terça-feira, 29 de outubro de 2013

Francisco? Reforma a Minha Igreja.

Dia 31 de outubro
Deus bendiga a reforma protestante !



Que Deus abençoe a todos os que ouviram no interior e na alma a voz de Jesus Cristo, pedindo para reformar a sua Igreja !  Abençoadas sejam as suas memórias através dos tempos; que suas vidas sejam motivadoras de vigilâncias e decisões para o envolvimento nas ações  atitudinais de testemunho pessoal, grupal e coletivo, por uma Igreja Verdadeiramente Cristocêntrica.

Sola Scriptura !  Solus Christus !
Sola Gratia !  Sola Fide !
Soli Deo Gloria !


Infelizmente Francisco de Assis não conseguiu banir do interior da Igreja Institucional Católica de Roma os erros que a vilipendiavam enquanto Igreja de Cristo. Encontrou eco para as suas ações entre os homens e as mulheres, conseguindo formar uma congregação de frades que comungava dos seus ideais, mas tornou-se um mártir do mesmo ideal, sendo colocado em segundo plano, e a Igreja Institucional engoliu sua irmandade transformando-a em “Ordem” no sentido tradicional, mantendo o  “status quo” de um clero distanciado da pureza dos ensinamentos de Jesus, como jazem nos evangelhos canônicos.

Francisco de Assis, John Russ, John Wicliff, Jerônimo Savonarola, Martinho Lutero, Úlrico Zwinglio, Guilherme Farel, João Calvino, John Knox, Salomão Ferraz …
…  e tantos outros que a consciência divina  conhece com certeza, deram a sua colaboração e se empenharam, às vezes com o sacrifício da própria vida,  para que a Igreja de Cristo seja realmente a fiel seguidora das máximas e ensinamentos  deixados pelo doce rabi da Galileia, Jesus Cristo a quem confessamos como o Filho de Deus, Único Senhor e Suficiente Salvador.

Caros irmãos e caras irmãs!  A Igreja de Cristo, embora seja uma entidade divina, ela enquanto  instituição social, cultural e jurídica, é também composta pelos seres humanos, sendo todos nós pecadores e falíveis, não existindo ninguém infalível na terra como bem prova a história da igreja, todos portanto, podendo errar, como de fato temos todos cometidos erros; é preciso que revisemos constantemente as nossas vidas, nossas ações, nossos ideais traçados, nossas aspirações e submetamos tudo ao conselho deixado nos sábios ensinamentos dos evangelhos canônicos:

A Tradição Apostólica é um dom abençoado quando não contraria o ensinamento do evangelho do Cristo;

A Sucessão Apostólica é um dom abençoado quando é exercida em obediência às diretrizes do evangelho do Cristo;

O  livre exame das Sagradas Escrituras é um dom abençoado, quando a nossa exegese e hermenêutica se harmonizam contextualmente com os ensinamentos dos evangelhos de Cristo;

A Sagrada Liturgia é um dom abençoado quando sacraliza o que toca e o submete ao conselho do evangelho de Cristo;

As artes nos templos podem ser um dom abençoado, quando não subverte o sentido cultual, de vassalagem e glorificação a Deus, como ensinou Jesus Cristo.

As prédicas públicas, através da oratória e das diferentes tecnologias, podem ser um dom abençoado, quando se ocupam com misericórdia divina de anunciar a livre graça de Deus por meio da fé, que em Jesus Cristo quer salvar o pecador, seja ele de qualquer categoria ou situação.

Tenhamos cuidados especiais, pois em nossos dias percebemos fortes tendências de desvios, transformando as Instituições Eclesiais em empresas pessoais e familiares; em plataformas de ideologias ditas teológicas, mas que buscam principalmente satisfazer parâmetros bem distantes da clareza do ensinamento evangélico. Estamos presenciando uma inversão da ordem cristã: em vez de sermos a Igreja presente no mundo sacralizando-o, estamos vendo o mundo penetrando na igreja e nela fazendo morada, mundanizando-a.

Oremos todos para que sejamos sensíveis e obedientes as orientações do Espirito Santo, a fim de  sermos  verdadeiramente a Igreja de Jesus Cristo, o sacramento de sua presença no mundo.

Que Deus abençoe a todos, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém
Dom Felismar Manoel - Bispo Primaz
Catolicismo Apostólico Salomonita




sábado, 26 de outubro de 2013

Ter Compaixão pelas Constelações Zodiacais

Catolicismo Apostólico Salomonita
Diretório de Espiritualidade Litúrgica - Ano Eclesial 1986 (2012/13)


Cores Litúrgicas:
1 - Azul Celeste (Estação Primavera - Festa das Flores) -
A cor litúrgica azul celeste simboliza a alegria pelos nossos propósitos formulados diante de Deus, conjugados com o dinamismo da natureza que faz florescer os vegetais na garantia da frutificação e sementes continuadoras da vida, dom sublime do Deus Vivo e Verdadeiro.
2 - Cinza - Nos Oficios Penitenciais, de Tristeza e/ou Luto;
3 - Branco - Substitutivo de todas as cores e simbolizando a Integralidade, a Alegria, a Pureza e a Espiritual.

Atualização dos Mistérios de Deus Intervindo na História da Humanidade:
II Movimento - Arco Ascendente - Antropotéia -
A pessoa humana Jesus de Nazaré, se manifesta como Filho de Deus, anuncia seu evangelho de libertação, consuma o processo de redenção humana e edifica sua Igreja como seu Corpo Místico compondo o Mistério da Comunhão dos Santos.
O ser humano se espiritualiza na Comunhão com Deus mediatizada pelo Cristo, cristificando-se para retornar ao seio da Deidade Absoluta.



Espiritualidade Litúrgica

III Tempo - Dinâmica da Martiría Eclesial Cristã -
Período da Compaixão por todas as Criaturas de Deus.

- 48ª Semana do Ano Eclesial 1986 -
- 27/10/2013 - IX Domingo da Compaixão.

===> Ter Compaixão pelas Constelações do nosso Zodíaco.

===> Ministério das Hierarquias Espirituais de Deus: Aos cuidados de Ratsiel da Ordem dos Elohim de Deus.

===> Jesus Cristo afirma que nós, enquanto seus discípulos, somos o sal da terra se praticarmos as virtudes cristãs, e somos a luz do mundo se vivenciarmos e anunciarmos as verdades do seu evangelho.

===> Nós cristãos formamos o Verdadeiro Corpo Místico de Cristo, a Comunhão de todos os Santos no passado, no presente e no futuro, unidos no amor de Cristo, praticando as virtudes cristãs e vivenciando as verdades ensinadas em seu Evangelho Libertador.

* * * * *


Ó Senhor, Senhor nosso,
quão magnífico em toda a terra é o teu nome!
Pois expuseste nos céus a tua majestade.
Da boca de pequeninos e crianças de peito
suscitaste força,
por causa dos teus adversários,
para fazeres emudecer o inimigo e o vingador.
Quando contemplo os teus céus,
obra dos teus dedos,
e a lua e as estrelas que estabeleceste,
que é o homem, que dele te lembres?
E o filho do homem,
que o visites?

Salmo 8: 1 – 4


Estamos no IX domingo da compaixão, quando o Hemerológio Cristão nos propõe como reflexão e vivência, ter compaixão pelas constelações de nosso céu zodiacal. Esta tarefa é uma função ministerial de Ratsiel, da Ordem dos Elohim de Deus.

Diz Deuteronômio 4: 19: “Guarda-te não levantes os olhos para os céus e, vendo o sol, a lua e as estrelas, a saber, todo o exército dos céus, sejas seduzido a inclinar-te perante eles e dês culto àqueles, coisas que o Senhor, teu Deus, repartiu a todos os povos debaixo de todos os céus”.

É preciso discernimento neste assunto, pois ter compaixão pelas constelações zodiacais, não poderá transformar-se em qualquer tipo de culto “astrológico”, ou “astronômico” aos corpos celestes situados em nossa faixa zodiacal; ter compaixão inclui saber o funcionamento das constelações no caminho zodiacal,conforme o plano de Deus. Trata-se de tarefa difícil, em consequência da falta de conhecimento desses assuntos pela população, de um modo geral.

O que significa as constelações do Céu Zodiacal? É um conjunto de agrupamentos de corpos celestes ao longo do caminho aparente percorrido pelo sol durante o ano (ecliptica). O sol passa por doze constelações ao longo do ano, conforme linguagem da astronomia; a astrologia denomina esses conjuntos de corpos celestes como signos.

Denomina-se “luz zodiacal”, a claridade ou luminosidade que emana desse “caminho”, que se visualiza à noite e que é consequente da dispersão da luz solar incidindo nas partículas de poeira do sistema solar. Produz a claridade do céu nas noites sem a presença da lua.

Meus irmãos e minhas irmãs! Há sempre um perigo de idolatria, deixando-se seduzir pelo fascínio que a grandeza da criação de Deus exerce sobre nossas mentes. É preciso lembrar sempre que todos estes grandes e belos astros celestes, ou conjunto de corpos celestes, são simplesmente criaturas de nosso Deus; eles como nós, somos todos originados pelo seu poder e sua vontade, e também existe uma relação de finalidade para toda a criação; nós como eles, somos criaturas de Deus, e temos um propósito a cumprir. Este é o céu que o Senhor nos deu. Sejamos agradecidos por isso e não poluamos este espaço sideral que a todos o Bom Deus disponibilizou, Mantenhamos as nossas mentes limpas e brilhantes, como limpo e luminoso o Senhor Deus nos outorgou o grandioso céu.

Que o Deus Tri-uno abençoe a todos, em o nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.
Dom Felismar Manoel - Bispo Primaz
Catolicismo Evangélico Salomonita
Visite o site: www.icai-ts.org.br
felismarmanoel@gmail.com



terça-feira, 22 de outubro de 2013

A Presença Sacramental de Cristo

Dom Felismar Manoel


O estudo do capítulo 6 do evangelho segundo João é interessante para compreender a presença sacramental de Cristo na Eucaristia, Divina Liturgia, ou Santa Ceia.

Nesse capítulo vamos encontrar a contextualização do fenômeno da multiplicação dos pães e peixes, coisas concretas, reais, que saciavam a fome do povo que frequentava as prédicas de Jesus Cristo.  Seus ouvintes trouxeram à tona, a questão do "maná" com Moisés no deserto, também coisa concreta que saciava a fome da população, e que os judeus consideravam como o "pão do céu".

Jesus referiu-se a si mesmo como o Pão Vivo que desceu do  céu e afirmou que quem comer desse pão viverá eternamente. Seus ouvintes entenderam como o pão material, real, coisa concreta; afirmou que a sua carne é verdadeira comida e o seu sangue verdadeira bebida; muitos murmuraram por causa das suas afirmações, outros se escandalizaram, alguns discípulos se dispersaram porque entenderam estas afirmações no sentido real, de coisa concreta, o que o levou a interrogar os doze, se também eles não queriam se retirar? Simão Pedro respondeu aquilo que os outros onze também pensavam: Para quem iremos? Se tu tens as palavras da vida eterna!

É interessante notar que na contextualização deste capítulo, Jesus deixa claro que, a maioria que o procurava, o estava fazendo interessado no pão e peixe coisa real e concreta, por interesse.  Ele deixa claro que o que está afirmando é de outra ordem, dizendo "o espírito é que vivifica; a carne para nada aproveita;  as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida".

1 - Assim foi pensado no inicio da Igreja, na Era Apostólica: No capítulo 10 da Didaqué, um manual da era apostólica,  quando fazem o agradecimento depois da Eucaristia, dizem:

"Tu, Senhor Todo-Poderoso, criaste todas as coisas por causa do teu Nome, e deste aos homens o prazer do alimento e da bebida, para que te agradeçam.  A nós, porém, deste uma comida e uma bebida espirituais, e uma vida eterna por meio do teu servo".

2 - Também na Era Pós-Apostólica, no período do Helenismo, prevalecendo nos Santos Pais e ainda nas Igrejas Ortodoxas que os mantém, fala-se da Santa Ceia, ou Eucaristia, como a Divina Liturgia. O termo usado na língua grega da época é  misterion, o equivalente a sacramento para nós ocidentais.  Há uma relação da idéia da celebração do mistério, na língua grega, quando equivalente ao nosso sacramento no ocidente, com a palavra  telestikos, sustentando o sentido  de "bem acabado", coisa de "rito sacerdotal".

A presença sacramental de Cristo no mistério da eucaristia, na Era Pós-Apostólica é espiritual, por hipóstasis com as substâncias do pão e do vinho. Por isto o sacramento só tem a função  de ser o meio para se realizar a união com a Trindade no Amor de Cristo, com todos os irmãos  que participam da Comunhão dos Santos, posto que todos são Membros do Corpo Místico de Cristo;  não o guarda para adoração, nem para exibição exposta, nem para a comunhão fora da Divina Liturgia. Esta é sempre uma celebração do Sacrifício Memorial do Filho de Deus, que começou com a Encarnação e culminou com sua Morte, Visita ao Hades e concluiu com sua Vitória sobre a morte, o mundo e o pecado  mediante  a sua Ressurreição, Ascensão e Entronização à dextra do Pai.

3 - Na Igreja do ocidente existem diferentes posturas face ao Sacramento da Presença de Cristo na Eucaristia. Talvez as dificuldades tenham surgido pela inadequação da terminologia usada no Concílio de Trento. Toda confusão começou quando o Concílio usou um termo técnico, exigindo interpretação técnica, na época que a maioria dos Padres não tinham curso de seminários, pois estes passaram a existir a partir do Concílio de Trento. A grossa maioria dos Padres não faziam curso de teologia, pois estes só existiam nas Universidades, dai a dificuldade para estabelecer a diferença entre substância e matéria naquela  época.

Pode-se referir-se a matéria composta de substâncias nem sempre se referindo a coisas concretas; ou seja, como corpo material. Falar em matéria e substância obrigatoriamente nos levam às ciências físicas e químicas e não necessariamente às filosofias e literaturas. Quando se usa o termo transubstanciação em relação ao sacramento da eucaristia, obrigatoriamente temos que nos valer do raciocínio filosófico-teológico, e é aí que começa a dificuldade, posto que a maioria das pessoas comuns só o entendem do ponto de vista do senso comum, que é o sentido da matéria como realidade concreta, aquilo que ocupa lugar no espaço, curvando-se a pseudo autoridade de quem revela o sagrado, para aceitar a ambiguidade em nome do "mistério".

A definição de sacramento da Igreja Ocidental é de grande ajuda nessa compreensão:
"Sacramento traz a idéia de penhor", e é tomada da cultura romana, quando os jovens podiam postergar a data de prestar o serviço militar, depositando um penhor, um sacramento, cujo valor seria resgatado quando fosse se apresentar para o serviço militar, já mais tarde. Em nosso sistema financeiro do Brasil, ainda usamos a figura do penhor, o sacramento dos romanos, quando levamos um objeto de valor na Caixa Econômica e recebemos um empréstimo relativo ao valor do objeto, sendo este resgatado quando formos pagar o tal empréstimo. 

A Igreja Ocidental usou este sentido para explicar o conceito de sacramento: algo material  existente, disponível na igreja pela misericórdia de Deus e méritos de Jesus Cristo, e que nos confere uma graça espiritual quando a ele recorremos como depositário desta benção, não no sentido material da carne que nada aproveita, mas no sentido de espírito e vida.

Quando a teologia usou o termo "transubstanciação", no sentido que a usou, ela estava correta, pois no sacramento da eucaristia há mudança de substância. Transubstanciação quer dizer mudança de substância; ai vem a antiga idéia eclesial da hipóstasis, ou seja, Cristo está por inteiro sob as espécies do pão e vinho consagrados, à semelhança da presença da sua divindade sob a sua humanidade, presença esta que a teologia classifica também de hipostática.

A substância do pão e do vinho é constituir-se em nutrientes para o corpo, manter a vida biológica, enquanto sob a mesma materialidade do pão e do vinho no sacramento, encontra-se agora em hipóstasis, como substância, a presença espiritual do Cristo, como nutriente da alma para a vida eterna, a vida em plenitude, a zoesia que o Cristo disse que veio trazer à terra, a vida em abundância.

Quando se fala em substância pode -se referir-se á parte mais importante de algo, a sua essência. Este é o sentido filosófico e teológico do termo. Quando se fala em matéria está se referindo a uma substância que ocupa lugar no espaço. Este é o sentido mais usado no senso comum, podendo ser substituído pela idéia de corpo; em linguagem científica, refere-se  à rex extensa da metodologia cartesiana. É neste sentido que o senso comum usa o termo "real", e "realidade", referindo-se a concretude da materialidade, quase não cabendo aí as idéias abstratas, os conceitos das abstrações. Por esta razão é que não se recomenda falar em presença real, e sim, em presença sacramental, em presença espiritual, pois no sacramento da eucaristia Jesus Cristo afirmou estar presente em hipóstasis com o pão e o vinho.

É neste sentido que a teologia salomonita se refere à transubstanciação, afirmando que no sacramento da eucaristia a substância nutricional dos elementos pão e vinho se transformou, sem alterar a anterior; agora, de modo hipostático, o corpo e o sangue de Jesus Cristo estão presentes, como alimento espiritual para a vida eterna, como penhor da comunhão com Deus e todos os seus filhos reunidos no amor de Cristo. Sua finalidade é ser alimento espiritual para perenizar a comunhão de todas as almas crentes e fiéis com Deus seu e nosso Pai, reunidos em seu nome e em seu amor.

4 - Teologicamente falando, também a Igreja é o sacramento da presença viva de Cristo no mundo, pois todos seus legítimos filhos, são membros do Corpo de Cristo, e assim devem fazê-lo presente através de suas ações, construindo um mundo melhor que possa ser chamado de Reino de Deus.

Dom Felismar Manoel
Bispo Primaz
 Catolicismo Evangélico Salomonita