Bispo
Felismar Manoel
O
sistema cristão católico utiliza de rica simbologia em suas liturgias; tanto os católicos
ortodoxos no oriente e no ocidente, os católicos romanos dispersos pelo mundo;
os católicos autônomos em várias regiões do mundo, incluindo os do Brasil; os
católicos evangélicos reformados e várias ordens religiosas, em várias partes
da terra, todos usamos e nos valemos de rica e significativa ornamentação de
paramentos e alfaias litúrgicas.
Pode-se
perguntar de onde surgiram tais usos? É claro que tudo tem origem no livro de
Levítico das Sagradas Escrituras, muito embora tenha sofrido influências de
vários contextos culturais. Tomemos como
exemplo a nossa estola sacerdotal, de uso tão em voga em nosso meio, sendo
usada por Diáconos, Presbíteros e Bispos.
Com
certeza encontramos o uso da estola já com os Rabinos no ambiente do culto
judaico; entretanto a estola de uso predominante no ocidente e principalmente
no Brasil e outros países latinos, não se apresenta no detalhamento hebraico,
nem na eloquência ortodoxa, mas na riqueza de ornamentos que lhe emprestou o
contexto da cultura romana, até mesmo os resquícios de mundanismo da época.
Vê-se
ainda, em alguns desavisados, uma estola nobre e ricamente bordada, ostentando
na região em contato com o pescoço, um certo pano rendado a recobrindo,
lembrando a sua origem histórica das vestes de influentes matronas de Roma, ou
de ricos Imperadores efeminados em seus modos, muito comum naqueles dias idos.
A estola como se nos apresenta hoje, longe está de representar o sagrado poder
mistagógico dos sacerdotes hierofantes do passado, preocupados que eram de
levar o povo a experienciar e ter contato com o Sagrado, com o Divino,
cumprindo fielmente as ordenanças do Cristo revelado em Jesus de Nazaré. Não há
atualmente, por esses clérigos, useiros e vezeiros de vestes litúrgicas, uma
preocupação com o simbolismo, com a mensagem direta e subliminar que se reforça
na transfiguração de Jesus; é ela que nos aponta a ideia de que, ao ostentar o
uso de uma estola devemos estar imbuídos de que, nossa ação na humildade e na
caridade, transcende a nós mesmos; é pois a ação do próprio Cristo,
manifestando o seu divino poder a nós compartilhados, em razão da fé de nosso
batismo, que faz de cada um de nós, membros do Seu Corpo Místico, e portanto,
também sacerdotes.
´É
em razão do nosso batismo, em Cristo que todos nós exercemos o sacerdócio real.
Usemos pois nossas estolas dentro do seu simbolismo litúrgico, espiritual, em
Cristo; sem os acréscimos ilógicos, que ostentam desvios do espiritual.
A
estola é um paramento comum a nós todos, como comum o é a maioria dos outros
paramentos; não é patrimônio de um grupo exclusivo, mas devem ser usados na
medida do tradicional, espiritual e litúrgico.
Que
Deus abençoe a todos
Dom
Felismar Manoel
Catolicismo
Apostólico Salomonita
Muito obrigado pelo esclarecimento!
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