quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Evangelicidade e Catolicidade: Bitolas Doutrinárias da Igreja de Cristo.

Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como já dissemos,  e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além  daquele que recebestes, seja  anátema.(Gálatas 1:8 e 9)

As diversas denominações religiosas, consideradas  famílias espirituais, que compõem a Igreja de Cristo, pelo fato de serem partes da mesma Igreja de Cristo, embora tenham algumas singularidades identificatórias, não podem fugir de dois princípios balizadores de suas crenças básicas: a evangelicidade e a catolicidade.
Vemos no texto introdutório, uma mensagem do apóstolo Paulo na sua orientação para os gálatas, onde afirma que nem mesmo um anjo do céu poderá  trazer alguns aditivos ao evangelho de Cristo. Tradicionalmente, o cristianismo reconhece como ensinamentos propostos por Jesus Cristo, as versões dos quatro evangelhos, segundo Mateus, Marcos, Lucas e João. Neles estão contidas as crenças básicas possíveis em uma igreja autêntica e genuinamente cristã.
É verdade que estes textos foram escritos na língua grega, predominantemente; em uma época conhecida, em uma cultura conhecida e com instrumentos civilizatórios conhecidos; portanto, com possibilidades de serem submetidos a traduções seguras, seguindo os preceitos exegéticos e hermenêuticos. Entretanto, as opiniões (doxas) interpretativas das aplicações práticas desses ensinamentos, podem trazer variedades e singularidades em consequência dos ajustamentos que as pessoas, ou grupos de pessoas, fazem desses ensinamentos, por também serem singulares e  com capacidades de se afinizarem com determinadas ideologias que subjazem em todas as instituições culturais humanas, enquadrando-se as denominações religiosas no perfil de instituições culturais. Isto permite que na Igreja de Cristo haja a variedade, sem necessariamente fugir da unidade. É preciso que não se perca o princípio da unidade: que toda a diversidade convirja para a unidade com o Cristo. Nele todos nós partilhamos a Comunidade da Trindade Santíssima, na Comunhão com o Pai, com o Filho e com o Espírito Santo, aqui e agora nesse período transitório e em toda a Eternidade de Deus.
Nossas denominações não devem congelar dogmas eternos, mas doxas que conservem abertura para o aperfeiçoamento, tanto na nossa compreensão, como na nossa adesão aos ensinamentos do Cristo, à luz da assistência que o Espírito Santo traz para a regeneração dos humanos e o progresso das ciências, das artes, das tecnologias. Por isso, a Igreja de Cristo é assembléia em consenso, em nome de Cristo, em vivência com o Cristo, por mediação de Cristo junto ao Trono da Graça de Deus. Aí reside o poder das chaves, que liga o céu e a terra.
Nenhuma crença espiritual poderá fugir da bitola do Evangelho de Jesus, pois ele é o balizador dos doxas que sustentam as crenças de cada denominação e as crenças sustentam a fé nas coisas espirituais de cada individuo, de cada grupo, de cada denominação. E não poderá haver nessa questão diversidade, pois haverá uma só fé, haverá um só batismo, haverá um só evangelho e um só Senhor, Jesus Cristo, o Filho do Deus Vivo.
A catolicidade é um outro balizador, para o conjunto de crenças e práticas das denominações religiosas, que se enquadram verdadeiramento na Igreja de Cristo. A catolicidade é a própria natureza dos ensinamentos de Cristo, e portanto, da sua Igreja. Diz o evangelho segundo João, ... importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna. Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.(João 3:14-16)
Pode-se perceber com clareza, que Deus deseja a salvação de todas as pessoas humanas, que o seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, oferece a salvação para todas as pessoas, residindo aí a catolicidade dos seus ensinamentos, das suas propostas salvacionais. O Cristo de Deus em seu evangelho, traz libertação para todos os humanos de boa vontade, basta aceitar o seu plano salvador e se enquadrar nas suas diretrizes. Ele, o Cristo oferece a verdadeira alforria para o pecado, na vida individual, familiar, social, patriótica e no contexto planetário do nosso mundo multicultural e globalizado. A sua salvação é católica, porque é universal, em termos francos, fraternos, oferecida às crianças, aos jovens, aos adultos, aos velhos; a sua salvação é católica, porque oferecida a todos os gêneros, a todas as raças, a todas as etnias, a todas as culturas, a todas as sociedades;  a sua salvação é católica, porque oferecida aos ricos, aos pobres, aos que nada possuem, aos sem tetos, aos sem lares, aos sem pátrias, aos párias, aos rejeitados, enfim aos deserdados de tudo. Por isso a salvação de Cristo é católica, o ensino de Cristo é católico, e em consequência, as doutrinas das denominações que compõem a Igreja de Cristo são católicas.
A Igreja de Cristo, nas suas diferentes e diversas denominações religiosas, em questões de fé e práticas espirituais, terá que sustentar a evangelicidade e a catolicidade, sem o que, correrá o risco de ser o grêmio religioso de alguém que não seja o Cristo.
Examine, caro irmão, ou cara irmã! Como está a sua idiodoxia (conjunto de crenças) denominacional? Ela se sustenta na evangelicidade e na catolicidade do ensinamento de Cristo? Caso conclua que não, procure o Cristo de Deus, único nome posto, pelo qual devamos ser salvos. Sua salvação é generosa, gratuita, como um dom de Deus, é católica posto que é para todos os pecadores, é evangélica porque revelada pelo Divino Logos, o Verbo de Deus encarnado, que do céu veio para nos trazer a libertação na pessoa de Jesus Cristo.
   Que Deus nos abençôe  a todos!
           Dom Felismar  Manoel
Catolicismo  Evangélico  Salomonita
    Visite o site: www.icai-ts.org.br




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