quarta-feira, 7 de maio de 2014

Distintivos Eclesiásticos e Alienação Histórico-Cultural

Bispo Felismar Manoel



A Igreja Católica Apostólica Romana – ICAR, tem sua origem legitimamente constituída pelos cristãos em diáspora, em regime de servidão, sendo pastoreado pelo apóstolo Paulo, com certeza histórica. Bem cedo esta Igreja sofreu perseguição por parte dos Imperadores de Roma, sendo esta perseguição abandonada com o passar dos tempos e substituída por beneplácitos de ditos imperadores, chegando alguns Bispos da Igreja a se tornarem membros da nobreza imperial dos Césares.

Foram desses cenários de nobreza  que surgiram  os distintivos heráldicos que os Bispos Católicos Romanos usam com propriedade, com o nome de  “Armas Episcopais”.

Percebe-se a legitimidade de uso desses símbolos por parte dos dignatários da Igreja Papal de Roma, uma vez que esta Igreja se confunde com o Estado Imperial do Vaticano, constituindo tais símbolos, confirmação de uma linhagem nobiliárquica própria desse clero, o que leva naturalmente os católicos romanos dispersos pelo mundo a se constituírem súditos vassalos do Papa Imperial do Vaticano.

É verdade que a maioria dessa parafernália eclesiástica não encontra respaldo na Teologia Cristã Neo-testamentária, se baseando em estratégias criadas para sustentação ideológica, incorporadas no que se convencionou chamar de Tradição Pontifícia ou Magistério Eclesial. São recursos muito distantes  da singeleza dos ensinamentos de Jesus Cristo, conforme textos e contextos dos quatro Evangelhos Canônicos.

É bastante  estranho que diversas Igrejas Católicas Autônomas e Cleros avulsos, sem Igreja de fato, existentes no Brasil ou em qualquer outra parte, tenham seus Bispos e dignatários, usando esses distintivos eclesiásticos que simbolizam o  “status” de membros de uma hierarquia nobiliárquica própria do Estado Imperial Papal, que tem geminação permanente com a Igreja Católica Apostólica Romana.

Este contexto leva a uma interrogação: Por qual razão, cleros católicos não romanos, usam esses distintivos próprios do clero romano? 

Observação participante, em razão de convivência, leva a percepção de quatro tipos:

I – Há um segmento clerical que usa tais distintivos ignorando  o que eles  significam  histórico-culturalmente;
II – Há outro segmento clerical que tem nesses distintivos uma afirmação de grandeza;
III – Ainda há outro segmento clerical que utiliza tais distintivos para sustentar uma crise de identidade e pertencimento eclesial;
IV – Também existem os que usam porque acham bonito,  “chique”, mas estão alienados das afirmações heráldicas histórico-culturais que lhes são próprias.

Nada disto tem a ver com os legítimos ensinamentos de Jesus Cristo, conforme nos propõem os Quatro Evangelhos Canônicos.

Que Deus abençoe a todos
Dom Felismar Manoel
Catolicismo Apostólico Salomonita

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