sábado, 25 de julho de 2015

Ser Missionário na Dimensão das Nações

26/07/2015 – 35ª semana do ano eclesial 1988
=> 7º Domingo Missionário -

Reflexões – Ser missionário na dimensão das nações da terra.


Jesus ressuscitado, lá no monte,
falou aos onze apóstolos:

Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século.”
Mateus 28: 18-20

Meus irmãos e minhas irmãs! Jesus Cristo Ressuscitado, nesta comissão na pessoa dos onze apóstolos, nos envia como igreja missionária, sendo a sua primeira diretriz, sermos missionários nas nações da terra.
Quando se foca a nação, evoca-se o aspecto da identidade cultural de um povo; neste caso, surge como dever, um trabalho missionário de modo inculturado.
Pensar em identidade cultural formadora da Nação Brasileira, exige de nós conhecer nossas origens, nossos valores, não ignorando a colaboração que recebemos de outros povos, de outras nações, lembrar de tantas coisas que nosso povo ignora solenemente e que nossas lideranças religiosas parece não fazer questão de ajudar o povo a reconhecer: As várias nações de povos indígenas selvícolas donos destas terras; os portugueses europeus vindos aqui fixar residências; as várias nações de povos africanos, que embora forçados vieram aqui viver; e os casais portugueses que residindo aqui, tiveram aqui seus filhos, portanto fora de Portugal europeu.
Todos esses povos aqui conviveram, se relacionaram, se amaram, se conjugaram e formaram famílias e novas populações; os brasilíndios, os afro-brasileiros, os mazombos, os neobrasileiros e finalmente os brasileiros.

Nossa identidade cultural como Nação Brasileira, não pode ignorar esse amálgama étnico que somos nós; não podemos ignorar todos os matizes e valores que subjazem no âmago de nosso povo, como arquétipos inconscientes e atavismos multiculturais, que vez por outra se fazem presentes nas manifestações do cristianismo popular que viceja no Brasil, tanto a nível das múltiplas denominações do pluri-catolicismo reinante, quanto nas variadas denominações evangélicas existentes, e se manifestando também nas diversas organizações religiosas de cultivo dos princípios psico-anímicos e mediúnicos.

Ser igreja missionária na dimensão nacional de modo inculturado, exige de nós nos dias atuais, que nos libertemos dos modelos tradicionais de missão, tanto de origem europeia, quanto norte-americana. Lembro-me aqui de uma exortação do Venerável Bispo Salomão Ferraz, quando nos orientando para o trabalho missionário em terras brasileiras, nos dizia da sabedoria da bíblia:
Não se apaga o pavio que fumega” - com isto querendo afirmar que você não deve destruir as bases de fé do outro; e acrescentava: “ Não se ata a boca do boi que debulha” - também querendo afirmar que você não tem o direito de negar ao outro o conhecimento das verdades do evangelho; deve ajudá-lo a examiná-la e orar para que o Espírito Santo faça a sua obra.

Faça a sua pregação martirial, com o seu comportamento, com a sua conduta testemunhal. Esta dinâmica missionária efetiva, fará com que você veja as verdades do evangelho de Jesus brotarem na alma e no coração das pessoas.

Nos preparemos meus irmãos e minhas irmãs, para este ministério. Oremos a Deus para isso, Estudemos a questão para que tenhamos melhores condições de evangelização das pessoas. Mas para isso, necessitamos de conhecê-las em sua alteridade, com abertura e diálogo igualitário, autêntico, pacífico, buscando ampliar os laços entre os membros da família de Jesus, sem exigir que o outro seja a nossa imagem no espelho, respeitando a sua diferença, singularidade, idiossincrasia.

Que Deus abençoe a todos, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Dom Felismar Manoel – Bispo Primaz
Visite o site: www.icai-ts.org.br
felismarmanoel@gmail.com
Catolicismo Apostólico Salomonita
Diocese Primacial do Brasil

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