No Hemerológio Cristão, estamos vivendo o Ano Eclesial ou Litúrgico 1984, em sua fase final, embora seja o atual calendário civil 2011. Lembremos que há cerca de 6 anos do nascimento de Jesus Cristo deixados para trás, quando foi organizada a contagem do tempo para o nosso calendário atual de 2011, e que, a igreja cristã apostólica só começa as suas atividades quando Jesus aos 33 anos de idade morre, ressuscita, ascende aos céus e envia o Espírito Santo aos seus apóstolos e discípulos. Isto nos permite fazer uma reconstrução de 6 mais 2011, menos 33, igual a 1984. Para efeito operacional prático, a Liturgia Cristã considera que o ano inicia no primeiro domingo do advento, o domingo mais próximo a 30 de novembro, e termina com o domingo de Cristo Rei, na última semana que antecede o tempo do advento. Teremos, portanto, no próximo domingo 20 de novembro de 2011 o domingo de Cristo Rei, e na quinta-feira dessa última semana, o Dia Nacional de Ação de Graças pelas bençãos e oportunidades que recebemos durante o ano que findou.
A reflexão cristã sobre o dia de Cristo Rei, é oportuna para que os eclesianos avaliem, o que fizeram concretamente para a implantação do Reino de Deus na terra, durante o ano que findou.
Nós cristãos somos co-construtores com o Cristo, deste Reino Espiritual no mundo em que vivemos. Uma das tarefas nessa construção é por em prática os princípios das bemaventuranças, conforme relatam Mateus 5: 3-11 e Lucas 6: 20-38; afirmam elas as bençãos baseadas nas virtudes, na boa sorte, no perdão, na proteção e na amizade de Deus Pai, em razão da sua fé, ou da participação no Reino de Deus. Para cada bemaventurança, há uma recompensa, sinônimo do reino de Deus. A virtude da bemaventurança não é proclamada em razão da boa sorte dos humanos, mas sim, por causa da má sorte das pessoas, quando e onde o eclesiano crente fiel, estará presente aplicando as máximas do Reino de Deus ao seu próximo, mantendo o Cristo presente na distribuição de suas graças aos que delas necessitam, enquanto membros do seu Corpo Místico.
Além das bemaventuranças há outros modos de construir o Reino de Deus, pela prática das virtudes, conforme recomenda Paulo aos Romanos 12: 9-21 e praticamente todas as cartas apostólicas do Novo Testamento; há também as prescrições do Santo Elohim nos dez mandamentos da Lei de Deus, conforme relata o livro Êxodo 20: 1-17.
É possível o eclesiano crente fiel pensar na prática da religião somente voltada para si mesmo, tendo fé em Deus, esperança nas suas promessas, mas não aplicar-se à caridade, à justiça, à misericórdia do amor de Deus voltadas para o próximo, para as famílias, para as comunidades, para as sociedades, para o planeta onde vive (habitação em herança para os descendentes) e até mesmo para a ordem do sistema sideral. Talvez se esforce para construir o Reino de Deus na sua vida pessoal, fugindo ou ignorando a má sorte a que estão submetidas inúmeras pessoas nos dias atuais. Estamos vivendo uma época de destruição factual dos valores do Reino de Deus: há subversão da ordem divina pelos humanos, com corrupção dos sadios propósitos, praticados por individuos e grupos da sociedade organizada, envolvendo os religiosos, os políticos, os dirigentes, os órgãos públicos, envolvendo quase toda a sociedade; os meios de comunicação registram com frequência, inúmeros desses erros citados, corroborando a existência do forte dinamismo do reino do diabo, o inimigo do bem, instalado entre nós, recebendo o beneplácito de inúmeros cristãos que se anulam na luta pela construção do Reino de Deus na terra, o lar que vamos deixar em herança para nossos filhos e netos.
A construção do Reino de Deus na terra é tarefa nossa e projeto consumado por Jesus Cristo o Filho do Deus Vivo. O Deus de Jesus Cristo é um Deus vivo e isto é importante para o investimento dos eclesianos crentes fiéis. Não tenhamos compromissos com falsos deuses escravizantes das imagens fetichistas que nada podem; não tenhamos compromissos com a devoção animista que produz fenômenos estranhos, atrás das subjetividades de individuos e grupos, que estão mais preocupados com favores pessoais do que com o cumprimento das propostas de Cristo para o seu reino da terra; não tenhamos compromissos com as demonstrações religiosas baseadas nos arroubos emocionais, que produzem verdadeiros arrebatamentos de frenesi prazeroso, mas que nada operam com relação a construção do Reino de Deus na terra. Tenhamos cuidados, como eclesianos que somos, crentes fiéis que frequentamos nossos templos, mais em busca do convivio confortável e prazeroso de irmãos do que para realizarmos as funções da Igreja Instituída por Jesus Cristo na terra.
Tenhamos presente que uma das definições da Igreja, é que ela é o sacramento da presença de Cristo no mundo, e como tal, ela é o meio eficaz de mantê-lo conosco até os fins dos tempos. Tenhamos presente que onde o Cristo de Deus está, há poder de transformação, há perdão, há restauração da ordem, há santidade, há misericórdia, há construção do bem, da solidariedade, da paz, da fraternidade, há comunhão com Deus.
Examinemos meus irmãos, nossas consciências, e vejamos qual foi o tipo de colaboração que demos na construção do Reino de Deus na terra! Prestemos contas aos tribunais de nossas consciências, para aferir como foi a execução do nosso planejamento de sermos "um com o Cristo, unidos ao Pai e ao Espírito Santo", na construção do Reino de Deus no mundo! Se porventura tivermos falhados na execução do planejamento deste ano que está terminando, não desanimemos. O Cristo de Deus nos convoca ao testemunho, ao anúncio do seu evangelho no mundo, ao ensino de todas as coisas que Ele nos revelou. Nós somos a sua Igreja! Nós somos os membros do seu Corpo Místico! Nós participamos da Comunhão dos Santos! Nós formamos a Grande Fraternidade Universal!
Que Deus nos abençôe a todos!
Dom Felismar Manoel
Catolicismo Evangélico Salomonita
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