quarta-feira, 29 de junho de 2011

Regras Gerais para as Políticas Pastorais - Atenção Básica às Comunidades do Povo de Deus-Catolicismo Evangélico Salomonita-

A seguir o documento que vem orientando os trabalhos de políticas pastorais no Catolicismo  Evangélico Salomonita, disponibilizado para todo o Povo de Deus que compartilha convivência com diferentes comunidades eclesiais


Na  atenção básica às comunidades promovida pela ICAI-TS, o alvo principal é a promoção humana inspirada no Evangelho Libertário de Jesus Cristo, que alforria o Ser Humano não só subjetivamente do pecado, na sua vida pessoal, mas também na vida social, familiar e dos grupos que partilham experiências na sua caminhada no planeta terra.  Por isso a preocupação em educar para a vida. Vida aquí é tomada no seus dois sentidos eruditos: o  bios (biologia) enquanto “processos vitais orgânicos" e também o  zoês (zoesia) enquanto vida com qualidade, subjetiva  e objetivamente,  plenificada pela vivência das ordenanças evangélicas, viés revelado por Jesus Cristo. Neste contexto, vida é sinônimo de saúde e deve ser vista enquanto processo, cujas fases podem ser operacionalizadas pelo ser humano de modo consciente, como sujeito do processo e como ator no cenário onde vive e compartilha experiências. O modo principal de operar essas mudanças na vida do ser humano é através da Educação para a Vida. Por isso temos em todas as comunidades os Centros de Instrução pró Vida – CIVIDA. Aqui a educação é percebida enquanto processo. Assim a educação deve acontecer mínimamente seguindo as fases seguintes:
SENSIBILIZAÇÃO – INFORMAÇÃO;
INFORMAÇÃO – MOTIVAÇÃO;
MOTIVAÇÃO – EXPERIMENTAÇÃO;
EXPERIMENTAÇÃO – ADOÇÃO DO NOVO.
Na realidade, só terá acontecido a educação, quando houver a adoção do  comportamento novo. Só haverá a construção do sujeito, quando houver a conscientização e assunção do seu papel no processo, quando então se tornará ator no cenário da sua comunidade, capaz de transformar a realidade na construção de um mundo melhor.
          I - Caminhos a Seguir:
1 – Vistoriar a região para conhecer a realidade local (quando houver tempo e recursos, aconselha-se o método etnográfico participativo). Normalmente utiliza-se o  “diário de campo” para anotar tudo que for significativo, ou relevante;
2 – A partir dos  diários de campo elabora-se o relatório de vistoria  sistematizado - RS, para fornecer subsídios à identificação dos problemas;
3 – Análise  do RS, identificação dos problemas e construção de uma MATRIZ DE PROBLEMAS - MdP;
4 – A partir da MdP elabora-se um DIAGNÓSTICO SITUACIONAL- DS;
5 -Segue-se uma análise conjuntural participativa para escolha de prioridades. (É sempre conveniente a participação dos membros das comunidades,  que possam fornecer subsídios dos pontos complicadores existentes nas comunidades, principalmente daqueles que representam os  CONTRA-VALORES e que podem oferecer riscos para os agentes de pastorais e para os membros das comunidades que se envolvem no trabalho);
6 – Com base na análise conjuntural constrói-se a MATRIZ DE ESTRATÉGIAS DE AÇÃO - MEA;
7 – A partir das MEA elabora-se os Projetos de Intervenções para implementação das ações transformadoras das realidades passíveis de mudanças. (Poderá surgir a necessidade de pesquisas também, tanto no sentido fenomenológico, quanto no cartesiano). Pode-se adotar o "Arco de Maguerez" como modelo a ser seguido na resolução dos problemas;
8 – Na Implementação das ações deve-se fazer o acompanhamento, através de avaliação do controle do processo em andamento e avaliar também o impacto das ações interventoras na comunidade.
           II - Alguns Fatores de Saúde e Vida nas Comunidades:
Educação formal acessível;   saneamento básico existente e mantido;  habitação adequada à dignidade da pessoa humana; renda suficiente para a sustentabilidade de vida;  trabalho dignificante;   alimentaçao adequada;   meio ambiente equilibrado;  bens e serviços essenciais acessíveis;  espaços de convivência socioculturais disponíveis;  espaços para atividade fisica e lazer disponíveis;   segurança civil;  transporte para o ir e vir;  livre expressão filosófico-religiosa e ideológica, entre outros.
             III - Bases para Implantação das Linhas Pastorais:
1 – Qualquer  linha de intervenção deve considerar o ser humano em sua totalidade, em sua integralidade. É muito dificil uma abordagem verdadeiramente holística, no sentido grego do termo, mas é possível desejar aproximar o mais que for possível desta totalidade, para o que adotamos o termo pró holística;
2 – Ao implementar as ações busque envolvimento sinérgico  de outras forças vivas da comunidade ou do Municipio;
3 – É necessário o envolvimento e a participação da comunidade, por isso é recomendado  adotar os encontros de discussões com seus membros  para o necessário empoderamento, visando torná-los sujeitos do processo de transformação da realidade local, verdadeiros atores daquele cenário onde vivem – pode-se aproveitar as datas comemorativas, os eventos sociais, etc;
4 – Outro ponto importante é a participação social, através de parcerias, de preferência  da região onde  as ações se desenvolvem;
5 – Na distribuição dos beneficios das ações tém-se que ser equitativos, não podendo privilegiar apenas os que são simpatizantes dos grupos  ou adeptos das crenças;
6 – Para a implementação das ações é conveniente, diria mesmo essencial, que haja múltiplos envolvimentos estratégicos, para que tais ações se consolidem, não como modismo, mas como ação transformadora da realidade;
7 – Para que não seja modismo, é necessário que as ações implementadas sejam sustentadas ao longo do tempo, para que possam envolver as bases do imaginário das pessoas da comunidade, desde as crianças, adolescentes e adultos.
        IV - Roteiro para os Projetos ou Programas de Intervenção nas Comunidades:
É interessante notar que qualquer projeto ou programa de intervenção, tem necessariamente que envolver o processo educacional, embora permeie outros eixos de pertinência.Falamos tanto da educação formal, quanto da educação informal. Para isso adotamos um Roteiro para a Montagem dos Projetos ou Programas de Intervenções. Este Projeto ou Programa  de Intervenção é perpassado por diferentes Eixos de Pertinências, conforme as áreas da realidade que se quer transformar:
1 – Área de  Intervenção - (Uma Introdução focando os problemas que se quer resolver, aclarando os diferentes eixos de pertinência que serão considerados e a que Áreas de Conhecimento eles se enquadram );
2 – Beneficiários ou Público Alvo que se quer  atingir, considerando cada eixo de pertinência;
3 – Objetivos Gerais – Poderá ser aclarado por eixos de pertinência, ou genericamente.
Objetivos Específicos – O ideal é que os Objetivos Específicos sejam aclarados por cada eixo de pertinência;
4 – Justificativas – (referir-se à importância das intervenções, ações, ou projetos, com relação aos problemas identificados em cada eixo de pertinência e suas relevâncias para a população alvo, para a comunidade e sociedade e para a área de conhecimento);
5 – Programação das atividades – (apresentar a programação das atividades a serem implantadas, por eixos de pertinência, preferentemente mediante cronograma das ações, mesmo que tenha flexibilidade para adaptações e mudanças);
6 – Descrição das Metodologias de Ações – (os métodos de ação devem ser apresentados por cada eixo de pertinência);
7 – Órgãos participantes – (aquí são aclarados os parceiros que estão comprometidos ou envolvidos em nossa empreitada pastoral, podendo ser por eixos de pertinência);
8 – Programação Orçamentária – (a programação orçamentária deve ser efetuada minuciosamente, mesmo que com recursos da própria ICAI-TS, pois ela facilita o controle dos custos, a prestação de contas e favorece a análise de parceiros sociais. Para nós na ICAI-TS, quase sempre montamos os nossos projetos com a boa vontade de servir, "COM A CARA E A CORAGEM", como se diz popularmente);
9 – Administração do Projeto ou Programa de Intervenção – (indicar quem gerenciará a  execução e desenvolvimeto do projeto ou programa, por eixos de pertinência);
10 – Metodologias de Acompanhamento dos Projetos e Programas – (é necessário acompanhar e avaliar a execução das diferentes etapas das execuções de projetos e programas, por isso se define a metodologia para avaliar o controle do processo de seu desenvolvimento, bem como para avaliar o impacto que a implantação dos projetos ou programas produzem nas comunidades, isto poderá ser feito por cada eixo de pertinência valendo-se de Relatórios de Acompanhamento e de Questionários Aplicados às Comunidades).
        Observação – Aqui, quando se fala em Programas, está se referindo ao aspecto de empreitada pastoral guarda-chuva, que abriga diferentes projetos e ações, geralmente de longa duração. Quando se fala em projetos, são empreitadas mais focais, tanto de pesquisas prévias, quanto de intervenção direta para tranformação de alguma realidade local, com menor tempo de duração e geralmente abrigados em um programa maior. 
Referênciais Norteadores :
Cartas Internacionais de Saúde - princípios a seguir;
Modelos para Implantação de programas e Projetos Comunitários seguindo as  influências da Fundação Getúlio Vargas;
Arco de Maguerez - para orientar o "como fazer" nas ações transformadoras.
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       Implantação de Linhas Pastorais transformadoras da realidade  para a construção de um mundo melhor -   Capivari, Duque de Caxias, abril de 1994.
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           Que Deus nos abençôe a todos
                Dom Felismar  Manoel
    Catolicismo  Evangélico  Salomonita
       Visite o site: www.icai-ts.org.br
         


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