Ciclo
da
Antropotéia
- Tempo de Parusia
do Cristo Ressuscitado -
23
Semana do Ano Litúrgico Cristão 1985 - Sete Discípulos se
Encontram com Jesus Cristo Junto ao Mar de Tiberíades - 29/04/2012 - 4ª Semana da Páscoa
No
Evangelho de João 21: 1-14, há um relato da aparição de Jesus
Cristo Ressuscitado para sete (7) dos seus discípulos, estando
presentes Simão Pedro, Tomé Dídimo, Natanael Cananeu, os filhos de
Zebedeu e mais dois discípulos.
Esses
discípulos foram pescar com rede, de barco, e durante toda a noite
nada conseguiram pescar; já de madrugada decididos a pararem estavam
voltando, quando ao aproximarem da praia, viram que havia lá alguém
que os interrogavam, se havia conseguido algum resultado positivo na
pescaria. Diante da resposta negativa, ele orientou-lhes para lançar
a rede à direita do barco e os discípulos pescadores obedeceram,
obtendo como resultado cento e cinquenta (150) grandes peixes. João,
o discípulo amado que também estava no barco percebeu que era o
Cristo de Deus Ressuscitado e falou isto para os outros, o que levou
Simão Pedro a vestir-se e recompor-se, pois que estava em trajes
sumários, mais adequado a ação de pescar; de imediato ao
vestir-se, Simão Pedro lançou-se ao mar, em um comportamento bem
característico daquele discípulo: afoito, intempestivo, pouco
reflexivo. (É após
esse episódio que Jesus Cristo Ressuscitado irá reintegrar Simão
Pedro à sua função de pastor, em consequência da sua atitude
medrosa anterior, negando conhecer a Jesus de Nazaré e ser seu
discípulo).
Chegados
à praia, encontram um braseiro com peixe assado e pão para comer.
Nenhum deles ousam perguntar quem és tu? pois todos sabem que é
Jesus Cristo Ressuscitado.
É
muito interessante este texto, pois além de trazer mais um relato da
presença do Cristo Ressuscitado, nos fornecem imagens simbólicas
muito fortes para o nosso aprendizado enquanto eclesianos cristãos:
(a)
- sete discípulos saíram a pescar em um barco, usando rede; (b) -
trabalharam a noite toda usando o seu arbítrio de pescador e nada
conseguiram; (c) - desanimados com a falta de resultados decidiram
parar a pesca e voltarem para as suas próprias sortes, suas próprias
vidas; (d) - Jesus Cristo ao convidar seus discípulos a o seguirem,
afirmou que os fariam pescadores de humanos.
Sabemos
que sete é o número de luzes do Candelabro que ilumina o templo na
Antiga Aliança, bem como o número dos Mistérios Sacramentais, que
disponibilizam as Misericordias Divinas reintegradoras do pecador à
vida da Comunhão com Deus, no Ministério da Igreja Cristã para a
Economia da Salvação;
sabemos
que o barco é o símbolo da Igreja de Cristo enquanto Instituição
Sociocultural Humana, dirigida por nós humanos pela Comissão
Divina, mas na maioria das vezes gerida pelos nossos arbítrios
dissociados da expressa diretriz do Evangelho de Cristo;
sabemos
que nos nossos ministérios pastorais diversos, nós nos tornamos
pescadores de seres humanos para Jesus Cristo, aceito, confessado,
reconhecido e testemunhado como o Filho do Deus Vivo, do Deus Único
e Verdadeiro, diferente de deuses idolátricos, mortos, não
experienciáveis, que existem em abundância atualmente, mas que
sempre existiu nos desvios e desvarios do passado;
sabemos
que sob o nosso arbítrio pessoal, às vezes, nos fracassamos nas
nossas tarefas de conquistar seres humanos para Cristo.
É
aquí que ouvimos o conselho do Cristo Ressuscitado: Se não
conseguiram nenhum resultado em sua pescaria de seres humanos para
Deus, lancem a rede, à direita do barco; lancem a rede da pescaria
de seres humanos para a Igreja de Jesus Cristo, na forma correta, em
estreita obediência às prescrições de Jesus Cristo, lancem a rede
em fiel obediência às diretrizes do Evangelho de Jesus Cristo, o
Filho de Deus que deixou seu túmulo vazio, em plena kenosis,
e conquistou a vitória sobre o mundo, o pecado e a morte. Aleluia!
Podemos
partilhar dessa vitória, nos inserindo como Membros do seu Corpo
Místico que é a sua Igreja, mantendo Cristo presente no mundo até
os fins dos tempos, através do nosso comportamento testemunhal.
A
Igreja Cristã é o Hospital dos Pecadores, ela existe para nós
porque somos fracos, imperfeitos, pecadores. Nela Jesus Cristo deixou
os remédios restauradores da nossa saúde espiritual, nela Jesus
Cristo deixou o Banco das Misericórdias para a Economia da Salvação.
Isto é: temos disponíveis os meios da graça para a comunhão com
Deus mediada por Cristo, os Mistérios Sagrados, os Santos
Sacramentos, as Santas Ordenanças, a partilha nas Orações, a
partilha no Estudo do Evangelho, a partilha nas práticas das
misericórdias aos irmãos necessitados, a consensualidade nas
questões que envolvem as coisas de Deus.
Na
Igreja de Cristo podemos ser reintegrados à plena comunhão com Deus
e com os irmãos reunidos no amor de Cristo. Na Igreja Cristã
congregacionalmente nos tornamos o Povo de Deus.
Aproveitemos,
meus irmãos e minhas irmãs, o conselho de Jesus Cristo
Ressuscitado: lancemos as redes à direita do barco, redirecionando
as nossas vidas no sentido da obediência às diretrizes do Evangelho
de Jesus Cristo. Este é o único caminho seguro para que os
resultados de nossas ações pessoais sejam exitosas.
Aleluia!
Feliz Páscoa e a Benção de Deus para todos!
Dom Felismar
Manoel - Bispo Primaz
Catolicismo
Evangélico Salomonita
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