Bangu, na sede do SETESA, no Rio de Janeiro. Decidiu-se pelo nome de Igreja Católica Apostólica Independente no Brasil, elegendo Dom Manoel Ceia Laranjeira como Patriarca do Rito Brasiliense, nome que Dom Salomão Ferraz atribuíra para sua versão em língua portuguesa e de acordo com Princípios Litúrgicos Especiais e Rubricas próprias. Deu-se entrada no Registro de Pessoas Jurídicas no Cartório do Rio de Janeiro, e a 6 de janeiro de 1966, estava Restaurada a Autonomia Eclesial do Catolicismo Salomonita no Brasil, sob novo nome, seguindo o exemplos das Igrejas do Novo Testamento, em especial a Igreja de Jerusalém e compatível com a contemporânea Igreja Católica Independente das Filipinas.
Hoje, ao comemorar os 47 anos de Restauração de nossa Automía, nesse 6 de janeiro de 2013, destacamos algumas datas que são significativas para nós do Movimento Católico Salomonita, de perfil Apostólico e Evangélico, vicejante em nossa amada Igreja Católica Apostólica Independentes de Tradição Salomoniana, a nossa querida ICAI-TS.
3º Ano do Realinhamento Salomonita (Feira de Santana - 2010)
38º Ano do Episcopado (Rio de Janeiro - 1975)
47º Ano da Restauração pós-Roma (Rio de Janeiro - 1966)
68º Ano da Sucessão Apostólica do Primaz(Rio de Janeiro - 1945)
77º Ano da Autonomia Eclesial pré-romana(São Paulo - 1936)
96º Ano de Organização Eclesial (São Paulo - 1917)
111º Ano da Declaração dos Princípios Salomonitas (São Paulo - 1902)
Dom Felismar Manoel - Bispo Primaz
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