Bispo
Felismar Manoel
Essênio
é uma palavra derivada provavelmente de essaya,
ou essenoi,
ambos vocábulos do aramáico, lingua natural de Jesus. Falar ou
escrever sobre os essênios nos dias que correm é fácil, pois
existem muitos estudos publicados na internete, embora nem sempre
tenham suas fontes divulgadas; entretanto escritores da Antiguidade
como Flávio Josefo, Plinius e Fílon de Alexandria registraram a
existência de suas comunidades dispersas pela Palestina e outros
lugares.
Trata-se
de uma congregação de praticantes do judaísmo, que discordavam
da práxis oficial e procuravam viver de modo mais fiel à Sagrada
Torá. Já havia comunidade essênia ativa na época de Jonatan
Makkabeus, em torno de 160 a 142 a.C. e seu desaparecimento ocorreu
por volta dos anos 70 d. C., coincidindo com a destruição do templo
em Jerusalém. Consta em alguns escritos , que os essênios se
desligaram da principal corrente do judaísmo por desaprovarem atos
praticados por Jonatan Makkabeus e do sacerdote Simeon, tendo sido
perseguidos, indo refugiarem no deserto, simbólica e literalmente.
Flávio
Josefo dá detalhes dos seus modos de vida, seus costumes, suas
normas. Eram praticantes do vegetarianismo.Alguns historiadores acham
que a história do cristianismo primitivo é a história dos
essênios, tal a simetria nos dois ensinamentos.
Existe
uma ideia de que Enoc foi o predecessor dos essênios; outros acham
que os essênios derivam dos "escolhidos" que Moisés levou
até o monte, antes de receber os Mandamentos para o Povo de Deus.
Nos
dias de hoje se fala muito em essênios se referindo apenas a
comunidade de Qunram, próximo ao mar morto, por causa da descoberta
da biblioteca de sua comunidade, mas escritores como Plinius afirmou
a existência de comunidades essênias na Siria e no Egito, sendo
estes últimos chamados de curadores, ou terapeutas.
Afirmam
alguns escritos que Maria, José, João Batista, como também Jesus,
eram membros da comunidade dos essênios. Santo Agostinho (265 d.C.)
consentia nas afirmações de que os essênios terapeutas do Egito
eram cristãos. O escritor Fílon de Alexandria afirmava que o Centro
dos Terapeutas essênios era a cidade de Alexandria e que suas
comunidades abrigavam curadores, filósofos e ascetas, todos
uníssonos em torno da máxima: "
Não ajuntem riquezas na terra, mas sim no cèu, onde as traças
não as podem roer, nem a ferrugem poderá destruir."
Os
essênios viviam em comunidades organizadas iniciaticamente mediante
mistagogias para as crianças, os jovens, os homens e as mulheres; se
esforçavam para cultivar o espírito de sintonia com os anjos, em
número de doze, que tinham um papel fundamental na vida da
comunidade:
1
- Meditavam pela manhã a cada dia da semana, com cada um dos seis
anjos da terra: Anjos da vida, anjos da alegria, anjos do sol, anjos
da água, anjos da terra, anjos do ar;
2
- Meditavam à noite a cada dia da semana, com cada um dos anjos do
céu: anjo da eternidade, anjo da criação, anjo do amor, anjo da
sabedoria, anjo da harmonia, anjo do poder;
3
- Na sexta-feira e no sábado à noite meditavam com o Pai do Ceu e
pela manhã com a mãe terra. Ao meio dia tinha o solene Rito da
Paz: paz com o Corpo, paz com o Reino do Ceu, paz com o Reino da
Terra, paz com o Universo, paz com a Humanidade, paz com a Família,
paz com a Alma.
As
comunidades dos essênios tinham outros ensinamentos e práticas
salutares que oportunamente comentaremos.
Que
Deus abençoe a todos
Dom
Felismar Manoel