Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más.
Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras. Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque feitas em Deus (João 3: 16-21).
Existe uma narrativa muito antiga entre os espiritualistas cristãos, que afirma ser o planeta terra, o nosso mundo, criado por direta manifestação da vontade do Cristo junto ao Pai e o Espírito, para ser o cenário onde os humanos pudessem se desenvolver, através da evolução criativa de Deus, assistidos pela generosa equipe de anjos celestes, liderados por Melquisedeque, até que atingissem a maturação suficiente para o exercicio do livre arbitrio, tornando-se então seres morais, capazes de fazerem escolhas entre o bem e o mal. Quando isto fosse atingido, o próprio Cristo Filho Unigênito de Deus, aqui na terra se encarnaria como um ser humano sem deixar de ser Deus, para então anunciar as Boas Novas do Reino do Pai e operacionalizar o seu plano de salvação para nós humanos. A sua salvação consiste em partilhar com Ele a Vida em Plenitude que há para aqueles que vivenciam a comunhão com Ele, o Pai, o Espirito Santo e os irmãos, tornada possível pela construção da sua Igreja no coração de cada ser humano que o confessa como Filho de Deus.
Sabemos que Jesus Cristo anunciou as verdades do Reino Celeste como Arauto de Deus, ensinou didaticamente como irmão e amigo e testemunhou essas verdades com a sua própria vida, morrendo na cruz por amor a nós humanos.
Simão Pedro (Simão Pedrinha, ou Pedra Pequena seria a tradução mais correta, do grego para o português) diz em uma de suas cartas, que ele morreu verdadeiramente, mas que vivendo em espírito foi pregar aos mortos, para também a eles anunciar-lhes a salvação. Entretanto, a totalidade dos apóstolos e discípulos daquela época atestaram que ele ressuscitou verdadeiramente ao terceiro dia, deixando o seu sepúlcro vazio. Esta vacuidade, em grego é denominada por kenosis,kenotes e significa este fato um grande diferencial entre as religiões da terra, pois mostra que Jesus Cristo é o único que veio do céu diretamente, realizou sua obra salvacional e retornou para o céu. Seu sepúlcro em vacuidade, em kenosis, sem restos mortais, diferentemente dos fundadores das outras diferentes religiões, traduz-se em fonte de forte esperança, pois significa que Ele, Jesus Cristo venceu a morte, venceu o mundo e abriu para nós as portas da Vida Eterna, desde aqui-e-agora, e não somente no futuro, após nossa morte. Significa que podemos partilhar da Vida em Plenitude que há em Cristo, desde agora e até para toda a eternidade.
Jesus Cristo nos propõe o arrependimento de nossos erros e pecados, a nossa verdadeira conversão e propósito de vida, crer e confessá-lo como o Filho do Deus Vivo e manter fidelidade aos seus ensinamentos conforme nos ensina o seu evangelho. Ele interrogou seus apóstolos sobre quem era ele, e mediante a confissão dos mesmos, de ser ele o Filho do Deus Vivo, ele usou um jogo de palavras gregas, dizendo que cada um que o confessava como Filho do Deus Vivo, era uma pedrinha (pedro) e que essa confissão de todos constituia uma laje (pedra), sobre a qual ele construiria a sua Assembléia (Igreja), prometendo que as portas dos infernos jamais prevaleceriam contra ela. Sabemos que essa Igreja Interna é construída pelo próprio Cristo no coração do crente fiel e que é ela que nos garante a vitória espiritual contra o mal. Entretanto, devemos nos congregar como Povo de Deus, para celebrar a sua Palavra, o seu Amor e a sua Santidade, nos templos em adoração e serviços a Deus, aos irmãos e ao mundo, como sal da terra e luz do mundo, na prática das boas obras e na pregação do seu santo evangelho. Por isso necessitamos dar nosso apoio às nossas Igrejas Denominacionais, porque são elas que cuidam da perenização da salvação que há em Cristo e da pregação do evangelho no mundo.
Ao termos a Igreja Interna construida por Cristo em nosso coração, nos tornamos filhos do Deus Vivo pela adoção e pela graça, irmãos uns dos outros e de Jesus Cristo e membros do seu Corpo Místico. Se somos filhos de Deus e irmãos de Jesus Cristo, somos com ele, herdeiros do Céu e da Vida Eterna, participando desta ventura desde aqui-e-agora. A vida espiritual que há em Cristo, pode e deve ser experienciada. Devemos buscar a experiência pessoal com Deus, mediada por Jesus Cristo, sendo ele o único nome que foi posto, pelo qual devamos ser salvos. Qualquer outra via salvacional é precária e poderá nos levar ao sofrimento, à perdição, ao engodo dos espíritos levianos que evoluteiam os espaços. Não basta sermos devotos. É preciso que a nossa devoção seja a Jesus Cristo, o único posto para ser nosso mediador junto a Deus. Devemos lembrar dos santos que nos precederam como memórias agradáveis junto a Deus, mas jamais como objetos, como alvos de nossa devoção. Nem mesmo a Virgem Maria deve ser objeto de nossa devoção. Devemos ter por ela o carinho de ser ela a mãe de Deus na sua geração humana, portanto considerada bendita entre as mulheres, mas não a nossa salvadora, pois só existe salvação em Cristo, o Filho de Deus. A própria Virgem Maria ordenou aos serviçais que fizessem tudo o que Jesus mandasse, e o que Jesus mandou nós fazermos está escrito nos Evangelhos.
Não devemos descumprir os Mandamentos da Lei de Deus, prestando culto às imagens dos santos, pois isto constitui um pecado e Deus promete punir aqueles que desobedecem aos seus preceitos.
Os espíritos dos santos que testemunharam corretamente a vida cristã junto a nós aqui na terra, após a morte, podem gozar da comunhão espiritual com o Deus Triuno, como também nós que estamos ainda encarnados, portanto podemos todos celebrar a Comunhão dos Santos, Mas não devemos, nem podemos subverter a ordem, transformando esses irmãos desencarnados, como se eles fossem nossos salvadores. Isto é arriscado, facilitando o assédio de espíritos levianos e zombeteiros, que utilizam de nossa boa fé e ingenuidade, para nos iludir. Só existe um caminho seguro para Deus, Jesus Cristo seu Filho, único nome posto pelo qual devamos ser salvos.
Que Deus nos abençôe a todos!
Dom Felismar Manoel
Catolicismo Evangélico Salomonita
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