quarta-feira, 25 de maio de 2011

Catolicismo Evangélico Salomonita


Um Catolicismo  Autêntico, voltado para Deus, os humanos e a Pátria onde se vive; livre de qualquer tutela política, tanto de ordem nacional, quanto de qualquer autoridade  estrangeira; independente, com plena autonomia para agir, tão somente em nome de Cristo, de quem recebe alforria pelo conhecimento do Evangelho como verdade libertadora, e em harmonia com a legítima Tradição Apostólica consentânea com o Novo Testamento, da qual se faz continuador, sob a segura direção do Espírito Santo.
Das Finalidades da Igreja

1º – Levantar nas almas o padrão de fé e fomentar o espírito de devoção, centralizadas em Nosso Senhor Jesus Cristo, em uma experiência espiritual progressiva, de conformidade com a  “DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS”  de Dom Salomão Ferraz;
2º – Instituir o Ministério Pastoral ordenado nos gráus da Ordem Maior  de Bispo (epíscopo), Padres (presbíteros), Diáconos e Diaconisas;  e o Ministério Congregacional Litúrgico da Ordem Menor nos gráus de
Ministro ou Ministra dos Sacramentos, da Palavra de Deus, da Exortação no Templo e da Vigilância à Porta do Templo;
3º – Ministrar a Palavra de Deus, os Sacramentos Cristãos, os Cultos e Oficios Religiosos, em liturgias simples ou solenes, em linguagem compreensível e com a participação de todo o Povo de Deus;
4º – Instituir as Irmandades dos Crentes Fiéis nas diferentes comunidades paroquiais das diversas  circunscrições eclesiásticas;
5º – Divulgar, observar e proteger o “RITUAL BRASILIENSE” ;
6º – Incentivar a instrução e educação das massas;
7º – Preparar o povo para o legítimo exercício da liberdade e cidadania, em uma democracia que deve ser baseada no espírito do EVANGELHO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO;
8º – Promover a fraternidade Cristã e a solidariedade entre os humanos, para a construção da paz, do bem e da plena manifestação da vida no planeta terra, (artigo 2º das Normas Canônicas).

Da Declaração de Princípios  de Dom Salomão Ferraz

Para desenvolver a espiritualidade cristã, a piedade e a santidade pessoal, todo ECLESIANO SALOMONITA  deve  praticar os princípios propostos pelo Bemaventurado servo de Deus, o Bispo Salomão Ferraz, conforme segue:
1º -  Ter a Bíblia Sagrada como regra de fé e de conduta, lendo-a com simplicidade e em oração; crer, ser e fazer tudo o que ela ensina;
2º – Ter a oração como primeiro dever, na vida cristã e no ministério, imitando Cristo (Lucas 6: 12) e os Apóstolos (Atos 6: 4);
3º – Nunca relatar a pessoa alguma as coisas que mais impressionam ou excitam, sem tê-las relatado primeiramente a Cristo (em colóquio de oração);
4º – Nunca fazer qualquer coisa que excite a vaidade ou o desejo de aplauso, a não ser naquelas coisas que são absolutamente indispensáveis ao cumprimento do dever;
5º – Nunca alegrar em qualquer bom terreno sem reconhecer nele  a dádiva de Deus, tendo portanto um coração  reconhecido e agradecido;
6º – Não ter má vontade, indisposição, ou prejuizo para com pessoa alguma, tendo como dever supremo, os olhos abertos, o coração aberto e os lábios abertos,(firmada em 04/12/1902)

1936  --   HINO OFICIAL DA IGREJA    2010
Da Igreja o fundamento   /   É Cristo, o Salvador.
Em seu poder descansa   /   E é forte em seu amor.
Em Cristo bem firmada,   /   Segura sempre está
E sobre a Rocha Eterna   /   Jamais se abalará.
   A Pedra preciosa   /  Que Deus predestinou
     Sustenta pedras vivas    /  Que a Graça trabalhou
     E quando o monumento   /  Surgir em plena luz
     A Glória do edificio   /  Será do Rei Jesus
Senhor, nós te rogamos   /   Que, erguidos por amor,
O templo consagrado   /   Redunde em teu louvor;
E que almas redimidas   /   Aquí, em comunhão,
Se tornem templo santo   /   Da tua habitação. Amém ! Amém!

I CONVENÇÃO CATÓLICA APOSTÓLICA INDEPENDENTE DE TRADIÇÃO SALOMONIANA – I COCI-TS
DIOCESE DE FEIRA DE SANTANA, BAHIA, 20, 21 E 22  DE  AGOSTO  DE  2010

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O Religioso, Seus Votos e as Vestes Sagradas


Sabemos que do contexto dos diferentes códigos de comportamentos do oriente na Antiguidade (Biblia y Legado del Antíguo Oriente, M. Garcia Cordero, Biblioteca de Autores Cristianos, Madrid, 1977), inspirado por Deus, Moisés elaborou o Decálogo na presença dos seus Santos Elohim e o outorgou ao povo judeu como Código oriundo da vontade de Deus para o Seu Povo (Êxodo 20:1-17; Deuteronômio 5:1-21). Assim o Decálogo é recebido e considerado até os dias de hoje.
Jesus Cristo, o Filho do Deus Vivo, quando esteve entre nós, deixou-nos diretrizes onde simplifica um modo de seguir  os Mandamentos de Deus, quando diz que eles se resumem em   “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”   (Mateus22: 34-40; Marcos 12: 28-31). Esta é a lei para os cristãos, enquanto Povo de Deus que Caminha aqui no planeta terra, cenário de nossa evolução, redenção e  crescimento espiritual, já que a experiência espiritual cristã é progressiva, individual e  socialmente.
Algumas pessoas cristãs buscam o aperfeiçoamento evangélico para as suas vidas. Entre elas estamos nós, os religiosos. Pretendemos seguir a  Cristo mais de perto, consagrando às nossas vidas à causa do Reino de Deus na terra. Atendemos  aos múltiplos apelos apontados nos Evangelhos oriundos dos Ensinamentos de Cristo (Mateus 16: 24-28; 19: 16-22; Marcos 8: 34-9:1; 10: 17-22;Lucas: 9: 23-27; 18: 18-30). Nós  religiosos temos nossas vidas comprometidas com um comportamento baseado nos ensinamentos de Cristo, tanto na esfera particular da vida privada, quanto na esfera pública da vida social. Estamos comprometidos com as estratégias do ensino evangélico nos planos didático, querigmático e martirial.. Somos separados do mundo e colocados à parte para o serviço de Deus (somos os santos no sentido neotestamentário). Como religiosos assumimos os votos tradicionais da   “perfeição evangélica”,  de desapego dos bens terrenos (pobreza), de fidelidade aos compromissos ao nosso estado de vida (castidade entendida como casamento monogâmico, celibato sem fornicação e companheirismo fiel) e de obediência aos mandamentos de Deus, às diretrizes evangélicas e às legítimas  orientações superiores. Somos assim, pessoas  que estão no mundo, mas que não são do mundo.
Nós religiosos  usamos como distintivos sociais as vestes religiosas (toga, balandrau, colarinho eclesial, batina, hábito, alva, casula, estola, ou assemelhados) . Fornecemos os símbolos  elementares para a endoculturação e socialização primária das gerações em formação, bem como para a aculturação e socialização secundária dos adultos em época de multiculturalismo global. Nossas vestes religiosas passam a ser sinais de nossa cultura cristã intra-orgânica, formadores dos nossos padrões mentais positivos, e por isso, influenciando até mesmo as transformações bioquímicas de nosso sistema psico-neuro-imunológico.
 Nós cristãos damos significações às nossas vestes religiosas, tanto por obediência às prescrições da Antiga Aliança (Êxodo 29:1-37; Levítico 8: 1-13), quanto pela ressignificação surgida na Nova Aliança, no fenômeno  da Transfiguração do Senhor, comemorada pela Liturgia Cristã (Hemerológio Cristão: 6 de agosto, dia das vestes sagradas).
No fenômeno da transfiguração evidenciou-se a intercomunhão entre as almas encarnadas e desencarnadas, quando alimentadas na comunhão com Deus, pois  Jesus  se transfigurou e suas vestes se tornaram brancas como a neve e junto a ele  apareceram Moisés e Elías (Mateus  17: 1-8; Marcos 9: 2-7; Lucas 9: 28-36).
Esse evento factual da comunhão entre  Deus e Seu Povo, entre Jesus Cristo e os Membros do Seu Corpo Místico, que se consubstancia na Comunhão do Santos que estão na glória e os que estão na militância terrena, se renova sempre quando dois ou três se reúnem em nome de Cristo para  pedir alguma coisa em seu nome (Mateus 18: 20), ou para celebrar a sua memória (Mateus 26: 26-30;Marcos 14: 22-26;Lucas 22: 14-20), para fazer a anamnese crística. Disto se subtrai a importância que o religioso deve dar às suas vestes religiosas, pois elas falam  da significância da sua vida, sempre e em qualquer momento na presença de Deus, mas obrigatoriamente do revestimento da nova criatura nos momentos das celebrações. Se quem está em Cristo é uma nova criatura conforme o modelo de Cristo, no momento das celebrações o religioso deverá revestir-se dessa nova criatura e é isto que as vestes sagradas  deve significar para ele..
Ao tomar uma veste religiosa, o religioso deve internalizar este compromisso de ser uma nova criatura conforme o modelo deixado por Cristo.
A Tradição da Vestidura na ICAI-TS, além da herança bíblica, se inspira também no Ministério Profético de Elias, que ungiu  Eliseu como seu profeta substituto e que lhe deixou seu manto como  herança (1 Reis 19: 15-19; 2 Reis 2: 11-14). Assim, quando a Igreja de Cristo confere a um de seus filhos ou filhas a imposição das Vestes Religiosas (Normas Canônicas), ela está lhe conferindo  a herança de sua tradição, devendo portanto, haver uma séria preparação do candidato ou candidata, para que ele ou ela possa assumir as responsabilidades que esta cerimônia lhe impõe como ônus.
 Que Deus abençôe a vida de todos nós
  Dom Felismar  Manoel  -  Bispo Primaz



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quarta-feira, 11 de maio de 2011

O Exercício da Vontade - - Uma Faculdade Espiritual


        Caríssimos Irmãos Crentes Fiéis em Cristo, Clérigos  e  Religiosos!
Graça e paz da parte de Deus pela comunhão e salvação que há em Jesus Cristo!

Jesus Cristo nos convida com as palavras “vinde a mim os cansados e oprimidos”; “aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”; “carregai os fardos uns dos outros”; e todo um plano para a construção do Reino de Deus na terra, quando profere as Bem Aventuranças em seu Santo Evangelho.
As orientações para o bem e para o aperfeiçoamento dos seres humanos são fartamente percebidas  pelos seres de boa vontade. Entretanto o nosso mundo continua pleno de humanos imperfeitos que frequentam os diferentes templos cristãos. Isto ocorre desde o inicio da implantação da Igreja Cristã.  A ascese foi adotada muitas vezes como disciplina para domar o corpo, como se ele fosse culpado pelos nossos pecados e imperfeições, quando na realidade sabemos que o corpo é o templo do Espírito. No passado muitos fugiram para os ermos, para viver na solidão em busca dessa experiência pessoal com o divino; outros se enclausuraram entre as paredes dos conventos e mosteiros, buscando fugir do mundo ameaçador. - Jesus Cristo, no evangelho segundo João, faz uma comovente oração ao Pai pedindo pelos apóstolos, discípulos e por nós atuais, que nos mantivéssemos no mundo (onde devemos ser a luz do mundo, o sal da terra e o fermento na massa), sem sermos do mundo entretanto. – Sabemos ser esta missão uma tarefa difícil, pois no mundo existem os humanos  com seus corações endurecidos, no mundo existem os filhos das trevas com suas astúcias e perversidades, e muitas das vezes nos corrompemos, nos tornamos tolerantes e promíscuos, nos prostituimos ideológicamente, políticamente, deixamos nos seduzir pelos ídolos, sejam eles devocionais, midiáticos, de poderio financeiro, ou coisas equivalentes, e com isso nos distanciamos da simplicidade do ideal apontado por Jesus, o meigo nazareno que se manifestou como o Cristo de Deus.
Certa vez Jesus Cristo disse a um jovem que buscava o caminho da perfeição espiritual: “se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tem e dá aos pobres, e depois vem, toma a sua cruz de cada dia e segue-me”. Tarefa difícil para aquele jovem, posto que ele era muito rico. Não sabemos ao certo se ele atendeu ao convite de Jesus Cristo, mas sabemos que muitos, após ele, atenderam a esse chamado e ainda atendem nos dias de hoje.
Ao  longo do tempo, a Igreja em suas diferentes  “famílias espirituais”, criou algumas disciplinas para facilitar o encaminhamento dos homens e mulheres em sua trajetórias como religiosos:       
 os solteiros e os casados eram igualmente admitidos na vida religiosa e no ministério eclesial;  os casados geralmente assumiam as comunidades paroquiais, enquanto os solteiros eram enviados em missões; as mulheres participavam do ministério eclesial nas funções diaconais; quando havia um bispo casado e deveria ordenar sua esposa como diaconisa, buscava-se um outro bispo para fazer a imposição de mãos, por causa do vínculo parental que se estabelece entre o bispo ordenante e a nova diaconisa, evitando-se assim o tabu do incesto espiritual; na Igreja havia os mestres de ensino, os profetas, os terapeutas, que respectivamente cuidavam das catequeses mistagógicas, das oratórias denunciadoras de erros e do apontar de seguros caminhos, bem como do tratamento das pessoas que encontravam dificuldades em sua caminhada espiritual.
O Catolicismo Evangélico Salomonita oferece toda essa riqueza deixada pelo Cristo de Deus, entretanto, também ele tem seus ministros fracos, imperfeitos, vacilantes, resistentes, etc. Mas o ministério da Graça de Deus em Cristo resgata esse pecador, se ele se apropria do plano de salvação que Cristo oferece. Ele não pode ser resistente, é preciso usar a sua vontade para fazer a escolha, e se converter a cada dia dos seus erros, pecados e imperfeições e buscar, em disciplina e oração, a regeneração que o Espírito Santo de Deus opera em nossas vidas, enviado pelo Pai através do Filho e capaz de renovar a face da terra.
Um dos meios eficientes para a busca e manutenção dessa consagração pessoal, é a organização da Igreja em Células, como parte da Igreja Local, Comunidade de adoradores, que aos domingos se reunem no templo da Igreja Local para a adoração, o estudo da palavra de Deus, a celebração da comunhão que há entre Deus e os irmãos em Cristo, como Povo de Deus que caminha para a Pátria Celestial. Durante a semana essas células se reunem sob a liderança de um Zelador Espiritual na casa de irmãos para estreitarem os laços de experiência pessoal com Deus, através das  diferentes Confrarias, Congregações, Apostolados, ou outras formas. Esta foi uma experiência rica do Catolicismo Evangélico Salomonita em sua fase pré-romana, tanto em São Paulo, como no Rio de Janeiro. A fase pró-romana foi a experiência do esvasiamento, da dor, da desilução, do empobrecimento espiritual e do lastreamento da indisciplina, com a implantação do sacramentalismo, da ausência de diretrizes pastorais, da exacerbação das vestes nobiliárquicas fúteis e do comprometimento das práticas populares supersticiosas ou idolátricas.
Assumimos um compromisso com a fase salomonita pré-romana, de base autenticamente evangélica. Sejamos fiéis a esse compromisso e saiamos ao encontro do Cristo de Deus que nos fala  “quem comigo não ajunta, espalha”; ouçamos a afirmação do apóstolo que diz “se alguém está com Cristo, nova creatura é, pois as coisas velhas já passaram, e o novo ser humano surge buscando como modelo a estatura do Cristo”.
Não tenhamos medo, pois a graça de Cristo nos socorre se formos sinceros em nossa busca e fiéis aos compromissos assumidos. Existe no mundo espiritual cristão um Banco da Misericórdia Divina, que disponibiliza para nós as Graças, na medida que dela carecemos e que nos colocamos em condições de rebê-las. Elas fazem parte dos tesouros meritórios do Cristo de Deus e se disponibilizam pelos Serviços da Igreja Cristã, pois a Igreja é o Hospital dos Pecadores, que manifesta o Cristo no Mundo todos os dias, até a consumação dos séculos.
                    Que Deus nos abençôe em sua misericórdia.
                        Dom Felismar Manoel – Bispo Primaz


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quarta-feira, 4 de maio de 2011

O CATOLICISMO LIBERTÁRIO NA VERDADEIRA IGREJA DE CRISTO


A verdadeira Igreja de Cristo, esteve e poderá estar presente como famílias espirituais, nos seguintes seguimentos  cristãos:  na Fraternidade Cristã Primitiva, nas diversas Igreja Ortodoxas Orientais, na Igreja Católica Romana, nas Igrejas Católicas Autônomas, nas Igrejas Evangélicas da Reforma, nas Igrejas Cristãs Carismáticas e Pentecostais, nas Ordens, Congregações, Institutos, Confrarias, Células, Grupos e outros que se reúnem em nome de Cristo, o confessam como Filho de Deus e vivenciam os ensinamentos do seu Santo Evangelho (Constituição Canônica, artigo 1º, § 2º).  Entretanto, em  todos  esses  segmentos,   a   condição  humana   de   seus dignatários, pode permitir desvios e assim tem acontecido no decorrer da história.
O  catolicismo verdadeiramente libertário pode ser encontrado nesses diferentes segmentos sociais desde o inicio da Igreja de Cristo, embora por vezes, sendo substituído por vassalagens pessoais de indivíduos ou grupos  a eles pertencentes, lamentavelmente seduzidos ou embriagados pela oportunidade das afirmações pessoais.
Nos primórdios da igreja cristã, a única vassalagem admitida era a Jesus Cristo, o Filho de Deus. Somente Ele era admitido como Senhor. Assim postulam as Igrejas Ortodoxas, nos Patriarcados de Jerusalém, Antioquia, Alexandria, Constantinopla e outras(Georges El Hajj,1971).  As palavras de Jesus Cristo, relatadas por João 8: 31-36, afirmam que o conhecimento da verdade revelada pelo Filho de Deus, confere a liberdade ao crente fiel, e que, aquele que for libertado por Cristo, será verdadeiramente livre. Era no passado, é hoje e continuará a ser no futuro, pois somente Jesus Cristo é capaz de alforriar o pecador da escravidão dos  seus pecados e de constituir-se no Único Senhor da sua vida, não se admitindo ao cristão verdadeiro, tomar  nenhum outro como Chefe, com  poderes absolutistas ou imperiais. O cristão verdadeiro não pode aceitar ser vassalo de nenhum clérigo que se julgue poderoso. Os clérigos verdadeiros agem em comunhão com a Igreja Verdadeira, a Assembléia dos Fiéis que se reúnem para celebrar a comunhão com Deus  e os irmãos no amor de  Cristo. O verdadeiro clérigo sabe que ele é apenas Comissário de Cristo, ou seja chamado por Cristo para trabalhar na sua Igreja. Jamais o clérigo autêntico aceitará tornar-se o “dono da Igreja” e agir como se tivesse um poder pessoal.
Os Evangelhos Canônicos foram escritos  originalmente na língua grega e nessa língua, a pessoa liberta da escravidão, recebe o nome de  eleuteriotes. É como a palavra  “alforriado” em lingua portuguesa. Daí o conceito de  “libertário” , para a forma do catolicismo evangélico salomonita que não admite a supremacia imperial de nenhum papa, patriarca, primaz, epístata, arquimandrita, arcebispo, cardeal, pastores, ou outros títulos costumeiros nos  meios  eclesiásticos.  Estes termos são usados honorificamente pelos clérigos  que desempenham um serviço à comunidade eclesial, em uma disciplina consensual entre os pares, de forma extraordinária, solidária e  caridosa.  É verdade que algumas igreja locais, ao longo da história, se embriagaram na sedução do poder e associaram a seu cargo esse poder de forma pessoal, querendo impor uma hegemonia eclesiástica no mundo cristão, de modo imperialista. Isto aconteceu com o Patriarcado de Roma, que manteve querelas com os outros  patriarcados apostólicos (Jerusalém, Antioquia, Alexandria e Constantinopla) durante longo tempo, cerca de 700 a 1054 (A.D), separando-se  então da comunhão com tais patriarcados cristãos legítimos, preferindo constituir-se em um Império Eclesial de forma jurídica, até mesmo tornando-se um Estado Político, com representações diplomáticas. Esta postura clerical constitui uma heresia canônica, pois ela não se faz presente nas disciplinas das comunidades apostólicas. Entre os apóstolos de Cristo, os epígonos da sua doutrina, o poder de decisão se encontrava no consenso entre os pares e na congregação de fiéis. Por isso, essa posição tomada por alguns, confundindo  a função de liderança paterno/maternal própria dos pastores, com o poder imperial dos governantes estatais, trouxe divisão no seio da Igreja  Cristã, pois que pretendem transformar os salvos por Cristo, seus irmãos e filhos de Deus por adoção e graça, em súditos ou vassalos de determinado clérigo de alguma igreja local. Para reforçar essa heresia canônica, surgiram outras heresias na Igreja de Roma, como a da “infalibilidade ou inerrância papal” e a do  “vigário de Cristo ou seu substituto na terra”. A adoção desta heresia da “infalibilidade papal”, adotada pelo concilio católico romano  Vaticano I, gerou nova divisão na Igreja Cristã, levando a Igreja na Holanda a manter-se como Igreja  Vétero-Católica. O mesmo aconteceu com o concilio romano Vaticano II, que gerou divisão com o Bispo Lefevre  na Europa e com um Bispo Brasileiro, em Campos, no Estado do Rio de Janeiro. Estas heresias causam grande mal a construção da espiritualidade cristã no planeta terra, pois incorpora o “viés falso”, de que a salvação eterna depende do crente fiel tornar-se  súdito ou vassalo do dignatário eclesiástico de  uma igreja local. A Igreja de Roma, através de alguns padres, chega ao cúmulo de afirmar que a validade do sacramento depende do clérigo que o administra ser súdito do papa de Roma.  Assim ela age nas cercanias onde existem comunidades católicas que não seguem o papa, aproveitando-se da carência de formação teológica de alguns clérigos e da ignorância popular em matéria de cristianismo.
Legitimamente existe uma hierarquia na Igreja de Cristo e no Sacramento da Ordem. Essa hierarquia descende de Jesus Cristo, o Filho de Deus, Sumo Sacerdote da Ordem de Melquisedeque e que assiste no Santuário Celeste como nosso advogado junto ao Pai supremo, após sua Ressurreição e Ascensão, conforme relatam 1ª João 2: 1 e Hebreus 6: 20. Jesus Cristo constitui  o único Chefe da sua Igreja e prometeu não nos deixar  na orfandade, mas nos assistir com o Santo  Paracleto, o Espírito Santo de Deus, conforme relata João 14: 18. É dessa descendência que surgiu também a jurisdição eclesial legítima, desde os tempos apostólicos, com a ordem dos bispos, superintendentes do  trabalho eclesial em determinada região. Por isso são conhecidos como epíscopo, palavra originária da língua grega com o significado de “aquele que vê, ou conhece uma determinada região”. Ao bispo é concedida a plenitude do sacramento da ordem, conferida por Jesus Cristo aos apóstolos e dos apóstolos sucessivamente a todos os bispos, pela imposição de mãos iniciada pelo Filho de Deus. Depois dos bispos, descende os padres, também chamados presbíteros, os anciãos que assistem aos irmãos nas comunidades. Substituem seus bispos em cada comunidade de uma região, sendo às vezes conhecidos como vigários do bispo. Tem o múnus do pastoreio para o cuidado das almas cristãs, ou seja,  dos espíritos  encarnados enquanto pessoas humanas, filhos e filhas de Deus pela adoção mediada por Cristo, que devem ser luz do mundo pela sabedoria da vida de santidade, sal da terra pela prática das virtudes edificadoras do povo de Deus, outros Cristos, pois que membros do seu Corpo Místico, a sua Igreja. Ainda na linha de descendência existem os diáconos e diaconisas que participam do sacramento da ordem, e que, ordenados pelo bispo, servem aos irmãos da sua congregação eclesial na irmandade dos crentes fiéis. E na base da Igreja de Cristo, está a congregação local formando a irmandade dos crentes fiéis, que tem a missão de   estar- no-mundo  sem  ser-do-mundo, pois que são considerados os santos da Igreja, os consagrados para o testemunho cristão no mundo dos humanos, postos  à parte, sem pertencerem ao mundo, mas que no mundo exercem o Sacerdócio Universal do Cristo,  porque fazem Cristo presente no mundo como único e legítimo mediador junto a Deus.
Jesus Cristo constrói a sua Igreja, enquanto mistério divino, no coração de todo ser humano que o confessa como Filho de Deus e aceita a salvação que Ele oferece. Aquele que tem essa Igreja construída pelo próprio Cristo em sua vida, procura reunir-se na congregação com outros que também têm sua Igreja interna construída por Cristo, para mais de dois ou três reunidos em nome  dele,  fazê-lo presente na congregação. Busca a participação e o consenso da congregação local, para mais de dois, de comum acordo apresentarem suas petições a Deus,  ou decidirem assuntos de interesse  eclesiástico, para em união, os Ministros e a Congregação exercitarem o Poder das Chaves do Reino dos Céus, em nome de Jesus Cristo, e assim, esperarem confiantemente a resposta de Deus,  derramadas pelo Espírito Santo ao Povo de Deus, conforme a sua promessa, de acordo com  Mateus 18: 19 e João 15: 16.  Finalmente, colabora com a instituição cultural, na forma como  se organiza em igreja local de acordo com as leis do país, para nessas instituições culturais  oferecerem  condições materiais e morais para que se cumpram os propósitos e ideologias que se inspiram nos ensinamentos de Cristo.
 Aquele que segue esse caminho apontado por Jesus Cristo e seus apóstolos, que se convertem a cada dia dos seus erros e que buscam  praticar as virtudes regeneradoras derramadas pelo Espírito Santo de Deus, com certeza não cairá nas armadilhas de uma falsa vassalagem à pessoa de nenhum clérigo, por mais graduado que seja, mas será verdadeiramente libertado, alforriado por Cristo, para um verdadeiro catolicismo, voltado para Deus, para os humanos e para a pátria onde estiver instalado;  livre de qualquer tutela política, tanto nacional, quanto estrangeira; independente para agir, tão somente, em nome de Jesus Cristo e da legítima tradição dos apóstolos, consubstanciadas nas Sagradas Escrituras.
Quando os clérigos são honrados com alguns títulos honoríficos, de ascendência extraordinária, com direitos de precedência  na Igreja Cristã legítima, eles o fazem de modo solidário, consensual, caridoso. Na Igreja de Cristo, a Jurisdição  Ordinária no  território, sobre pessoas e coisas, no interesse da espiritualidade cristã, está aderida ao Bispo Diocesano da região como substituto dos Apóstolos de Cristo. Desde os tempos apostólicos e também na tradição do Catolicismo Evangélico Salomonita, passando pelo Bispo Primaz Dom  Salomão Ferraz na fase da Igreja Católica Livre e pelo  Patriarca Dom Manoel Ceia Laranjeira na fase da Igreja Católica Independente, nunca houve poder imperial, absoluto aderido à pessoa do Patriarca, Primaz, ou Arcebispo. Esses  são títulos honoríficos que indicam certa liderança  de seus portadores, construída  pelo testemunho de fé e prática das virtudes cristãs pessoais, ou das suas linhas pastorais postas em prática durante o exercício do seu múnus pastoral.

Referências:

*A Bíblia Sagrada, J. F. Almeida, 2ª edição Revista e Atualizada no Brasil,
São Paulo: S.B.B., 2009
*(1)Felismar Manoel- Bispo Primaz; Bacharel em Filosofia, Teologia e Fisioterapia; Especialista em educação Superior, Psicomotricidade Sistêmica e Psicanalista; Mestre em Motricidade Humana- UCP/Capes; Doutor em Filosofia da Religião- SETESA/Não Capes
*Georges El Hajj, A Igreja Ortodoxa no Mundo. Rio de Janeiro: Editora Aurora, 1971