quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Padroeira! Devocionismo, Animismo e Ideologias!

Se a mãe de Jesus de Nazaré, a Maria de Nazaré, a excelsa virgem mulher, que foi achada em graça diante de Deus, que se colocou na condição de serva para o plano de Deus, que deu à luz a Jesus Cristo, que lhe dispensou os cuidados de mãe, que participou de sua vida social e que junto a ele interviu a favor dos aflitos, que sofreu com todo o martírio de seu filho, que alegrou com sua ressurreição e ascensão, que recebeu o batismo do Espírito Santo naquele pentecoste em Jerusalém, que morreu na fé anunciada por seu filho, e que, em espírito partilha da salvação dos eleitos, como membro da Igreja do Filho de Deus, que na encarnação humana é também seu filho; se esse espírito excelso,  considerada a bem aventurada entre todas as mulheres, fosse a Padroeira do Brasil, se justificaria com certo aprumo e lógica. Mas não é o que ocorre no caso de "Nossa Senhora Aparecida", pois a virgem mãe de Jesus não é a Aparecida, a dita Aparecida é uma imagem de barro, que foi "descarregada" nas águas, porque teve seu pescoço quebrado, separando a cabeça do corpo.
No imaginário popular do interior brasileiro, descarrega-se as imagens femininas danificadas nas águas e as imagens masculinas são descarregadas, ou nas portas dos templos, ou nos pés dos cruzeiros, dispersos pelas várias regiões do país. E é claro, a imagem de barro no fundo do rio por longo tempo, mudou de côr, ficou preta, mas trata-se de uma imagem, que foi guardada por quinze anos pelo seu  pescador, que quando mudou de casa deixou-a com seu filho, este desenvolveu seu culto.
Compreende-se esse comportamento pelo devocionismo popular, tendente ao fetichismo, embora claramente proibido nos dez mandamentos da Lei de Deus, conforme nos relata as Sagradas Escrituras, no livro Êxodo, capítulo 20. Existe um certo fenômeno de "messianismo", alimentador de esperanças, nas comunidades muito sofridas, que pode levar a esse comportamento, sendo dever pastoral dos Ministros da Igreja empoderar esses cristãos para a maturidade da fé. Fenômenos anímicos diversos podem surgir nesses ambientes de devocionismo fetichista, alimentando as ideologias que surgem no imaginário popular, que muitas das vezes confere às instituições religiosas  e ao seu clero, conveniências, quer como fontes de recursos, quer como hegemonia dirigente, quer como fonte de poder junto às massas.
 É triste constatar que a ênfase pastoral devocional, às vezes tem mais compromissos com as ideologias institucionais, que com as fundamentações teológicas do evangelho libertário de Jesus Cristo.
A Igreja Institucional, seu clero, seu arsenal estratégico, tem excelentes condições para a evangelização verdadeira, que traga  a libertação da massa devota popular  rumo a salvação integral da pessoa humana. Vê-se com tristeza, uma massa devota, mas ignorante com relação aos ensinamentos verdadeiros de Jesus Cristo.
É lamentável que alguns cristãos elejam como padroeira do Brasil uma imagem. Não se percebe nesses cultos marianos, em sua grossa maioria, uma distinção, entre Maria a mãe de Jesus Cristo e as imagens. As devoções são dirigidas verdadeiramente às imagens, constituindo um agravante para os católicos, posto que eles conhecem os livros das Sagradas Escrituras. Não há como conciliar a franca desobediência ao decálogo divino mantida pelo culto às imagens, sob o beneplácito de padres, bispos e papas, com a fidelidade séria ao Comissionamento de Jesus Cristo para o seu Sagrado Ministério na terra. Arruina-se as possibilidades de salvação espiritual de inúmeras almas, por infidelidade  doutrinária, e usurpa-se do legítimo exercicio do pastorado de clérigos que receberam a genuína  sucessão apostólica, para serem fiéis a Cristo, mas que condicionam esse exercício a serem súditos de um imperador  estatal com pretensões hegemônicas, através de uma empresa multinacional.
Conclamo a todos! Devotem suas reverências ao Deus Todopoderoso, a Jesus Cristo seu Filho, e ao Espírito Santo, que poderá acolhê-los verdadeiramente. Abandonem os cultos às imagens de santos e santas, pois elas são peças construídas pela arte e engenho de alguns, mas são impotentes em ordem à salvação espiritual.
Se atenção e carinho tiverem para com os santos de Deus, que sejam os humanos que não se  contaminaram com o  mundo e permaneceram no mundo, para nele ser a sua luz e o sal da terra.  Que tenham carinho para com os santos que estão na glória do Pai, como concidadãos que conseguiram a vitória por terem sido fièis até o fim, mas não como salvadores. Somente Jesus Cristo foi posto, único nome pelo qual devamos ser salvos. Jesus Cristo é o Rei do Mundo. Ele é o nosso verdadeiro padroeiro e comprou esse padroado com o preço da sua vida, o seu precioso sangue derramado no sacrificio da cruz. Se tiverem carinho por Maria, o espirito que julgamos estar no céu, ouçam o que ela disse aos servos naquele casamento, em que esteve na companhia de seu filho: "Fazei tudo o que Jesus mandar", e o que ele mandou está escrito nos evangelhos. Leiam o evangelho para conhecer o que Jesus Cristo nos ensina.
   Que Deus nos abençôe  a todos!
            Dom Felismar  Manoel
Catolicismo  Evangélico  Salomonita
   Visite o site: www.icai-ts.org.br
         

2 comentários:

  1. Professor, gostei muito do seu texto. Quanto à questão da idolatria à "Nossa" (dos outros, minha não) Senhora Aparecida o que me intriga é que não são só pessoas sem instrução que fazem isso. Vejo que a idolatria existe também entre pessoas instruídas, de nível superior, com capacidade para refletir sobre o assunto, e por que não refletem?????Acredito que os fiés dela não conhecem as Escrituras Sagradas que dizem que só através de Jesus há salvação, e mais ninguém...não tá lá em algum lugar da Bíblia "ninguém vai ao Pai senão por Mim?" Parece que Jesus é mero coadjuvante, bom mesmo deve ser fiel de qualquer santo desse.
    Lembro que quando era criança eu perguntava para minha mãe por que tinha tanta nossa senhora e qual delas era realmente a mãe de Jesus. Ela coitadinha, não sabia me explicar direito. Eu ficava me questionando, até que cheguei à uma conclusão: Acho que é para vender mais, aproveitar-se mais da mãe de Jesus, parece que é franquia, sei lá, aqui no Brasil a forte é a Aparecida, em Portugal é a de Fátima e na França a de Lurdes e por aí vai...No fundo no fundo, tudo é dinheiro. Lamentavelmente.

    ResponderExcluir
  2. Professor acho que a realidade não é falta de instrução, e sim facilidade as pessoas querem acreditar no que se torna mais fácil, vísivel e apalpavés e esquecem que fé é a crença daquilo que não se vê, mas a certeza no que não se vê. Aos invés de lerem a bíblia para adquirir conhecimento e terem uma verdadeira vida cristã, preferem ouvir outros falarem.
    Ao invés de orarem para buscar em Deus, ela deixam suas biblías abertas em certos trechos acreditando que isto fará com que "coisas" aconteçam.
    As pessoas preferem acreditar em coisas mirabolantes ao invés de viverem a essência de Jesus.
    As pessoas querem coisas fantasiosas... Lembro-me da entrada de Jesus na cidade... Todos esperavam um rei e ele veio simples sentado num jumento.

    ResponderExcluir