sábado, 23 de junho de 2012

Sendo Deus Assumiu-se Como Servo



II Movimento - Antropotéia - 3º Tempo - Martiria Eclesial - Ciclo Missionário ===> Os cristãos manifestam no mundo a sua igreja interna, a igreja da alma.
30ª Semana do Ano Litúrgico Cristão 1985 - Nós Cristãos de Verdade, somos a luz do mundo, o sal da terra e o fermento na massa. - 24/06/2012 ===> Ser missionário na vida da íntima companhia.

Nos dias 21, 22 e 23 do mês corrente, ou seja na quinta-feira, na sexta-feira e no sábado que antecedem a entrada da Estação de Inverno no hemisfério sul, o Hemerológio Cristão nos propõe a vivência das Têmporas Estacionais da Terra.
Trata-se de um exercício litúrgico da Igreja Cristã, para santificar o tempo que Deus concede aos seres humanos, para o desempenho das tarefas inerentes à finalidade da existência de cada indíviduo e da coletividade enquanto humanidade (agiazocronia teleológica).
Sabe-se que ao longo dos 365 dias do ano, o planeta terra criado para ser o cenário da evolução e desenvolvimento da humanidade, ao fazer a sua volta em torno do sol (geoporia periélica), cria as condições climáticas diferenciadas que favorecem aspectos especiais da manifestação da vida no planeta.
A Sagrada Liturgia, enquanto disciplina espiritual, nos propõe que, à semelhança do planeta terra, cumpridor das suas tarefas geradoras do bem para os viventes da terra, que nós também, seres racionais que somos, capazes de fazer analogias, procuremos seguir os exemplos do planeta terra e criar as condições favoraveis à plenitude da vida na terra, pois somos discípulos de Jesus Cristo, o Filho de Deus, e Ele afirma em seu Evangelho, que Ele (o Cristo) veio para que tenhamos vida em abundância (zoesia cristã).
Em especial, a Sagrada Liturgia nos propôe através do Hemerológio Cristão, para as Têmporas Estacionais de Inverno, os Retiros de Reflexão, de recolhimento, de tomada de posições no discipulado cristão. Propõe para as Igrejas Locais, os Cultos de Gratidão a Deus pelos bens temporais recebidos na estação que se foi e as bençãos necessárias para a estação que se inicia. É durante os três meses de uma das estações temporais, que a Igreja Cristã usa para a iniciação de seus membros nos Mistérios da Fé e para a Ordenação Sagrada de seus diferentes Graus de Ministros. Cada região, via de regra, adota o período da estação temporal que lhe é mais favorável, sendo muito comum as ordenações ministeriais na Estação da Primavera e as iniciações nos mistérios cristãos na estação de outono.
As cores litúrgicas nas alfaias da Igreja, via de regra, seguem os padrões que têm mais sintonicidade com os aspectos de cada estação, para com isso santificar também o tempo (agiazocronia).

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Estamos na segunda semana do ciclo missionário (24/006/2012), quando nos é proposto "Ser Missionário na vida de nossa íntima companhia".
Conviver é uma arte dificil e que deve ser buscada, treinada e exercitada pelos cristãos; é preciso que tenhamos alteridade na convivência, mesmo das pessoas que nos são mais íntimas, pois sabemos que toda pessoa e qualquer pessoa é uma individualidade singular, e portanto, portador de suas subjetividades e idiossincrasias. Isto exige de nós uma abertura para o que de humanidade há no outro, ou outra. Abrir-se para o que é humano no outro, descortina para nós o caminho da alteridade, que possibilita uma vida de participação mais efetiva, de comunhão mais real, no maravilhoso amor de Deus manifestado em Cristo.
Encontro na Carta de Paulo aos Filipenses um exemplo de ser missionário na dimensão da vida daqueles que partilham mais intimamente de nossa vida cristã.
Cristo tinha uma predileção pela vida partilhada, como o vemos na escolha dos doze apóstolos, no envio dos setenta discípulos, dois a dois, na recomendação para ficarem reunidos esperando o revestimento do Poder do Espírito Santo, no dia da sua ascensão aos céus; Cristo, como Deus Filho participa da Comunidade da Santíssima Trindade.
Não é coerente que pessoas que partilham a vida em intimidade, sendo crentes fiéis em Cristo, não partilhem orações em comum, estudos da Palavra de Deus em comum, reflexões e regosijo no estadiamento da comunhão com Deus, na experiência pessoal com Deus. Estas são ações missionárias do crente fiel para a sua íntima companhia.
A Tradição Apostólica Neotestamentária é repleta de testemunho desta função missionária junto aos nossos entes mais íntimos, principalmente as Cartas dos Apóstolos, as quais estão repletas desta preocupação de falar do amor de Deus em Cristo Jesus. Inspiremos nessa Tradição Apostólica e vivenciemos permanentemente nossa função missionária junto aos nossos entes queridos, com os quais partilhamos mais intimidades, seja na vida afetiva, nas confrarias de ideais, nos ambientes laborais e de lazer, ou nas congregações eclesiais. Inebriemos com o outro, ou com a outra, no conhecimento e crescimento do amor de Deus em Cristo.
Que a benção do Deus Triuno, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, desça sobre todos e com todos permaneça para sempre!
Dom Felismar Manoel - Bispo Primaz
Catolicismo Apostólico Salomonita
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