quarta-feira, 20 de abril de 2011

O Sacramento da Eucaristia no Catolicismo Evangélico Salomonita

Conforme exposição do Venerável Bispo Salomão Ferraz em 1931, no livro  “A Fé Nacional”  páginas 182-203. Excerto efetuado por Dom Felismar Manoel  na Semana Santa de 17 a 24 de abril de 2011.



          Estamos em plena semana santa e lembramos da instituição do sacramento da eucaristia por Jesus Cristo, comemorado na quinta-feira santa.
          Nós do catolicismo evangélico salomonita cremos na presença espiritual de Cristo, onde dois ou três estiverem reunidos em seu nome, mas cremos também na  presença real de Cristo no sacramento da eucaristia, no pão e vinho transubstanciados  em seu corpo e sangue, conforme o próprio Jesus Cristo afirmou nos evangelhos de Mateus  26: 26-28; Marcos 14: 22-26;  Lucas 22: 14-20 e ainda I Coríntios 11: 23-25.
           O termo transubstanciados não deve ser aqui desvirtuados do seu sentido teológico. Não se deve confundir materia e materialidade com substância, que no sentido religioso empregado aqui, significa não somente a matéria, mas  também a forma, a ação pessoal e seu desígnio inteligente, como afirma o Venerável Bispo Salomão Ferraz, quando  utiliza vários exemplos, fundamentando o seu pensamento. Não devemos reduzir a presença de Cristo na eucaristia  a mero simbolismo, pois ela representa  as boas novas do céu a um mundo prestes a perecer, a afirmação de um catolicismo viril, robusto,  fortemente vinculado à sede suprema de poder,  de autoridade e luz, a Jerusalém que é lá de cima, que é livre com seus filhos, à qual é mãe de todos nós.
           Se o poder público pode transmutar um pedaço de papel em valor monetário, pela sua simples autoridade  legal,  Deus pode fazer também que os elementos pão e vinho,  solenemente consagrados pela oração e invocação do Espírito santo, pela ordenação do próprio Cristo, se tornem para nós,  para os nossos corpos e almas,  verdadeiro alimento celestial,  real e substancialmente o corpo e  sangue do Senhor.
            Cristo deixou aos discípulos um imperativo de ordem prática: “Fazei isto em memória de mim”, e não uma  ordem para se discutir isto em atendimento ao seu intelecto.  A mais alta expressão que a  religião pode assumir no seu culto é a sacramental. No sacramento, assim como na encarnação do Verbo, o céu e a terra se abraçam, as coisas terrenas  se levantam e se iluminam com o resplendor do céu, e a vida  encontra a sua harmonia e a sua real consumação em Cristo, cuja encarnação e obra redentora se perpetuam no mundo através do seu corpo, a Igreja.  Pobres são os recursos da linguagem humana para exprimir toda a riqueza e glória  do culto central da Igreja!
            A crença na real e substancial presença do Senhor na eucaristia, não se refere a um fato isolado, único, desarticulado, mas faz parte de um tremendo conjunto que tem como base a encarnação do Verbo, a sua obra expiatória,  e como consequência a vida renovada,  transubstanciada e sobrenatural  do crente,  e não o fruto de mera evolução,  mas o efeito da Real Presença do Senhor com ele,  comunicando-lhe a vida e poder espiritual, assim como a toda a Igreja.
            A fonte de virtude da eucaristia não são as especies consagradas, mas o Cristo vivo que sob estas  formas, humildes e comuns,  se oferece como alimento para os crentes. As formas acidentais de pão e vinho, assim consagradas, são como se não existissem, ante a real e  augusta presença do Senhor.
            Seria idolatria e fetichismo prestar culto de adoração às especies materiais consagradas, mas não o ato de adoração a Jesus Cristo ante às  especies consagradas (como se faz durante a missa e a sagrada comunhão). Pois o Cristo que adoramos não está sujeito às leis do tempo e do espaço,  mas é aquele que penetra no cenáculo, onde se achavam os discípulos no primeiro domingo da páscoa estando as portas fechadas, e que do meio deles se retira sem se abrirem essas mesmas portas.
             Meditemos hoje,  aniversário  da instituição,  neste grande Mistério chamado Eucaristia!
              Embora  a eucaristia, como exposto aqui, encontra-se respalda  nas Sagradas Escrituras,  não é pelos gritos de  “viva Jesus” , quando de suas suspeitas exposições nas procissões de rua,  que se deve  aquilatar  a verdadeira postura do crente perante a eucaristia, mas pela sua posição de comensal, devidamente preparado, do divino banquete, quando se celebra a verdadeira adoração e comunhão entre Deus e o seu Povo irmanados em Cristo.
               O grande público será convencido do poder e da glória de Cristo, não pela ostentação pública das especies sagradas, nos espaços reservados (para adoração) ou nas ruas e praças (em procissões e espetáculos), mas pela exibição das vidas dos crentes, humildes, puras,  destemidas,  radiosas,  benfazejas, quais oferendas vivas,  santas e agradáveis a Deus,  que tenha visibilidade no seio da família, na oficina, no escritório, em toda parte e em todas as circunstâncias.
              O \Sacramento da Eucaristia  é  uma ordenança cristã para alimento espiritual dos seres humanos,  e é  um memorial do Cristo de Deus em sua encarnação terrena, devendo ser ministrado para os fiéis nas especies de pão e vinho. Constitui PECADO DE LESA-FINALIDADE transformá-lo  em objeto de espetáculos públicos nas ruas e praças, bem como nos cenários reservados de adoração exclusiva.
              Feliz Páscoa Cristã de 2011!  Cristo ressuscitou verdadeiramente! Alegremo-nos!  Aleluia!
                 
             
                                       Que Deus nos abençôe  a  todos!

                                                 Dom Felismar  Manoel
                                    Catolicismo  Evangélico  Salomonita
                                        Visite o site: www.icai-ts.org.br
         

Nenhum comentário:

Postar um comentário